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Menos romance e mais areia: quando o sexo na praia não sai como o esperado

*Patricia e o namorado resolveram curtir o amor (e o calor) da juventude ao som do mar... Só que nem tudo é como num filme romântico

Por Patricia* em depoimento a Naiara Taborda
13 jan 2023, 07h53

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o verão de 2009, eu e meu namorado escolhemos passar o Ano-Novo e o início do mês de janeiro em Camburi, no Litoral Norte de São Paulo. Em um sábado qualquer da viagem, decidimos ir, junto com o meu cunhado, para a rua principal, onde se concentravam vários barzinhos e baladas movimentados por outros jovens, que queriam aproveitar o melhor do estilo de vida praiano no calor. Fomos de um em um, pegando drinques, dançando e nos divertindo.

 

Como todo casal em início de relacionamento, a gente não se largava. Beijo aqui, mão ali… As coisas foram esquentando e resolvemos dar uma escapadinha ‘discreta’ (só na nossa cabeça, que fique claro) para transar na praia. A ideia parecia ótima: o som das ondas, o céu estrelado, o clima propício — o que poderia ser mais romântico?

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Logo de cara, percebemos que a areia não era nada macia e que a coisa toda não é tão agradável e sexy quanto os filmes fazem parecer ser. Mas existe uma certa persistência na juventude apaixonada, né? Chutamos o incômodo para escanteio e seguimos ali, nos curtindo.

Não demorou muito para termos certeza de que a ideia não tinha sido das melhores. Picadas de pernilongo, areia nos sapatos, na calcinha, na cueca, no sutiã, na boca… Sacudimos (literalmente) a poeira e fomos reencontrar o meu cunhado, que achava que estávamos apenas pegando bebidas e checando como estava a balada que cogitávamos entrar na sequência. Ele não estranhou o tempo passado, e logo pensei: ‘Ufa, nossa pequena aventura passou despercebida!’. Ledo engano.

Na hora de pagar a próxima rodada de cervejas, o susto: o namorado tateou os bolsos e não encontrou a chave do carro. Nos olhamos como cúmplices de um crime e corremos de volta para a praia. Tudo escuro. ‘Onde foi mesmo que deitamos?’ Acho que, talvez, perto daquela árvore ali. Reviramos a areia com determinação por meia hora, e nada da bendita chave.

Era chegada a hora de encarar os fatos: sozinhos, dificilmente encontraríamos — e o cunhado descobriria de qualquer forma. Lasque-se a vergonha: ‘Pior é ter que dormir na rua’, pensamos. Pedimos ajuda e, ele, claro, ficou rindo muito, provavelmente mais das nossas caras desconcertadas por sermos descobertos.

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Passamos as próximas horas procurando, até que, finalmente, encontramos ela ali, praticamente zombando de nós, pertinho do tal tronco, quando já estava próximo do amanhecer. O saldo? Os três com sono, cheios de areia até os cabelos, sem ver a hora de tomar banho e cair na cama.

Hoje, quase 14 anos depois, ainda rimos da situação, mas levamos a lição para a vida: sexo na praia só é romântico na ficção. Na vida real, é um mix de desconforto com vergonha alheia que dificilmente dá certo. Na dúvida, se for se aventurar, prepare-se e cuide bem dos seus pertences — e não diga que não te avisei, ok?”

*Os nomes foram alterados para garantir o anonimato dos participantes. Para contar sua história, escreva para papoaberto@abril.com.br.

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