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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

Não viu, não gostou e não quer saber de ‘House of the Dragon’?

A campanha agressiva para o lançamento da série da HBO deu um pouco de bode para os que não curtem a franquia e dá para entender!

Por Ana Claudia Paixão
21 ago 2022, 08h05
house of the dragon
Série variada de 'Game of Thrones' estreia em 21 de agosto. (HBO/Divulgação)
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O mundo praticamente se divide em duas categorias: quem acompanhou Game of Thrones e quem nem quer chegar perto. Há subgrupos dentro dessas duas categorias, mas basicamente hoje lideram redes sociais e até dividem amigos e familiares. Está tudo bem se você fizer parte do segundo time, porque nada mais natural quando algo vira unanimidade e febre do que ter um pé atrás. É saudável. E sim, o gênero fantasia não é mesmo para todos e não há nada de errado com isso. Mas, se me permitir, vou conversar sobre as duas visões, defendendo ambas quando possível. A massiva campanha de divulgação para o lançamento de House of the Dragon está num grau tão maçante que vale reflexão.

A franquia da série Game of Thrones já era um sucesso na literatura antes mesmo de chegar à HBO, e mesmo assim foi uma aposta incerta. Isso porque Pillars of the Earth tinha fracassado alguns anos antes, e o elenco só tinha praticamente o ator Sean Bean com alguma proeminência internacional. No mais, rostos e nomes desconhecidos, como os de Emilia Clarke e Kit Harington, praticamente fazendo suas estreias como atores (Kit já vinha de sucesso no teatro). Em 10 anos, todos passaram a ser as maiores estrelas do entretenimento, com outras franquias em sua filmografia, com marcas que incluem desde X-Men até Star Wars. Você pode não ter visto a série, simplificada pelos fãs pelas iniciais “GOT”, mas não duvido que conheça suas estrelas.

Embora tenha sido sucesso nas duas primeiras temporadas, que eram razoavelmente fiéis aos livros, foi ao final da terceira temporada que Game of Thrones virou um fenômeno pop cultural, quebrando as barreiras de todas as “verdades” que a indústria defendia no início da década passada. Coisas como “conteúdo nichado não vende”, “só gostam de anti-heróis” (Jon Snow calou essa vertente), “binge acabou com a estratégia de episódio semanal”, entre outras, foram contraditas por GOT.  Até o uso de “ninguém está seguro”, que não foi inovador, levou a imprevisibilidade para outro grau.

Game of Thrones
Emilia Clarke e Kit Harington em ‘Game of Thrones’. (Game of Thrones/Divulgação)

Muitos listam vários fatores para transformar a marca nessa febre mundial, mas foi a sacada da HBO de fazer exibição simultânea que transformou Game of Thrones em um evento parecido com um Campeonato de Futebol. Mesas redondas, Twitters, YouTubers e Reddit reúnem até hoje pessoas ao redor do planeta que discutem teorias, opiniões e compartilham informações em um universo próprio. A prova de que acertaram na mosca é que, quando se compara GOT aos sucessos como Arquivo X ou Lost, podemos até sustentar que a diferença das redes sociais foi vital, mas Breaking Bad e The Walking Dead não igualaram o sucesso da série da HBO e são contemporâneas. A resposta para o sucesso está na química. Mesmo com todo prestígio que a HBO já tinha, nada em seus 50 anos de existência teve o mesmo alcance e estamos falando da plataforma de conteúdos que mudaram a televisão, como Família Soprano e Sex and the City, para citar apenas dois títulos mais recentes.

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Claro que é possível “não ver e não gostar” de Game of Thrones por estar cansada de ouvir as pessoas falando de uma história com zumbis e dragões. A única coisa que não dá é ignorar sua força. Para piorar, nem o intervalo de alguns anos reduziu a procura ou a discussão em torno da série, por isso a ultra agressiva campanha pelo spin off, House of the Dragon parece beirar a histeria. A má notícia? Vai ficar no ar pelo menos por mais uns bons anos…

Já para os fãs de fantasia, Game of Thrones é Disneylândia. George R. R. Martin usou os clássicos de Tolkien como guia, os unindo à história medieval britânica como inspiração e com isso criou uma fantasia com pé na realidade – algo paradoxal – é também um dos charmes da franquia.

Dito tudo isso, compartilho do cansaço dos que não curtem nada disso e ainda têm que lidar com tanto hype em torno de House of the Dragon. Está mesmo exagerado. Mas, se quiser conferir, há boas coisas. Dentre elas, a saga da família Targaryen, diferentemente de Game of Thrones, já está praticamente toda escrita, o que salva a nova série do destino polêmico de sua antecessora. Como a trama se passa ANTES de Game of Thrones, se não tiver visto, não fará diferença. Funciona de forma completamente independente. E o investimento de produção se equipara às produções de filmes para o cinema. Não será nada tosco.

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Mas, se mesmo assim ainda tiver antipatia pela franquia, ok. Os Anéis do Poder (a prequel de O Senhor dos Anéis e O Hobbit) vem em seguida na Amazon Prime Video. Não falta conteúdo!

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