Novo anel vaginal é capaz de reduzir em 30% os riscos da contaminação por HIV em mulheres
A novidade está no antiviral experimental dapirivina contido no anel, que se propaga gradualmente no canal vaginal
Segundo resultados de dois testes clínicos divulgados nesta segunda (22) no periódico científico New England Journal of Medicine, um anel vaginal contendo um novo microbicida é capaz de reduzir em 30% o risco médio de infecções pelo vírus do HIV em mulheres.
A novidade está no antiviral experimental dapirivina contido no anel, que se propaga gradualmente no canal vaginal. Os anéis devem ser trocados mensalmente e são bem semelhantes aos utilizados para a contracepção e tratamentos hormonais.
Os resultados dos dois testes clínicos,”Aspirine” e “The Ring”, foram realizados em 4.588 mulheres HIV-negativas com idades de 18 a 45 anos de três países africanos entre os anos de 2012 e 2015. A inovação foi apresentada na Conferência sobre os Retrovírus e as Infecções Oportunistas (CROI) que ocorre nesta semana em Boston, Massachusetts.
O melhor desempenho ocorreu em mulheres com mais de 25 anos, o que representa uma redução do risco infeccioso de 61% e 37%, nos estudos “Aspirine” e “The Ring”, respectivamente. A notícia foi recebida com entusiasmo pela comunidade internacional, visto que segundo dados do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), atualmente, cerca de 37 milhões de pessoas são soropositivas no mundo, sendo metade destas pessoas mulheres.
“Estes resultados dão uma nova esperança a inúmeras mulheres com alto risco de infecção que precisavam de mais opções para se proteger de maneira eficaz contra o HIV” declarou ao apresentar o estudo a microbiologista Zeda Rosenberg, à frente do centro International Partnership for Microbicides (IPM).
Confira abaixo um dos capítulos (em inglês) da série Real Voices realizada pelo IPM, em que cientistas, advogadas, médicas e mulheres africanas compartilham suas visões sobre a necessidade da proteção feminina para reduzir os riscos da infecção pelo HIV.