Ao menos um em cada cinco profissionais já sofreu com assédio sexual no trabalho. No Brasil, apenas no primeiro semestre de 2017, 31% das mulheres relataram ter sido assediadas por um superior, segundo levantamento feito pelo Locomotiva Instituto de Pesquisa. Mesmo assim, piadinhas de cunho sexual ainda são consideradas aceitáveis por 28% da população masculina, como indicam dados da Ipsos e do Global Institute for Women’s Leadership. Entre as mulheres, a porcentagem é de 16%.
Realizada a nível global, a pesquisa ouviu trabalhadores de 27 países a respeito de práticas no ambiente de trabalho. Além das piadas, os participantes foram entrevistados, entre outras coisas, sobre encontros românticos entre colegas e sobre mostrar materiais com conteúdo sexual no local onde trabalham. Em escala nacional, 26% dos homens brasileiros apontaram uma aceitação quanto às piadas e histórias de natureza sexual, contra 15% das mulheres.
Elogiou ou assédio?
O estudo também avaliou o posicionamento das pessoas a respeito de fazer elogios não relacionados ao desempenho profissional a um colega de trabalho. 67% dos participantes da pesquisa acham que é aceitável elogiar um colega do sexo oposto por sua aparência ou vestimenta. A opinião dos brasileiros é quase a mesma: 65% consideram a prática normal.
O cenário muda levemente quando os elogios são relacionados às roupas ou aspectos físicos de colegas do mesmo sexo. No mundo, 71% consideram que é aceitável. No Brasil, são 68%. Quando comparadas as opiniões de homens e mulheres, nota-se uma maior resistência masculina em elogiar a outros homens: 61% deles está confortável com esse comportamento, contra 73% delas.
Convidar um colega de trabalho para um encontro romântico é considerado aceitável para mais da metade (52%) dos homens entrevistados globalmente; menos da metade (41%) das mulheres, entretanto, faria o mesmo. No Brasil, a aceitação é de 55% entre os representantes do sexo masculino e de 50% entre o sexo feminino. Insistir no convite mesmo após a recusa, porém, é admissível globalmente para 15% dos entrevistados e 9% das entrevistadas. A tolerância brasileira acaba por ser maior: 26% dos homens acham que é uma prática aceitável, contra 18% das mulheres.