Saiba o que você precisa comprar. Estudar o próprio armário antes de entrar nas lojas é básico
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Só os sapatos, cerca de 50 pares, somam um patrimônio de pelo menos R$ 7,5 mil (considerando-se o preço médio de R$ 150 para cada). Juntas, as trinta calças jeans (em torno de R$ 120 cada) acrescentam mais R$ 3,6 mil à conta, jogando por baixo. E a designer Giorgina Karolyi, a Gika, 28 anos, pede para parar por aí. ”Vou entrar em depressão se calcular quanto de grana tenho empatada no armário”, diz ela, que todos os meses gasta de R$ 500 a R$ 1 mil com moda.
Professor de finanças da Universidade de São Paulo (USP), o economista Rafael Paschoarelli aconselha que quem mora sozinha gaste no máximo 10% do que ganha abastecendo o guarda-roupa, para não comprometer o orçamento. Gika mora só – tem em casa um armário de quatro portas para guardar suas coisas e ainda ocupa outro de duas portas na casa da mãe. Mas tem dificuldade em cumprir a meta. Ainda bem que ela encontrou uma forma de reverter as peças que não quer mais em dinheiro. Todos os anos, realiza um bazar para vender seminovos (maneira chique de se referir aos usados). A última edição foi realizada em parceria com três amigas e rendeu R$ 1.400 no total. Também adepta dessa idéia, a estilista Camila Saraiva, 24 anos, conseguiu ganhar mais. Ela já embolsou R$ 1.200, sozinha, vendendo roupas por preços de R$ 20 a R$ 150.
Diga não à fantasia
As personal stylists Fernanda Resende e Cristina Zanetti Gabrielli, da Oficina de Estilo, garantem que qualquer uma de nós consegue se educar para ir ao shopping com inteligência. A regra número um é respeitar seu estilo de vida. Tem gente que compra roupas para a mulher que gostaria de ser e não para a mulher que realmente é (entope o armário de saltos e não consegue se equilibrar neles, por exemplo). ”Pense no custo-benefício de uma peça. Divida o valor dela pelo número de vezes que vai usá-la”, ensina Cristina. ”Se comprou uma calça cara, mas que usa muito, então valeu o investimento. Se gastou R$ 1 mil em um vestido de festa e só usou duas vezes, foram R$ 500 por vez.”
Outra dica é investir de acordo com o prazo de validade fashion. É modinha descartável? Procure modelos baratinhos. Se achar que a tendência tem a ver com você ou veio para ficar, parta para versões mais caras. Estudar o próprio armário antes de entrar nas lojas é básico. Conhecendo o que tem, você saberá o que precisa mesmo levar para casa. Se, ainda assim, comprar errado, faça como as entrevistadas desta matéria: bazar já.
Para clicar
www.clothingswap.org reúne fotos e informações sobre uma mania americana atual: as festas para troca de roupas usadas. O que não serve mais para você pode cair como uma luva na sua amiga. E vice-versa.