Atitudes para proteger seu filho dos germes
Aprenda a defender seu pequeno dos germes realmente nocivos e relaxe
Frutas, verduras e legumes devem ser lavados em água corrente e deixados de molho
Foto: Getty Images
A chupeta cai no chão e você corre para lavá-la e fervê-la. A mamadeira encosta na parede e é esterilizada em seguida. Ih… A chupeta caiu de novo? Pois é, a maratona recomeça e parece não ter fim. Toda mãe conhece muito bem essa rotina. E, com certeza, já se perguntou se todos esses cuidados são mesmo necessários. Será que os ambientes pelos quais circulamos normalmente são assim tão contaminados por germes que podem fazer mal ao bebê?
A resposta é sim e não. De fato, há milhares de monstrinhos espalhados por aí. “Estamos cercados por micro-organismos, e muitos usam nosso corpo como habitat”, afirma o infectologista Paulo Olzon. Segundo ele, a maioria desses germes é inofensiva e alguns até ajudam o corpo a produzir vitaminas. Sério! Um dos tipos da vitamina K, responsável pela coagulação sanguínea, por exemplo, é sintetizado por bactérias no intestino.
Até 8 meses
Lavar as mãos antes de pegar a criança e de manusear qualquer alimento ou objeto que será oferecido a ela é imprescindível quando se trata de bebês muito novinhos. A recomendação vale também para antes e depois da troca de fraldas, pois muitas bactérias das fezes podem, por meio das suas mãos, ser levadas à boca do pequeno ou à chupeta, causando doenças. “Colocar uma embalagem de álcool em gel na entrada do quarto do recém-nascido é uma boa ideia. Facilita essa higienização e insinua para as visitas que elas devem tomar o mesmo cuidado”, sugere o toxicologista e pediatra Sérgio Graff.
Olho vivo também nos objetos que o bebê leva à boca, como chupetas, mamadeiras, mordedores e brinquedos. Eles precisam ser higienizados toda vez que caírem no chão, mesmo que seja o do quarto do bebê, ou entrarem em contato com o banco ou o assoalho do carro e as roupas sujas dos adultos.
A partir de 8 meses
Depois que a criança começa a engatinhar, a vida fica mais fácil. “Nessa fase, é inevitável que ela tenha mais contato com micro-organismos que estão no chão”, diz o pediatra Alfredo Elias Gilio. A partir daí, com as vacinas e a melhora da imunidade naturalmente conferida pelo tempo, basta seguir os cuidados rotineiros de higiene, como lavar mordedores, chupetas e brinquedos que são levados à boca de duas a três vezes por dia, com água corrente e detergente. Repita o cuidado também se caírem no chão.
Em compensação, é preciso manter o chão ainda mais limpo. Diariamente, aspire os cômodos por onde a criança engatinha e limpe o piso com pano úmido. A partir de agora, circular pela casa com os sapatos que vieram da rua é proibido, já que é na sola do calçado que muitos micro-organismos perigosos são trazidos para o ambiente doméstico.
Em qualquer idade
Semanalmente, coloque o travesseiro do seu filho ao sol. Manter a casa ventilada e todos os objetos bem secos é outra medida que ajuda a prevenir contaminações. “A maioria dos germes gosta de ambientes úmidos e abafados e não sobrevive muito tempo fora deles. É por ficarem ao ar livre e sob o sol, inclusive, que os tanques de areia geralmente são higienicamente seguros”, garante Olzon.
Em relação aos alimentos oferecidos ao filhote, todo cuidado é pouco. Frutas, verduras e legumes devem ser lavados em água corrente e deixados de molho em solução desinfetante (1 litro de água mais 1 colher de sopa de água sanitária de boa procedência e sem cheiro por cinco minutos). Enxágue novamente. E carnes e ovos não devem ser servidos crus ou malpassados.
Outra recomendação importante é nunca, em idade nenhuma, beijar a criança na boca nem compartilhar talheres com ela. “Muitos micróbios se alojam na saliva e são transmitidos por ela, como herpes labial, cárie, candidíase e até gastrite”, afirma Figueiredo.