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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.

Como sabotadores internos impactam nossas vidas?

Conheça os tipos de "sabotadores", padrões que nos fazem agir de forma negativa a certas situações, podendo gerar estresse e ansiedade

Por Stéphanie Habrich
10 jan 2022, 11h00
mulher preocupada
 (Tinnakorn Jorruang/Getty Images)
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Você já ouviu falar em autossabotagem? Sabe como essa tendência pode estar presente na sua vida e limitar as suas oportunidades? Em resumo, sabotadores são padrões que nos fazem agir de forma negativa a certas situações, podendo gerar estresse, ansiedade, dúvida, frustração, culpa e infelicidade.

Essas tendências foram estudadas por Shirzad Chamine, professor da Universidade de Stanford e coach de centenas de CEOs. No livro “Inteligência Positiva”, ele mostra como o equilíbrio emocional é determinante para melhorar a vida pessoal e profissional dos indivíduos e classifica os sabotadores em dez tipos: crítico (o maior de todos), prestativo (tendência a agradar a todos), hipervigilante (preocupação em excesso), inquieto, controlador, insistente, esquivo, hiper-realizador, vítima e hiper-racional. Uma pessoa pode ter esses sabotadores em graus diferentes de intensidade e em momentos diversos da vida.

Leia também: Como não se autossabotar no trabalho

“Quando você começa a perceber como esse comportamento está presente na sua vida, passa a ter o poder de mudá-lo”, explica Graziela Cajado, consultora, coach, mentora e minha amiga. Com experiência no mercado privado corporativo (American Express e JP Morgan) e em organizações não-governamentais (Fundação Lemann e Save The Children), ela tem pós-graduação (MBA) em administração de negócios pela Universidade de Harvard, treinamento de coach pelo Co-Active Training Institute (CTI), possui certificado de coach pela Federação Internacional de Coach (ICF) e é vice-presidente do Conselho da ICF UK.

Unindo os seus conhecimentos e experiências na área de desenvolvimento humano e coaching, Graziela foi treinada pelo time do Shirzad Chamine para dar o curso “Inteligência Positiva”, no qual estimula os participantes a identificar e controlar os sabotadores internos e desfrutar de uma vida mais plena e tranquila.

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Posso dizer por experiência própria que esse curso é muito enriquecedor. Participei dele quando estava passando por um momento difícil da minha vida e foi de grande ajuda. Todo mundo tem sabotadores e, quando você está passando por uma fase delicada, eles tendem a aumentar. Diante disso, o curso fez com que eu me conscientizasse mais sobre essas tendências e aprendesse estratégias para controlá-las.

Por isso, fiz questão de fazer uma entrevista com a Graziela para essa coluna. Acredito que ela tenha muito a nos ensinar e que os seus conhecimentos possam ser altamente transformadores para as mulheres que nos leem neste espaço. Na conversa, ela falou um pouco sobre os conceitos por trás dos sabotadores, os métodos que podem nos ajudar a controlá-los e a importância de estarmos atentos às nossas tendências comportamentais.

Como identificar os nossos sabotadores pode nos ajudar ao longo da vida?
Os sabotadores, na verdade, têm origem em qualidades nossas, que, quando usadas em exagero, acabam nos prejudicando. As mulheres, por exemplo, têm uma tendência ao perfeccionismo e acabam não se candidatando a certos cargos ou indo atrás de promoções porque não acham que possuem todas as qualificações necessárias para pleitear determinados postos. Outro exemplo: se você é uma pessoa que gosta de ter controle sobre tudo, pode ter a tendência a ser organizada, o que é uma coisa boa. Porém, quando você quer ter controle demais e faz tudo pelos outros (funcionários, filhos, colegas de trabalho), acaba não dando para as pessoas à sua volta a oportunidade de aprender por conta própria – e acaba criando nelas uma “dependência negativa”. A neurociência explica que essas tendências funcionam de forma automática, a gente nem percebe. Com o curso, as pessoas começam a ver o quanto essas tendências negativas as limitam e aprendem estratégias para desprogramar a forma automática de reagir. A longo prazo, você aprende a redirecionar essa energia negativa e passa a tomar decisões mais sensatas e positivas, usando qualidades como empatia, curiosidade, criatividade e trazendo mais equilíbrio e foco para a sua vida.

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Como o curso ajuda a fazer essa “desprogramação” de tendências?
O estudo dos sabotadores foi baseado na neurociência, psicologia positiva, ciência organizacional e liderança para alcançar nosso máximo potencial. A ideia é que você está criando “músculo” cerebrais. Da mesma forma que você vai para academia e treina para deixar as pernas mais fortes, o curso te ajuda a reprogramar seu cérebro e cria novos canais neurais, que te ajudam a reagir de maneira mais positiva aos desafios diários. Como parte do curso, você ganha acesso a um aplicativo que oferece exercícios diários para ajudar a fazer essa mudança de padrões. Com a prática, esse processo vai ficando automático e você atinge melhor equilíbrio emocional e toma decisões mais sensatas.

