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Como as conquistas femininas estão mudando o comportamento dos homens

As conquistas da mulher geraram uma crise masculina e estão forçando uma mudança, diz o psicanalista francês Serge Hefez

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 31 out 2016, 11h32 - Publicado em 19 set 2013, 22h00

Serge: “Vejo que muitos se perguntam o que significa ser homem em nossa sociedade”
Foto: Kai Jüenemann

Como chefe do Departamento de Psiquiatria da Criança e do Adolescente do Hospital da Salpêtrière, em Paris, o psicanalista Serge Hefez está habituado a receber a família de seus pacientes. Em 25 anos de experiência, quase sempre era a mãe que comparecia ao consultório. Mas, nos últimos tempos, ele vem notando que, em um número crescente de vezes, é o pai que acompanha o tratamento do filho. É um sinal claro, defende o especialista, de que há homens em plena transformação, cada vez mais dispostos a assumir tarefas tidas como femininas. “Isso gerou uma crise em torno do conceito de masculinidade”, afirma Hefez, autor de Homens no Divã (Benvirá), livro recém-lançado no Brasil. Em entrevista a CLAUDIA, ele comenta quatro de suas constatações que desenham um novo cenário.

1. Hoje eles se importam mais com a prole.

“De modo geral, os homens sempre gostaram de ter filhos, mas só agora começaram a estabelecer maior conexão com as crianças, a se interessar pelas necessidades delas e a participar dos cuidados desde o início da vida. Alguns pais de hoje trocam fraldas e alimentam o bebê. Isso porque, finalmente, eles perceberam o poder que os pequenos têm de enriquecer os adultos. Por meio dos filhos, passaram a se ver completos, sentimento que antes era relacionado apenas à natureza da mulher.”

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2. Eles foram obrigados a mudar.

“Não foi um desejo voluntário de se adaptar aos novos tempos, os homens foram forçados a isso. Desde a liberação feminina, alavancada pelo advento da pílula, nos anos 1960, eles viram que o modo de encarar o casamento e os filhos deveria ser diferente. Então, se não fossem as novidades ocorridas no mundo feminino, não creio que eles estariam mudando por livre e espontânea vontade. Foi porque a mulher adotou outra atitude que os homens deixaram de se identificar só com o papel do guerreiro viril. E acabaram ganhando muito com isso. Agora há liberdade para que sejam eles mesmos, sem a necessidade de provar sua masculinidade para si e para os outros.”

3. Novos conceitos estão se formando.

“As mulheres conquistaram o mercado de trabalho pra valer e hoje lideram em vários campos. Os homens, por sua vez, estão ingressando nas áreas tradicionais delas, como a casa e os filhos. Mas isso não significa que estão se tornando mais femininos. Acredito que todos nós caminhamos para ser ‘pessoas universais’. Ao vestir tailleur, a mulher não se masculinizou e, ao cuidar do lar, o homem não perde sua masculinidade. Os conceitos mudaram.”

4. Uma crise está tornando os homens mais amorosos.

“Vejo que muitos se perguntam o que significa ser homem em nossa sociedade, porque houve uma revisão de papéis. Ambos os sexos agora podem assumir os mesmos papéis – e estão assumindo. As mulheres tiveram questões semelhantes há alguns anos: `Se for trabalhar, ainda sou mulher?’ Ou: `Se não tiver filhos, ainda sou mulher?’ Agora são eles que estão cheios de interrogações: `O que é esperado de mim?’ Ou: `O que é ser bom pai?’ No consultório, observo que há homens muito interessados em ser mais amorosos e atenciosos com os filhos e a parceira.”
 

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