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Emma D’Arcy conta os detalhes para fazer House of the Dragon

Atriz interpreta uma das personagens principais, Rhaenyra Targaryen, na nova série original da HBO Max

Por Paula Jacob
22 ago 2022, 09h15

Goste ou não, tenha visto ou não, fato é: House of the Dragon é uma das séries mais faladas (e aguardadas) de 2022. Com uma produção ousada e milionária, a HBO apostou no spin-off da série que rendeu à rede de televisão uma visibilidade jamais imaginada, aka Game of Thrones. Se os fãs irão se reunir todo domingo à noite para curtir os episódios em doses homeopáticas, já não podemos prever. O que sabemos é: essa é uma história que conta sobre a sede de uma mulher ascender politicamente num universo de homens, mas é impedida pelo patriarcado que a ronda (hmm, 2022, talvez?). Entre os destaques da temporada está, claro, Rhaenyra Targaryen: filha mais velha do Rei Viserys Targaryen Paddy Considine], ela era esperada a casar taticamente e ter filhos para continuar a linha Targaryen. Contudo… “Rhaenyra não é naturalmente modificável; ela está brincado com o fogo da velha história Targaryen. No início dessa história, ela tem poder e determinação, mas nenhuma direção para conduzir essa energia”, conta a atriz que dá vida a personagem, Emma D’Arcy. É com ela que seguimos nos detalhes da série a seguir:

Como é esse mundo para uma mulher?

Desde o início, entendemos que Rhaenys [Eve Best] era a próxima na linha de sucessão ao trono, mas uma governante feminina era impensável para os senhores do reino, então o pai de Rhaenyra, Viserys, foi coroado. Ou seja, estamos num contexto em que, essencialmente, as mulheres são enganadas. Eu acho que a questão da série é: sendo uma mulher que quer dominar, como você convence seus súditos masculinos de que você não é o ‘outro’? Ainda nem conseguimos em 2022, pessoal! [Risos] A expectativa para Rhaenyra sempre foi: ter filhos. Esse é o caminho que temos pela frente. Mas, para a nossa sorte, Rhaenyra começa a brincar com os limites dessas “caixinhas” quase imediatamente.

Como o convite para a série chegou a você?

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Miguel [Sapochnik] e Ryan [Condal] falaram muito sobre ela ter uma ‘sensibilidade punk’. Fundamentalmente, ela é uma pessoa obcecada pela masculinidade porque, para ela, masculinidade se equivale à liberdade. Ela sempre foi consciente de que seu pai precisa de um filho homem para suceder seu trono, e que ela não é esse filho. Ela existe ao lado de uma espécie de doppelganger que é Rhaenyra nascido do sexo masculino. Uma versão de si mesma que teria acesso a todas as coisas que ela deseja. Para mim, a pergunta sempre foi: como você conta uma história da perspectiva de um personagem e garante que está mostrando o desejo e a motivação dela para a auto-realização mesmo quando o mundo ao seu redor não permite espaço para isso?

Qual é a relação dela com Alicent [Olivia Cooke] e como ela evolui?

Alicent e Rhaenyra são quase-irmãos. Suas famílias estão profundamente enredadas, seus pais trabalham juntos e fazem isso há muitos anos. Das duas, Rhaenyra tem mais poder e privilégio ela é da família real; Alicent não é. No entanto, Alicent tem a capacidade, eu acho, de se adequar aos requisitos do tribunal, contra os quais Rhaenyra luta. Como tal, Alicent, embora seja uma melhor amiga e irmã, também é uma “tradutora” de um sistema no qual Rhaenyra não está bem integrada. Elas são realmente próximas. É um daqueles relacionamentos lindos e validadores em que você tem uma experiência de infância muito única e há apenas uma outra pessoa que pode realmente entender como é. 

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Como foi conhecer o ‘você’ mais jovem, na forma de Milly Alcock?

