Aproximadamente 10% das mulheres são afetadas pela alopecia androgenética – a calvície – até os 30 anos de idade, 50% delas até os 50 anos e 75%, até os 65 anos. Com o passar do tempo, os cabelos se tornam mais finos e a pele do couro cabeludo, visível.
Levando em conta que os fios podem ficar até sete anos na cabeça, eles estão sujeitos a fatores internos e externos que os levam ao envelhecimento. “Apesar de a queda ser uma herança genética, algumas questões podem acelerar esse processo. Entre elas, procedimentos comuns, como tinturas e alisamentos“, explica Leila Bloch, dermatologista, cirurgiã capilar, especialista no tratamento de queda de cabelos e na cirurgia de transplante e autora do livro “Fio a Fio – Dicas para Quem Sofre com Queda de Cabelos e Calvície”.
De acordo com a especialista, quem convive com essas práticas ficará com cabelos mais finos e com menos volume. E há sinais visíveis de que a fibra capilar está danificada, viu? Pontas duplas, frizz, dificuldade para pentear, falta de brilho e fios que quebram e não ficam alinhados são alguns deles.
A parte externa do cabelo é composta por uma cutícula, que é aberta pela tintura para que a cor penetre. Porém, mesmo quando essa cutícula é selada e fechada, o fio já está quebradiço, mais fino e com menor volume. Ao contrário do que muita gente pensa, a cor da tinta não faz diferença, mas sim o tipo que é aplicado. A permanente é a que mais agride e enfraquece a fibra capilar. Porém, quem gosta de clarear os cabelos com luzes precisa ficar atenta: quanto mais a água oxigenada for usada, mais fracos eles ficarão.
Os alisantes, por sua vez, também podem ser bem agressivos. Quando aplicados muito próximos do couro cabeludo, por um longo tempo, são capazes de causar ardência, alergias, queimaduras e até mesmo cicatrizes. Além disso, muitas pessoas fazem o procedimento e lavam menos os cabelos para prolongar a durabilidade, alterando os fungos do couro e deixando-o com mais oleosidade, o que provoca mais inflamação e queda.
Dessa forma, a idade e as práticas inadequadas fazem com que a percepção da calvície aconteça mais rapidamente. De maneira geral, isso ocorre quando cerca de 20% a 30% dos fios já foram perdidos e é possível ver o couro cabeludo. Escovações, chapinhas, alisamentos, tinturas e exposição ao sol são itens que entram na lista desses processos.
Assim, é preciso tomar cuidado com danos cumulativos. Ou seja, quanto mais você realizar certos procedimentos, mais o seu cabelo sofrerá. Como são agressões externas, tinturas e alisamentos devem ser evitados o máximo possível, especialmente por quem tem tendência à calvície. Porém, quem não abre mão de realizá-los deve tomar alguns cuidados.
“Secar um pouco os cabelos com a toalha antes de penteá-los; não usar a força para não quebrá-los; apostar em shampoo sem sulfato e com pH próximo a 5 antes da tintura; investir em condicionador para desembaraçar; não se esquecer da máscara de hidratação uma vez por semana e da hidratação com queratina uma vez por mês; preferir o secador na temperatura fria; e evitar a chapinha, especialmente no cabelo molhado” são algumas das orientações de Leila.
Para tinturas e alisantes, é essencial realizar um teste de mecha e, somente depois, a concentração adequada do produto pode ser aplicada. Quem sempre realiza os procedimentos deve dar um tempo entre uma aplicação e outra. E é preciso ficar atenta também à compatibilidade entre os processos! Se quiser mesmo os dois, faça primeiro o alisamento, com no mínimo duas semanas de intervalo, para não perder a cor da tintura, segundo a profissional.
Ademais, os alisantes não devem ter contato com o couro cabeludo. Vale lembrar também que o formol é uma substância proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a sua utilização não é segura. Existem dois substitutos liberados e que danificam menos os cabelos: o tioglicolato de amônia e a etalonamina. Se possível, opte também por tinturas semipermanentes e sem parafenilenodiamina (PPD).