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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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O espiral viciante de The Flight Attendant é sobre autossabotagem

Processo de uma pessoa dependente do álcool é mostrado com clareza e honestidade

Por Ana Claudia Paixão
14 Maio 2022, 08h17

Quantas mocinhas em filmes e séries vemos sofrendo e tentando recomeçar a vida? Quase todas têm seus problemas, mas poucas enfrentam os desafios de Cassandra “Cassie” Bowen, a estrela de The Flight Attendant, a série da HBO Max estrelada por Kaley Cuoco. A personagem que rendeu todos os elogios e indicações a prêmios para atriz, merecidamente.

Saída do best-seller de Chris Bohjalian, a série chegou à sua segunda temporada sem livros como base, e não precisa deles. Para quem não viu ainda (corra!), na primeira temporada conhecemos Cassie, uma aeromoça que acorda ao lado de um homem morto em uma cidade no exterior e, não apenas tenta provar sua inocência (da qual nem tem certeza), como tem que fugir de perigosos assassinos. Para piorar, ela é alcoólatra e depressiva, o que atrapalha tanto sua credibilidade quanto suas ações. Nessa segunda fase, está sóbria e refazendo sua vida na Califórnia, mas claro que volta a se meter em confusões.

Kaley Cuoco em The Flight Attendant
Cassie é alcoólatra e depressiva, o que atrapalha tanto sua credibilidade quanto suas ações. (HBO Max/Divulgação)

Acompanhar as aventuras de Cassie e seus amigos é entrar em um espiral maníaco e de autossabotagem. Quase como dependente do caos para justificar seus vícios, ela consegue transformar uma ida à padaria em uma conspiração internacional. Claro que é isso que faz da série uma diversão invertida, mas também é angustiante, e me fez pensar em quantas vezes não viramos “cassies” ou convivemos com elas.

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The Flight Attendant brinca o tempo todo com a fórmula Hitchcockiana, que usava um factoide para nos distrair da verdadeira ação que queria que acompanhássemos. Ele chamava esse elemento de Macguffin e, na série da HBO Max, o Macguffin são os crimes. Isso mesmo, tanto faz quem mata quem ou quer roubar o que, o que nos mostra, com extrema clareza e honestidade é o processo de uma pessoa dependente do álcool, que sofre a cada hora por manter sua sobriedade. Ela sofre profundamente a cada segundo com isso e apenas nós compartilhamos de sua dor. Sem poder beber, a “cachaça” de Cassie passa a ser o mistério, e o nosso, a sua dor. Acompanhamos seu racional confuso, multiplicado em várias personalidades, que aumenta a pressão já na frágil e verdadeira mulher. Kaley Cuoco, que recebeu indicações ao Globo de OuroCritic’s Choice Awards e SAG por sua atuação, tem episódios e monólogos longos onde nem sentimos que esteja interpretando sozinha com as várias versões dela mesma. Dá show.

Em um episódio particularmente emocionante dessa temporada, ela se cansou de sua própria loucura e contempla uma saída drástica. Recomeçar é tão difícil, mais ainda para quem tem uma dependência como a dela. E por isso mesmo é incrível que em um mesmo episódio conseguimos rir, torcer e chorar. Um veículo único e que confirma o quanto podemos esperar da atriz que vem trabalhando em produzir uma biopic sobre Doris Day. Vai ser incrível.

 

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