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Quero dizer, surreal, porque, você sabe, eles fizeram um bom trabalho: nós somos bem parecidas. Coloque nós duas em uma peruca branca e os resultados são assustadores! Na verdade, eu nunca tinha feito isso: nunca compartilhei um personagem com um ator antes, mais velho ou mais novo. E acho que, inicialmente, estava apreensiva em termos de não querer pisar nos calos de ninguém. Milly precisava passar por seu próprio processo de investigação, e eu também. Mas acho que onde nós duas acabamos nos encontrando é um pouco como quando você vê fotos ou filmagens antigas de você mesma quando criança: você está familiarizado com essa pessoa e simpatiza profundamente com ela. Simultaneamente, há também uma estranheza: “sinto que ela não é a pessoa que sou hoje”. Assistindo ao lindo trabalho de Milly na série, tive a experiência de assistir o VHS da família Targaryen de Rhaenyra quando criança. [Risos]

Uma vez escalada, quais etapas fizeram parte da sua preparação para interpretar um personagem de fantasia?

Quando recebi a ligação, estava no meio da pandemia, em um campo com algumas vacas. Lembro que Ryan Condal me disse para ‘comprar alguns óculos de sol’. Essa é minha única lembrança dessa conversa. O que eu fiz? Para mim, o texto é muito importante, então voltei aos livros e, assim que começamos a ter os roteiros de episódios, passei bastante tempo com os episódios em que não estou, traduzindo-os em uma espécie de diário de Rhaenyra. Talvez tenha sido o jeito que encontrei de identificar os momentos que não são totalmente compreendidos por Rhaenyra. Ou que tem questões não resolvidas neles. Eu escrevi muito nos primeiros meses e desenhei também queria cultivar uma memória visual, mas naquele momento eu não conhecia nenhum dos outros atores. Então fiz muitas lições de casa, bem nerd.

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Você mergulhou no livro Fire & Blood?

Claro, e também assisti Game of Thrones durante o lockdown. Acho que foi importante fazer isso cedo porque é fundamental para a House of the Dragon ser uma entidade separada. Por um lado, assistir a Game of Thrones é extremamente útil para preencher aquele contexto periférico de localização, geografia; de famílias, casas e alianças. Mas, em certo ponto, parecia importante deixar esse material para trás. Eu sei que a energia de toda a equipe tem sido garantir que House of the Dragon seja algo que possa viver de forma independente.

Emma D'Arcy em House of the Dragon
(HBO/Divulgação)

Qual foi seu contato com a equipe de arte e figurino para criar a personagem? 

Eu comecei cedo a trabalhar na personagem e tive um tempo incrível ao lado de todos na equipe de cabelo, maquiagem e figurino. Eles me ajudaram a construir e entender a relação de Rhaenyra com o emblema que é ser da família Targaryen — e esse longo cabelo loiro, como ele muda conforme ela muda.

Eu estava interessada em quais significantes ela é atraída. Investigando o que a excita e o que ela pode desejar, por exemplo. Algo que se tornou interessante para a interpretação foi incorporar a parafernália de montaria de dragão. É como se tivéssemos um equipamento de pilotagem. Esta é uma era de dragões. Havia a sensação de que ela poderia usar essas coisas em quaisquer que fossem as oportunidades. 

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E sobre montar os dragões, como foi esse momento?

Então, eu deveria montar um dragão chamado Syrax e eu não tinha feito nada além de montar um cavalo antes disso. Então, eles me mandaram fazer alguns passeios a cavalo, o que, na verdade, foi inestimável. Porque andar a cavalo é um diálogo. Você não pode simplesmente dizer a eles o que você quer. São eles que têm seu próprio conjunto de desejos, vontades e necessidades, cabe a quem está montando dar conta deles.

Então, o passo dois foi o “touro mecânico”. Você entra nessa coisa que é controlada por algo que se parece com um iPad. O diretor planeja o “caminho de voo” no “touro” em miniatura e, em seguida, o “touro mecânico” de fato emula o mesmo movimento. Você está atrás dele com ventiladores industriais soprando na sua cara… Eu estava absolutamente tonta. Era o mais puro senso de jogo virtual, talvez de todo o trabalho. Tive que tirar meu sorriso do rosto na marra, porque era muito divertido.

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