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Toda mulher deveria aprender essa lição de Maria, de ‘Meditation Park’

Dona de uma história muito parecida com a de sua personagem, Cheng Pei-Pei fala de autoconhecimento e independência

Por Pamela Malva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 fev 2020, 10h22 - Publicado em 1 abr 2019, 18h59

Na trama do filme Meditation Park, que estreia em 11 de abril, Maria (Cheng Pei Pei, 73 anos) sai de Hong Kong, na China, e vai para Vancouver, no Canadá, sem falar uma palavra de inglês para acompanhar o marido, Bing. Ela depende dele, mas é muito feliz com sua vida.

Um dia, no entanto, ela descobre que seu fiel companheiro, na verdade, não é tão fiel assim. Maria encontra, no bolso do paletó de Bing, uma peça de lingerie e conclui que ele a trai com alguém.

A partir daí, o processo de empoderamento e ganho de independência da protagonista promete chamar atenção de todo o público e fazer pensar a necessidade de confiar em si mesma. Maria ganha amigas e passa a entender que não precisa tanto assim do marido.

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Esse é o começo do enredo do longa, mas Cheng Pei-Pei afirma que o filme tem muito mais a revelar. CLAUDIA conversou com a atriz, que se identifica muito com a personagem. Confira:

Pode contar um pouco sobre a trajetória de Maria no filme?

Maria é uma mulher que imigrou para o Canadá e não faz nada no novo país, ela não trabalha, não estuda e não fala nada de inglês. Ela depende apenas do marido. Em determinado momento, ela descobre que ele a está traindo e tenta descobrir como não depender mais dele. Acredito que todas as mulheres imigrantes acabam passando por essas dificuldades de dependência, de não saber nada nem conhecer ninguém. E, acima de tudo, é uma boa história para pessoas com a minha idade.

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Como você enxerga a trajetória de autoconhecimento dela? O que você sente que mudou dentro dela depois de colocar o relacionamento em xeque?

Quando ela começa a perceber que pode fazer coisas sem depender do marido, Maria começa a ganhar o próprio dinheiro. Ela percebe que pode fazer as coisas sozinha. Ela se posiciona frente a ele, coisa que nunca fez. Em um primeiro momento, ela pensa apenas em dinheiro, já que imagina que, se ela tiver dinheiro, poderá segui-lo, para descobrir onde ele se encontra com a amante. Mas, no meio do caminho, ela conhece outras pessoas que a ajudam no processo de autoconhecimento.

Ela sempre teve medo de ficar sozinha e sempre achou que seu marido estava certo sobre tudo. Depois de descobrir a traição, ela começa a perceber que não é tão certo viver assim, e tem a chance de conhecer novas pessoas. Maria, então, começa a perceber e pensar que é uma pessoa ativa, útil e independente. Ela começa a ficar mais feliz.

Um ponto importante abordado no filme é a dependência financeira e como isso limita Maria. Na sua opinião, qual é a importância da independência financeira para a libertação feminina?

Eu acho que é uma coisa muito importante. Nós não precisamos pedir dinheiro para nossos maridos, podemos fazer dinheiro sozinhas. Podemos independer dos maridos para qualquer coisa, praticamente. Ainda assim, você não deve ser independente apenas financeiramente, sua cabeça deve ser independente também.

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Na sua opinião, o processo de término de relacionamentos e de independência é influenciado, de alguma maneira, pela idade?

Sim, acredito que seja mais difícil fazer tudo isso sendo uma mulher mais velha. Nesse sentido, mulheres mais novas trabalham mais, elas têm uma independência muito maior que a Maria, por exemplo, que é uma mulher muito tradicional. Ela pensa que não pode fazer nada contra o marido, que ele está sempre certo. Mas, um dia, ela finalmente percebe que não deve fazer isso. Ela percebe que deve fazer algo por si própria, assim como várias outras mulheres.

No filme, Maria conhece várias mulheres que têm a mesma idade que ela. Qual é a importância dessa rede de apoio no processo de empoderamento feminino?

É simples: a mulher não se sente sozinha. Quando ela tem amigas, ela percebe que têm pessoas ao lado dela. E isso é uma coisa muito importante de se perceber, mesmo que se tenha uma filha como Maria tem. Os filhos, apesar de muito próximos, não entendem as mulheres completamente, já que têm a própria vida, os próprios problemas. As amigas, portanto, são muito importantes nesse aspecto, ainda mais considerando que têm a mesma idade.

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Qual a importância do autoconhecimento para você? Você acha que o feminismo ajuda as mulheres nesse sentido?

Muito importante, mas muito difícil de conquistar. Você deve, com certeza, sair da sua zona de conforto e conhecer o mundo. Só assim você vai se conhecer melhor. E, do mesmo jeito que a independência, o feminismo te ajuda a se posicionar na sociedade.

Como você enxerga o movimento atual pela autonomia feminina?

As mulheres estão mostrando que, com igualdade, elas podem fazer qualquer coisa. Mas acredito que seja necessário se conhecer antes para se livrar dos rótulos.

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Como sua história é parecida com a de Maria? Você já passou por algum processo de autoconhecimento como ela?

Estou com 73 anos. Tive muitas chances de me conhecer melhor. Quando me divorciei do meu marido, eu não sabia muito bem como me posicionar e o que fazer. Depois de tantos anos, eu entendo melhor as coisas. Tive a chance de me fortalecer, crescer, me posicionar na sociedade.

E sobre Maria… me identifico muito com ela, porque também já fui imigrante. Quando eu imigrei para a América, eu era muito nova. Assim como ela, apenas segui meu marido. É tudo muito parecido. Por isso, por ter essa experiência, digo que todas as mulheres imigrantes devem, com certeza, falar outras línguas, porque não trabalhar é uma situação muito complicada.

Meditation Park estreia nos cinemas dia 11 de abril e conta com Sandra Oh (de Grey’s Anatomy) como Ava, filha de Maria, e Tzi Ma, interpretando Bing Wang, marido da protagonista. Confira o trailer:

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