Nós temos apenas um sabotador predominante ao longo de toda a vida ou ele pode ir mudando ao longo do tempo?
Em geral, as pessoas têm dois ou três sabotadores que são mais fortes e, durante o curso, você identifica os seus e foca nos que mais te impactam. Dependendo do momento da sua vida, pode ter um ou outro que se manifeste de forma mais intensa. Por exemplo, as pessoas que têm um forte sabotador prestativo possuem dificuldade de falar “não”, tanto em casa (com seu parceiro/a, filhos/as) como no trabalho (chefe/funcionário), e acabam fazendo tudo para todos, ficando exaustos(as), o que gera insatisfação e ressentimento com os outros. Quando você percebe essa tendência, aprende a falar “não” com mais frequência e a pedir ajuda, o que traz mais equilíbrio emocional e melhor administração do seu tempo. O legal do teste para identificar os sabotados [link ao fim da entrevista] é que ele mostra os diferentes graus de intensidade que cada sabotador se manifesta na sua vida. Quanto mais você aprende sobre o assunto, mais fácil fica para você reconhecer os padrões no seu comportamento e reduzir o seu impacto.

Como podemos identificar em que áreas da nossa vida um sabotador se manifesta com maior intensidade?
O hipervigilante, por exemplo, é aquele sabotador que faz com que você gaste muita energia se preocupando com as coisas e, quando acontece algo de verdade, a sua energia já está baixa. Uma pesquisa recente mostrou que 91% das nossas preocupações não acontecem na realidade. Então, estamos gastando uma energia muito grande em “problemas” que, no final, não vão se concretizar. Essa tendência cria estresse, perda de sono, desgaste emocional… Quando você percebe que tem essa tendência, pode fazer os exercícios de focar no presente usando seus sentidos (ouvir os sons em volta, sentir os aromas ao redor…). Então, você sai desse modo automático e começa a pensar de forma mais racional sobre aquela preocupação: “Será que eu preciso mesmo me preocupar com isso?”, “Qual é a probabilidade real daquilo acontecer?”, “E se der tudo certo? Será que a probabilidade de dar tudo certo não é maior do que a de dar tudo errado?”.

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Os sabotadores são sempre desenvolvidos na infância ou podem ser frutos de traumas que sofremos ao longo o da vida?
Shirzad Chamine explica que os sabotadores são programados de acordo com a nossa experiência de vida, como mecanismos de defesa que te serviram em algum momento. Porém, nem todos vêm de infâncias traumáticas. Vamos supor que você nasceu em uma família com pais muito tranquilos. O filho pode desenvolver um comportamento controlador justamente porque ele não foi muito controlado pelos pais e precisa de mais controle na vida. Mas também pode acontecer o contrário: você foi criado em um ambiente em que os pais controlavam muito os filhos e acaba desenvolvendo esse traço também. Não existe uma fórmula que possa prever como você vai ser. O que acontece é que, conforme vivemos, vamos criando mecanismos de defesa que acabam virando automáticos. Eles podem ter servido para você em certos momentos, mas não te servem mais agora. Quando crianças, por exemplo, as meninas costumam ser incentivadas a não discordar de uma figura de autoridade, a só falar quando tiverem certeza de que estão certas e a se comportar de forma “perfeitinha”. O problema é que na vida profissional essas características não te ajudam – você não desafia as autoridades, não divide suas ideias, não cria visibilidade para o seu trabalho, não corre riscos e isso limita seu desenvolvimento profissional… Por isso, reconhecer que esses sabotadores estão presentes e fazer exercícios para controlá-los são os primeiros passos para mudá-los.

Em relação à criação de filhos, o que os pais e responsáveis podem fazer para evitar que os filhos desenvolvam sabotadores tão fortes?
Meu aprendizado com esse curso tem sido muito útil para educar meus filhos e para ajudar meus clientes com seus filhos. A minha filha, por exemplo, tem uma tendência a se preocupar muito, tem o sabotador hipervigilante. Eu já expliquei para ela como perceber essa tendência e dei dicas de como limitar a influência dessa voz negativa. Às vezes, ela até me pergunta: “Mãe, você acha que eu estou sendo hipervigilante agora?” (risos). Ela já está conseguindo reduzir as suas preocupações mesmo quando eu não estou presente, o que é uma grande conquista para mim como mãe. Então, quanto antes as crianças perceberem esses padrões de comportamento, melhor. O cérebro de qualquer pessoa tem uma plasticidade incrível, mas quando você é criança isso é maior ainda. Além disso, nós, pais e responsáveis, podemos ajudar as crianças a perceber quando estão lidando com um dos seus sabotadores internos. Se o meu filho, por exemplo, teve um desentendimento com um amigo da escola, mas está evitando ter uma conversa difícil com ele, pode ser que o sabotador “esquivo” esteja atuando naquele caso. Então, eu posso explicar que ele vai continuar se sentindo triste se não tiver aquela conversa honesta. Essa tristeza pode se manifestar de várias formas: não tratando o amigo bem, não o convidando para festas… Vai ser difícil ter a conversa? Vai. Mas o jovem vai se sentir aliviado depois dela e o colega vai ter a chance de mudar o seu comportamento. Isso é um aprendizado que ele pode levar para várias outras áreas da vida dele no futuro.

Mais informações sobre o curso “Inteligência Positiva”, no site da Graziela. Interessado no curso? Contate a Graziela no e-mail: graziela@cajado-ogland.net

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