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Golden shower e outros fetiches sexuais excitantes para experimentar

Além da famosa chuva dourada, fetiches como BDSM, podolatria e transar em público podem apimentar bastante a relação

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 6 ago 2022, 10h44 - Publicado em 6 ago 2022, 10h42
De acordo com a educadora sexual Clariana Leal, todo fetiche que é consentido e não oferece riscos à vida merece ser respeitado.
De acordo com a educadora sexual Clariana Leal, todo fetiche que é consentido e não oferece riscos à vida merece ser respeitado.  (Andrei Ermakov (Getty)/Reprodução)
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Golden shower, bondage ou podolatria: todos nós nos identificamos com algum tipo de fetiche sexual e não há problemas nisso. Por mais que o inconsciente coletivo esteja cercado de tabus e amarras afetivas, é importante sair da zona de conforto e nos permitir vivenciar aventuras na cama — por mais radicais que elas possam soar.

Quando não expressamos a nossa eroticidade em sua totalidade, nutrimos um senso de descontentamento capaz de nos afetar profundamente. “É importante não colocar os fetiches em uma caixa de patologia. Muitas vezes, as pessoas têm desejos específicos, que envolvem transar em certos lugares, tocar determinadas partes do corpo, ser dominado ou se vestir de maneiras diferentes. Estigmatizar esse indivíduo como ‘doente mental’ coloca um peso em diversos campos da sexualidade. É como se o desejo fosse algo ruim e sujo”, afirma Clariana Leal, educadora sexual e especialista em prazer feminino.

Para Clariana, precisamos entender as motivações de nossos desejos ao invés de julgá-los. Se a prática estiver sendo executada por adultos que estão mentalmente estáveis para consentir e estar conscientes do que desejam, o fetiche é válido.

O consentimento é a base de todos os fetiches

“Sempre que falamos de quaisquer práticas sexuais, precisamos abordar alguns acordos que não devem ser ultrapassados. É imprescindível respeitar e conhecer tanto os nossos limites quanto os do próximo”, declara a especialista.

A educadora sexual cita o BDSM [práticas de sadomasoquismo e masoquismo] para exemplificar: “No caso do bondage, muitos utilizam contratos para estabelecer regras e limites. É fácil encontrar modelos na internet. Aliás, em algumas reuniões de sadomasoquistas, existem formulários em que você informa tanto aquilo que faria quanto aquilo que jamais aceitaria. Compreender até onde queremos ir é o primeiro passo para tudo nesta vida”, explica.

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Para além disso, devemos considerar que os fetiches precisam estar atrelados a uma ideia de segurança e redução de danos, para que não ocorra um “atentado à vida”.

Limites são construções sociais

Às vezes queremos vivenciar certas situações, mas desistimos por acreditar que nossos fetiches são inaceitáveis e anormais. Contudo, o conceito de normalidade é um produto social. Acima de tudo, é necessário mergulhar num processo de autoconhecimento para avaliar com assertividade aquilo que queremos ou não explorar.

A seguir, confira alguns fetiches sexuais que você pode gostar de experimentar:

Golden shower

O Golden Shower (ou ‘Chuva Dourada’) é a satisfação de urinar no parceiro durante o sexo. Apesar de parecer extrema, a prática é extremamente comum e prazerosa para quem é adepto. Aliás, a chuva dourada oferece menos riscos do que a penetração. A única dica é evitar que a urina entre em contato com a boca, ânus ou vagina, já que o ácido úrico presente na substância pode causar irritações e infecções mais sérias.

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Sexo em público

“Por mais ‘kink’ que soe, transar em público é algo leve. Esse fetiche só não entra no que chamamos de ‘sexo baunilha’, que envolve clássicos como o ‘papai e mamãe’ e outras práticas bastante comuns”, explica a educadora sexual.

A especialista clarifica que a adrenalina de ser pego pode excitar muitos casais. Porém, é essencial relembrar que ser flagrado por pessoas que não consentiram pode ser considerado como um atentado ao pudor ou até mesmo abuso sexual dependendo da ocasião. Portanto, antes de apostar nesta fantasia, analise o contexto.

Bondage

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O bondage [ou BDSM] é o prazer em dominar ou ser dominado. Para isso, cordas, correntes e algemas podem entrar em cena para potencializar o prazer. E claro, o fetiche envolve algumas formas de agressões que devem sempre ser consentidas.

“Caso deseje praticar, esteja atenta ao que seu corpo está falando. Analise as suas percepções físicas e emocionais, e entenda que isso é normal. Tudo é normal, mas por conta dos tabus, as pessoas apenas não falam tanto sobre”, reitera. Clariana afirma que o ‘bondage’ é ótimo para quem é controlador, porque você está se entregando em um ambiente seguro, onde tudo foi combinado previamente.

“Cada passo é sinalizado. Além disso, ser amarrado pode ser libertador, pois você está abrindo mão do domínio. E esse é apenas um recorte. Podemos gostar da sensação da corda na pele, dos nós sendo entrelaçados. Mas reforço: é muito bom ter um contrato, pois na hora da excitação, podemos nos empolgar e fazer coisas que não havíamos acordado antes. Portanto, se você pedir algo a mais que não esteja combinado, não vai acontecer.”

Amaurofilia

Amaurofilia é o prazer em não ser visto — ou ver — o parceiro. Por mais que alguns possam associar o fetiche à uma baixa autoestima, a prática está relacionada ao senso de aventura de não prever o que irá acontecer na cama, se entregando apenas à experiência sensorial. Para isso, vendas e máscaras podem ser aproveitadas.

Podolatria

A podolatria — prazer por pés — é uma das fantasias mais comuns. Para entendê-la, precisamos relembrar algumas das teorias de Freud acerca da sexualidade. Segundo o psicólogo, a criança começa a explorar o seu senso de prazer observando o corpo dos pais. E essa observação começa de ‘baixo para cima’, por conta da altura do bebê, que tem um campo de visão limitado.

Caso a pessoa tenha sentido excitação ao ver algum pé neste período, a informação permanece fixada no subconsciente. Alguns anos depois, aquela sensação prazerosa da infância pode retornar em forma de fetiche na fase adulta.

Coimetrofilia

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Por mais bizarro que pareça, a coimetrofilia — fetiche em transar em cemitérios — segue um raciocínio semelhante ao ato de fazer sexo em público. Para alguns, sentir prazer em locais inusitados é uma forma de transgressão. A quebra de padrões socialmente estabelecidos oferece excitação para muitas pessoas.

Dicas para todos os fetiches

Independente de qual seja o seu fetiche, a especialista indica que é imprescindível estar em dia com os exames de IST. “Não temos essa cultura de realizar os exames a cada semestre. Precisamos preencher as lacunas em nossa educação sexual, para falarmos disso com os nossos parceiros.”

Por fim, Clariana recomenda trabalhar o nosso mental para acolher o que sentimos. “Às vezes, acontece de nossa parceria não aceitar experimentar o fetiche que queremos. E tá tudo bem. Aí é o caso de abrir a relação, tentar aquilo com outras pessoas ou apenas conviver com a fantasia no campo dos pensamentos. Mas acima de tudo, se acolha. Não coloque um peso, pois isso trará o efeito contrário do desejo”, conclui.

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