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Comecei a carreira com um emprego temporário

Vim pra São Paulo sozinha e precisava me virar. Fui contratada no Natal de 2005 e ganhei R$ 2.600 naquele mês

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 05h25 - Publicado em 4 nov 2009, 21h00
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  • Comecei a carreira com um emprego temporário

    Entre os 50 temporários, apenas eu e mais um fomos efetivados
    Foto: arquivo pessoal

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    Nem acreditei quando me disseram que eu estava aprovada para trabalhar na loja de roupas de surfe naquele Natal, há quatro anos. Meu conhecimento sobre prancha, bermudão, minissaia e afins era zero. Achei que eu não tinha nenhuma chance de conseguir aquela vaga.

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    Para minha surpresa, o gerente disse que falta de experiência não era problema. Ele falou que em uma semana de treinamento eu estaria pronta pra vender. O importante, explicou, era aproveitar meu potencial. Ele elogiou minha garra e vontade de trabalhar, características essenciais para um empregado temporário. Era minha grande chance!

    De porta em porta eu procurei emprego

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    Sou natural de Cacoal, em Rondônia. Vim a São Paulo em 2002 para tratar um câncer na mão. Apesar de morar com uma tia, precisava pagar as despesas. Na minha cidade natal, eu trabalhava com promoção de eventos. Como não conhecia esse mercado em São Paulo, procurei uma vaga no comércio.

    Dias após a cirurgia, montei um currículo, fui pessoalmente a diversas lojas e fiz contatos com gerentes. Consegui um emprego em uma loja de roupas, mas tive que sair meses depois,porque o câncer reapareceu e retornei ao tratamento.

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    Quando me recuperei definitivamente, em outubro de 2005, voltei à busca de um emprego. Era época das vagas temporárias de Natal. Eu precisava aproveitálas para voltar ao mercado de trabalho. Em 20 dias, fui contratada pela loja de moda surfe.

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    Ganhei R$ 2 mil às vésperas do Natal

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    Após o treinamento, comecei a trabalhar numa das maiores lojas da rede, no Shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo. A rotina era puxada. Eu trabalhava 8 horas por dia, seis dias por semana. Às vésperas do Natal, trabalhei sem folga para dar conta do movimento. Mas valeu, tive um bom retorno financeiro. Eu ganhava um salário fixo de R$ 618 e comissões que variavam de R$ 1.200, em outubro, a R$ 2 mil em dezembro. Era tudo o que eu precisava naquele momento!

    Nesse período, eu percebi que, apesar da correria, eu estava sendo testada. Por isso, demonstrava simpatia, era prestativa e atendia bem todos que entravam na loja. Eu precisava dar o melhor de mim para causar uma boa impressão. Queria ser a melhor vendedora. Eu tinha disponibilidade de trabalho em qualquer horário!

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    Eu entendo que essas avaliações são importantes porque não há espaço para todos após as vendas natalinas. Quando aceitei a vaga, sabia que ficaria lá até o dia 30 de dezembro. Ninguém comentou sobre efetivação e eu não criei expectativas.

    Me convidaram a voltar em janeiro

    Poucos dias após o Natal, o gerente que me contratou fez uma visita à loja. Achei que iríamos acertar minhas contas. Ele conversou, um por um, com todos os temporários. Quando fui chamada, já estava pensando na despedida. Mas veio a surpresa: ele me pediu para voltar em janeiro.

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    Fiquei três anos como vendedora. Minhas responsabilidades aumentaram e as cobranças também. Mantive o empenho da época de temporária. E, em todo fim de ano, dava dicas de trabalho para os temporários.

    Meus chefes gostaram tanto do meu trabalho que fui promovida a subgerente, em março deste ano. Meu salário cresceu uma média de 25% e meu sonho agora é ser supervisora geral da rede. Entre as minhas funções, hoje em dia, está o treinamento dos temporários. Sempre contratamos vendedores para Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados e férias de julho. Neste Natal teremos mais 104 vendedores.

    É bastante gente! Mas a quantidade de desclassificados é muito maior. Muitas vezes os candidatos cometem erros banais. Uma vez, um deles dormiu durante a exibição do vídeo com a história da empresa. A falta de interesse na vaga é o principal motivo para a eliminação de um candidato. Além de impedir uma receita extra no fim do ano, isso pode fechar as portas para uma carreira de sucesso.

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    Uma porta de entrada para o mercado de trabalho

    O Natal deve gerar 123 mil empregos temporários neste ano, 7% a mais do que no ano passado, de acordo com a Asserttem, Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário.

    ”Um terço dessas vagas será preenchido por jovens que buscam o primeiro emprego”, diz a diretora da Asserttem, Jismália Alves. Desse total, 17% serão contratados, contra 35% em outros anos.

    A queda é reflexo da crise econômica. ”Muitas empresas demitiram no ano passado e estão contratando os antigos funcionários. Isso reduziu a criação de novas vagas”, diz. O esforço do temporário neste ano terá que ser dobrado para garantir uma vaga em 2010, diz a especialista.

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    Assim como um efetivo, funcionário temporário tem direito a 13º salário, férias proporcionais, horas extras, vale-transporte, FGTS e registro na carteira.

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