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Conheça a rota de templos ancestrais de Catamarca, na Argentina

Na província de Catamarca, noroeste da Argentina, um itinerário com fazendas e templos feitos de adobe, tijolos de 10 mil anos.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 08h51 - Publicado em 13 fev 2014, 21h00
Reportagem: Silvia Reali - Edição: MdeMulher (/)
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A Igreja de Andacollo, dedicada a Nossa Senhora.
Foto: Heitor Reali

Na região de Catamarca, província Argentina, viviam mulheres e homens indígenas que cultuavam a mãe-terra e o respeito e o amor aos animais. Com a chegada dos jesuítas espanhóis na metade do século 16, aprenderam a cultuar também a mãe dos céus, Nossa Senhora. Para ela, ergueram templos singelos, construídos com tijolos de terra crua, água, palha e esterco de animais, os adobes, que remontam há 10 mil anos.

A região de Tinogasta é uma das mais importantes da província, distante cerca de quatro horas de carro da capital San Fernando del Valle de Catamarca. É nos arredores de Tinogasta que foi criada a rota do adobe: 55 quilômetros por onde salpicam igrejas, casas, praças, bairros inteiros, bodegas e um aconchegante hotel de charme. Tudo moldado à mão e barro: dos degraus ao telhado e até mesmo chaminés e campanários.
 

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1770, no município de Hualfín, a 70 quilômetros do centro de Tinogasta, é a primeira do roteiro do adobe. Uma das mais belas igrejas catamarquenhas, verdadeira joia da arquitetura popular, tem o exterior imponente, sem ornamentos, e rosado. Conta-se que, na época da construção, para se obter tal tonalidade, misturava-se cal ao sangue de animais mortos.
 

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Conheça a rota de templos ancestrais de Catamarca, na Argentina

O ponto inicial do roteiro é dedicado a Nossa Senhora do Rosário.
Foto: Heitor Reali

Intendência e Igreja de São Pedro

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Seguindo pela estrada principal da rota, chega-se à antiga Intendência, espécie de quartel. No amplo casarão, chama a atenção a espessura das paredes e o telhado construído com grossa camada de terra. Ao seu lado fica a igreja dedicada a São Pedro, onde o muro, a torre e os frisos foram – uma raridade na região – caiados de branco.
 

Conheça a rota de templos ancestrais de Catamarca, na Argentina

A Igreja de São Pedro é uma das poucas que receberam a pintura branca sobre adobe.
Foto: Heitor Reali

Igreja de Nossa Senhora de Andacollo

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Mais à frente, acompanhando o fluir do rio de águas límpidas provenientes do degelo das altas montanhas, está a região de Saia, uma espécie de bairro. Deixa-se a estrada principal para seguir por dentro do leito seco do Rio La Troya. Na época das cheias (de dezembro a março), ele pode ficar tão volumoso que até já quase destruiu a Igreja de Nossa Senhora de Andacollo. Ela mais parece um castelo de areia feito por uma criança caprichosa.
 

Complexo de D. Gregório

Do outro lado da estrada seca, em Anillaco, ficava a fazenda da família de D. Gregório Bazan y Pedraza, onde viviam os peões, que plantavam algodão e árvores de algarrobo. Esse rico comerciante tinha ainda uma capela particular dedicada a Virgem do Rosário, que mandou construir em 1712. De estranha arquitetura e altar com proporções livres, expressa mais uma interpretação nativa do barroco espanhol.
 

Pueblito El Puesto

A próxima parada é o Pueblito El Puesto, onde se destaca a propriedade dos Orquera, cuja Capela do Oratório, construída em princípios do século 18, tem torre e campanário em forma circular moldada no barro. Junto a essa capelinha fica a velha fazenda, onde há uma oliveira de mais de 200 anos. Ali se encontram também pasta de azeitona, vinho artesanal da região, tecidos de teares manuais e capias, doce composto de duas bolachas de farinha de milho tostado, recheadas com doce de leite.
 

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Na bodega de El Puesto são vendidos azeites, vinhos, doces e artesanatos.
Foto: Heitor Reali

Hotel Casagrande

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No final do roteiro, é hora de se recolher no Hotel Casagrande. Essa antiga casona, construída por importante família de imigrantes chilenos, foi restaurada e adaptada para ser um hotel de charme. Seus atuais proprietários fizeram o trabalho com tal esmero que é comum as escolas da cidade e de povoados vizinhos levarem alunos para admirar aquela obra construída em adobe. Como a maioria deles também vive em casas de adobe, a visita tem por objetivo eliminar o preconceito, já que o adobe ainda é tido como material utilizado apenas por famílias de poucos recursos.
 

Para chegar lá

Quem leva

Aerolineas Argentinas  – São Paulo-Buenos Aires, cerca de três horas de voo, e Buenos Aires-San Fernando del Valle de Catamarca, cerca de duas horas.

Onde ficar

Em Catamarca – Amerián Catamarca Park Hotel 

Em Tinogasta – Hotel Casagrande

Aluguel de carro

Hertz

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