8 hábitos considerados inofensivos que acabam com a sua saúde
Dr. Bactéria desmascara os hábitos que passamos a vida inteira acreditando serem saudáveis
E se disséssemos que secar a louça com pano faz mal para a saúde? Ou então, afirmássemos que lavar carnes com água pode provocar uma série de doenças? Parece absurdo, visto que esses são hábitos considerados inofensivos (e até mesmo saudáveis) pela grande maioria. Porém, todas essas afirmações são absolutamente verdadeiras.
Muitos costumes que herdamos de nossos pais e avós, por mais enraizados que estejam na cultura, mais prejudicam do que favorecem. Pensando nisso, entrevistamos Roberto Martins Figueiredo , mais conhecido como Dr. Bactéria, biomédico brasileiro referência quando o assunto é limpeza. A seguir, ele desconstrói todos os hábitos que, apesar de parecerem corretos, são definitivamente nocivos.
1. Secar a louça com pano
Um fato chocante: um pano de louça possui um milhão de bactérias a mais do que a tampa de um vaso sanitário, de acordo com o especialista. Sendo assim, ele acaba contaminando a louça, ao invés de secá-la. “Por ser úmido e conter restos de alimentos, acaba se tornando um ótimo ambiente para o desenvolvimento de bactérias”, afirma.
Se estivermos com a imunidade baixa, alguns desses organismos nocivos podem trazer uma série de complicações, como resfriados, gripes, furúnculos, salmonelose, diarreia e vômitos.
E qual é a melhor alternativa? Deixar os utensílios secarem normalmente no escorredor, segundo o biomédico.
2. Lavar carne ou frango com água
Esse é um dos hábitos mais enraizados em nossa cultura, especialmente por conta da água estar intimamente ligada à higiene.”Eu tomo banho para me sentir limpo. Lavo o carro para deixá-lo higiênico. Mas com carnes e frangos, não funciona dessa forma”, afirma.
O motivo? As bactérias estão presentes nas fibras da carne, não sendo possível removê-las com água. “Lavando a carne, aumentamos a quantidade de água no alimento. E adivinhe? As bactérias adoram água. Com isso, aumentamos e espalhamos a contaminação por toda a carne, o que pode ser muito perigoso”, revela.
Portanto, não lave de forma alguma, pois a própria fritura ou cozimento são processos capazes de remover as bactérias sem espalhá-las. “No caso de peixes, lave apenas para tirar escamas e barrigada”, complementa.
3. Lavar o banheiro com água sanitária
O especialista explica que, em hospitais, é comum desinfetar o ambiente, pois há bactérias de doentes circulando pelo local. Contudo, em nossas casas, não há pessoas doentes. “Se existir algum, o certo é levá-lo ao hospital”, brinca.
Tendo em mente que não existem organismos extremamente nocivos em um banheiro comum, a ideia de higienizá-lo com água sanitária se torna ainda mais absurda. “Um minuto após usar o produto, as bactérias já estão circulando novamente no ar”, diz.
Roberto traz, inclusive, um alerta importante: jamais faça as famosas misturinhas caseiras com água sanitária, pois são altamente tóxicas. “Há pessoas que misturam com vinagre, com detergentes, e diversos outros produtos. A consequência é a liberação de gás de cloro que pode chegar a matar”, afirma.
Além disso, o cloro presente na água sanitária, ao respingar em nossas mãos, pode provocar dermatite de contato. Se houverem bichos de estimação em casa, eles também podem sofrer com dermatites. Sem contar que, ao cair em utensílios domésticos, causam enferrujamento.
Para limpar o banheiro de forma segura, Dr. Bactéria recomenda separar um litro de água e acrescentar uma colher de sopa de detergente, e outra, na mesma quantidade, de bicarbonato de sódio. Misture, e use no ambiente para remover a sujeira e o cheiro.
