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Morre o compositor Aldir Blanc por Covid-19, aos 73 anos

Blanc é autor de várias composições da MPB e escreveu, junto com João Bosco, "O Bêbado e a Equilibrista", interpretada por Elis Regina

Por Da Redação
4 Maio 2020, 11h36
Morre o compositor e escritor Aldir Blanc em decorrência da Covid-19, aos 73 anos, no Rio de Janeiro (Instagram/Reprodução)
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Aldir Blanc, compositor e escritor de 73 anos, faleceu na madrugada desta segunda-feira (4) em decorrência da Covid-19, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.

Em abril, Blanc deu entrada no CER (Centro Especializado em Reabilitação) do Leblon com infecção urinária e pneumonia, que evoluíram para um quadro de infecção generalizada.

No dia 15 de abril, após uma campanha feita por amigos e artistas para conseguir um leito na rede pública de saúde do Rio, o compositor foi transferido para o Hospital Pedro Ernesto, onde apresentou sinais de melhoras, mas foi mantido sedado.

Vasta obra musical e literária

Nascido no dia 2 de setembro de 1946, no Estácio, centro do Rio, Blanc chegou a cursar medicina e se especializar em psiquiatria, mas abandonou o curso em 1973 para dedicar-se exclusivamente à música, tornando-se um dos nomes mais importantes da Música Popular Brasileira (MPB).

Blanc ficou conhecido por escrever várias obras musicais e literárias, como O Bêbado e a Equilibrista, feita em parceria com João Bosco e interpretada na voz de Elis Regina. Também compôs os sucessos Bala com Bala, O Mestre-Sala dos Mares, Caça à Raposa e De Frente Pro Crime. Além disso, trabalhou em parceria com outros artistas conhecidos, como Moacyr Luz, Maurício Tapajós, Paulo Emília, Edu Lobo e Ivan Lins.

Em 1968, quando ainda cursava medicina, conheceu o parceiro Sílvio da Silva Júnior, com quem, dois anos mais tarde, compôs Amigo É Pra Essas Coisas, que foi gravada pelo grupo MPB-4.

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Blanc também fundou, ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha e Marco Aurélio, o Movimento Artístico Universitário (MAU). Ele, ainda, foi um dos fundadores da Sociedade Musical Brasileira (Sombras), da Sociedade de Artistas e Compositores Independentes (Saci) e da Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar).

Por cauda da paixão pela escrita e pelas palavras, também era cronista. Suas obras retratavam o amor que sentia pelo bairro de Vila Isabel, onde passou a infância, o time Vasco da Gama e pelo carnaval – Blanc, inclusive, batizou um dos mais tradicionais blocos do Rio, o Simpatia É Quase Amor, onde desfilou por anos, em Ipanema.

Entre seus livros publicados, estão Rua dos Artistas e Arredores (1978), Porta de Tinturaria (1981), Brasil Passado a Sujo (1993), Vila Isabel – Inventário de infância (1996) e Um Cara Bacana na 19ª (1996).

Artistas e intelectuais lamentam a morte de Aldir Blanc

Nas redes sociais, artistas, jornalistas e políticos lamentaram a morte de Aldir Blanc e prestaram homenagens e condolências ao compositor. Lobão, Emicida, Arnaldo Antunes, Davi Moraes, Leia Pinheiro, Pedro Luís, Luciano Huck e Eliane Brum foram alguns deles. O perfil oficial do Vasco da Gama também prestou solidariedade aos familiares e amigos.

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Veja abaixo algumas homenagens:

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Aldir💫 O gênio que além de tudo , fez tantos rubro-negros como eu , amarem uma música que falava do Vasco! Muito obrigado mestre Aldir Blanc🙏🏼🙌🏽 Vá em paz. 😓 Êxtase (Djavan e Aldir Blanc) Eu devia ter sentido o teu rancor Mas tava doido num jogo de vasco-ô-ô-ô! Eu fiquei cego na estrada de damasco E armei num botequim, virei a mesa Tava em êxtase que nem Santa Teresa Eu devia ter partido a tua cara Mas eu era um São Sebastião flechado Mais um seu Zé Mané, ungido e mal pago Escada pro céu na rua da passagem Aura marginal do morto na garagem Barrabás, Querubim, pinel Eu, Xará, um bárbaro arataca saqueando roma Eu, Xará, um bêbado babaca em estado de coma Eu, Xará, o cordeiro de Deus, o bode expiatório A testemunha ocular que não tem nada a ver O condenado que não tem nada a perder O mordomo na chanchada de suspense O presunto na baixada fluminense #aldirblanc

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Ficaremos mais órfãos, nós, fãs de sua imensa obra. Descanse em paz, Aldir. Deixa com a gente seguir aqui nessa batalha. Hoje a tarde cairá como nunca feito um viaduto.

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Coração destroçado, tristeza profunda pela partida do Aldir. Abraço Meri, filhas, netos. Nos abracemos todos, amigos queridos, nessa dor imensa. Que ele descanse na santa paz. Obrigada Aldir por tudo! 💔💔🙏🙏🙏🙏 . . . . #ripaldir #gênio #aldirblanc

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Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva:

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