Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Kika Gama Lobo Por Atitude 50 Focada na maturidade como plataforma pessoal, a jornalista Kika Gama Lobo escreve sobre as sensações e barreiras que as mulheres de 50 anos vivenciam
Continua após publicidade

E aí, comeu?

A violência sexual transita da consulta médica aos bastidores de Hollywood

Por Kika Gama Lobo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 dez 2017, 19h03 - Publicado em 6 dez 2017, 18h52
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Tenho lido sobre abusos sexuais. Muitos. Hollywood vive a síndrome de revelar os testes dos sofás, camas, sets… Os políticos saem de cena por causa de boquetes e bulinações. Nunca se viu tanta confissão, denúncia. Tem galã da TV Globo. Tem empresário de sucesso.

    Publicidade

    Achava que isso era coisa de prisioneiros de guerra –jovens violentadas, mutiladas, abusadas… Mas agora é no red carpet, no salão oval, no camarim, que se dá a revelação. Mas pensando com meus botões, quem é mulher levanta a mão e confessa: Você nunca foi violentada?

    Publicidade

    Os casos mais bizarros –envolvem pais, tios, parentes– têm o assédio na escola, na faculdade, no trabalho. Tem o médico tarado que te “examina”. Tem o motorista de Uber que tira o pau para fora e tem o usuário de ônibus que goza na tua coxa. No metrô e no trem, a piroca pica (péssimo trocadilho).

    O pedreiro, na obra, coloca a mão no pênis e grita: “Lá em casa ia ter bate-estaca todo dia”. O feirante assobia e coça o saco enquanto te olha com desejo. O flanelinha coloca língua para fora e se insinua. O porteiro ajuda te comendo com os olhos… E assim caminha a existência feminina, lutando para não se sentir mercadoria e fugindo para não virar estatística.

    Publicidade

    E lá em casa a discussão é inflamada porque a minha filha mais velha é libertária e brada: #meucorpominhasregras e quer usar microssaias e camisetas sem sutiã porque o corpo é dela. E eu, macaca velha, fico feliz por ter gerado minha petite-revolucionaire, mas sei que lá fora a sociedade é machista, hipócrita, conservadora e imoral.

    Continua após a publicidade

    Estou adorando estas denúncias de tudo. Esse repúdio ao medo e ao silêncio, mas entra século, sai século, as estórias são as mesmas: estupros, pedofilia, incestos, abortos, assassinatos, mortes banais, violência extrema –sempre tendo a mulher como objeto de desejo.

    Publicidade

    No último relatório da OMS, uma mulher é violentada a cada 11 minutos no Brasil e o que me espanta é a criminalização da vítima. Ela pediu. Vadia. A sua roupa era um convite. Deu mole. E entre o nojo de quem legisla –homens em sua maioria– vamos rumando para o abismo do escárnio e da ridicularização da mulher que denuncia como se ela mesma fosse uma mentirosa.

    Precisamos mudar as leis, precisamos aumentar nossa voz. Precisamos responsabilizar o agressor não importa o trabalho que dê. Uma das frases mais fortes que eu li é que o estupro é para sempre. Ele fica marcado na alma como tatuagem e a vítima leva consigo a agressão até o túmulo. Vamos falar mais sobre isso? 

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de R$ 12,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.