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7 dias sem comer? Por que a opção de Mayra Cardi é tão polêmica

Influenciadora recebeu críticas nos últimos dias por divulgar jejum total de sete dias nas redes sociais

Por Sarah Catherine Seles
Atualizado em 4 Maio 2021, 11h28 - Publicado em 3 Maio 2021, 18h30

Mayra Cardi, empresária e ex-BBB com mais de 6 milhões de seguidores, virou assunto nas redes sociais desde a última sexta-feira, 30. Desta vez, a polêmica envolveu uma nova dieta da influenciadora que se autointitula “líder em emagrecimento natural e analista comportamental”, o novo método envolve um jejum total de sete dias.

“Quero conectar meu corpo, minha mente, minha alma. Cinco dias sem comer nada. Só água, oração, muito estudo. Tanto estudo bíblico, quanto a quântica, quanto a ciência”, afirmou Mayra em seu perfil. 

Depois de receber diversas críticas, a empresária disse que não fez o jejum para emagrecer, mas sim por propósitos espirituais. Fiz jejum de sete dias com supervisão e com a finalidade de saúde, alma, oração e estudos. Quem quiser saber mais, tem uma live com o profissional do meu IGTV. Não fiz para emagrecer, porque sou contra e tenho dois programas de emagrecimento, e nenhum usa jejum. Sem mais”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Apesar disso, após sete dias sem se alimentar, ela postou um antes e depois, mostrando seu corpo e como tinha perdido peso e medidas. “Olha, gente. Olha a pele, olha a cinturinha. Não tem nada”, contou feliz.

No vídeo em que fez se justificando, Mayra diz que não vai esperar a Organização Mundial da Saúde declarar que o jejum é benéfico, quando já estudou por meio artigos científicos – que foram disponibilizados em suas redes sociais.

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Esses artigos, no entanto, não evidenciam esses benefícios. Entre os seis links que Mayra compartilhou, estava incluso um panfleto de uma clínica de emagrecimento e eventos em alemão. Apenas um deles era um estudo, mas que, se analisado, não traz informações de fato benéficas.

O que dizem os especialistas

Segundo o nutrólogo Fernando Cerqueira, existem benefícios comprovados no jejum. “Segundo estudo feito na Universidade da Califórnia, publicado na revista Cell Metabolism, foi comprovado que o jejum de 14 horas traz benefícios, se aliado ao tratamento médico correto, podendo prevenir diabetes e alguns tipos de doenças cardíacas.”

Mas o especialista reforça a importância de um acompanhamento médico para a realização de qualquer tipo de jejum. “Algumas pessoas têm usado o jejum intermitente por longos períodos e isso é desaconselhado, pois pode desencadear desregulações no sistema nutroneuro metabólico, que mantém a regulação corporal e sua disponibilidade energética, causando complicações ao corpo”, afirma Fernando. 

O jejum pode gerar benefícios, mas não em todas as situações. “Temos que entender que nem tudo que é bom para um é bom para o outro”, conclui o nutrólogo. Além disso, segundo ele, longos períodos sem alimento podem gerar perda de massa muscular e influenciar diretamente na saúde psicológica.

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Existem poucos estudos relacionados aos efeitos do jejum no ser humano, mas pesquisas em ratos evidenciaram que a restrição alimentar é positiva. Sophie Deram, autora do livro O Peso das Dietas e PhD em Nutrição e pesquisadora em neurociência do comportamento alimentar, aponta que é importante levar em conta as diferenças entre os seres humanos e os animais.

“Há muitos estudos de ratos em gaiolas e você já entende que não tem nada a ver com nosso dia a dia. A gente não é rato e nem vive em gaiolas”, conclui.

Distúrbios alimentares

As dietas e jejuns podem gerar o efeito contrário, o famoso efeito sanfona. As pessoas emagrecem e depois de certo tempo o corpo volta ao que era antes e, às vezes, ainda com mais peso. “Aí [a pessoa] fica mais triste, insatisfeita com autoestima baixa e entra em um ciclo vicioso”, conclui a especialista Sophie Deram.

A influência das redes sociais leva as pessoas a essas práticas, o que torna o problema ainda mais sério com consequências psicológicas e físicas. Restrição alimentar sem supervisão pode levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, como bulimia, anorexia ou até doenças psicológicas como a depressão.

A médica aponta que as redes sociais, como o Instagram, podem colaborar ainda mais com esse sentimento de insatisfação com o corpo. “A rede social se promove por imagens, ou seja, nossa identidade agora é só uma imagem. Não é mais quem você é ou o que você faz, mas como você aparece. Estamos em uma epidemia de ansiedade. (…) A gente está totalmente transtornado, tanto com a comida quanto com o corpo. As pessoas valorizam mais o peso na balança do que a saúde”, faz o alerta.

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