Por que nosso sono vai de mal a pior?
Estudo de 716 milhões de noites apresentado no Congresso Mundial do Sono 2023 traz importante diagnóstico global e propõe o que fazer para melhorar descanso
Todos nós perdemos o sono, literalmente, com a pandemia. Passado esse grave período, porém, nossa qualidade do descanso melhorou, certo? Infelizmente, errado. Um estudo inédito apresentado no Congresso Mundial do Sono 2023 pela Samsung trouxe dados coletados a partir de 716 milhões de noites de sono de 64 milhões de usuários ativos do app Samsung Health em 195 países, entre eles o Brasil.
Como está o nosso sono?
A análise, que levou em conta o período de junho de 2021 a maio de 2023, sinalizou que globalmente estamos dormindo menos e acordando mais vezes durante a noite. Em números concretos, são pelo menos 4 minutos a menos na duração do sono, e 1,3 minutos a mais despertos.
Isso significa que a eficiência do sono (a diferença entre o tempo em que estamos deitados e o tempo efetivamente dormimos) caiu, o que impacta diretamente na nossa qualidade de vida também durante o período de vigília. No recorte de gênero, a eficiência feminina é maior que a masculina, mas ainda falta muito para chegarmos ao patamar ideal.
Monitorar as fases do sono
Os dados anônimos, coletados apenas dos usuários do app que optaram por compartilhar suas informações, são medidos a partir dos smartwatches, que possuem sensores capazes de monitorar a qualidade do sono em suas diversas fases, do sono leve (em que ainda estamos nos mexendo bastante) ao profundo (quando acontece a nossa reparação física, ligada ao coração), passando pela fase REM (momento crucial para o reset psicológico que precisamos) e os momentos acordados (ainda que nem sempre tenhamos consciência de cada micro-despertar).
Os resultados são muito próximos ao de uma polissonografia, mas sem o desconforto dos fios conectados ao corpo todo no exame realizado fora de casa. O Galaxy Watch6 e a One UI 5 Watch trazem informações como temperatura da pele, nível de oxigênio no sangue e ronco (sim, dá para ajustar o celular para gravar o barulho e tirar a prova da existência do distúrbio). Quer saber qual região é a que mais ronca no levantamento? A Europa, mais de 1 hora por noite (socorro!).