E em quais situações a água sanitária é recomendada? Segundo Roberto, nas seguintes tarefas: limpeza de hortaliças, frutas e panos que não sejam coloridos. “Você também pode usá-la para desinfetar a máquina de lavar, uma vez ao mês”, diz.
4. Arrumar a cama assim que acordamos
Muitos coaches falam que, para ter um bom rendimento durante o dia, precisamos arrumar a cama assim que acordamos. A ação, supersticiosa, diga-se de passagem, acaba trazendo prejuízos à saúde.
“Perdemos cerca de dois litros de água por dia através da urina, fezes e transpiração. Grande parte dessa água, inclusive, é perdida enquanto dormimos”, afirma.
Portanto, ao acordar e já forrar a cama, garantimos que a umidade permaneça debaixo dos lençóis. “Isso facilita a vida dos ácaros. Com umidade e os restos de pele presentes na cama, eles têm alimento e água. Com isso, se reproduzem em maior quantidade e depositam mais fezes. Isso, a curto e médio prazo, provoca rinite, gatilho de asma e até mesmo dermatite atópica”, revela.
A melhor alternativa para combater o problema é diminuir a umidade tanto do quarto quanto da cama. “Deixe para arrumar a cama apenas duas horas depois que acordar”, recomenda.
5. Colocar travesseiro no sol
Ao colocar um travesseiro no sol, o esquentamos por fora e geramos uma certa oleosidade por dentro, oferecendo a temperatura ideal para o acasalamento dos ácaros.
6. Colocar latas de alimento na geladeira
Essa, sem dúvidas, é uma das atitudes mais perigosas, pois, de acordo com o Dr. Bactéria, a lata de alimento possui verniz em sua parte interna. “Dentro do verniz, existe uma substância chamada Bisfenol A. Esse composto orgânico, quando ingerido, pode provocar mudanças hormonais, câncer de útero, ovário e próstata, problemas cardíacos e até mesmo endometriose”, afirma.
E como o bisfenol migra da lata para o alimento? Através de mudanças de temperatura. Portanto, ao expor o verniz à temperaturas baixas, aumentamos o risco de contaminação.
7. Cortar carne na tábua de madeira
O plástico é a melhor superfície para cortar carnes, pois é possível lavá-lo após o uso. Entretanto, isso não ocorre com a tábua de madeira. “O calor não passa pela madeira, portanto, não adianta tentar higienizá-la com água quente. Bactérias por capilarização penetram no meio da tábua, e praticamente nenhum composto é capaz de removê-las”, afirma.
Ele continua: “Se tentarmos usar água sanitária, também não dá certo, visto que o cloro é inativado em contato com matéria orgânica. Lembrando que, sim, a madeira é matéria orgânica por ser originada de uma árvore”, brinca.
A forma mais segura de cortar carnes é, novamente, utilizando ou uma superfície de plástico ou uma de vidro. “De preferência, separe as de plástico por cor. Use vermelho para carne crua, branca para produtos prontos, e verde para hortaliças. Assim, você evita passar as bactérias de um alimento para o outro.”
8. Comer alimentos que passaram formigas
Se uma formiguinha passar por cima de um bolo, muitos não ligam em apenas dar um tapinha no doce e comê-lo normalmente. A formiga, sem dúvidas, é vista como um inseto inofensivo.
Contudo, Dr. Bactéria garante que tal afirmação passa longe de ser verdade. Ele traz um exemplo: “Você não comeria um bolo se houvesse uma barata em cima dele, certo? Porém, se você colocar uma barata no meio da cozinha e ir dormir, é muito provável que ela não esteja mais lá na manhã seguinte. Quem a levou? As formigas. E para onde elas foram em seguida? Para o seu bolo”, afirma.
Resumidamente: acabamos comendo a barata por tabela. Formigas, segundo o especialista, são um dos maiores agentes vetores de germes. “Elas passam no lixo, no vômito, nas fezes. Então, se percebê-las em algum alimento, jogue-o fora”, conclui.
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