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“Ginástica Natural”: o treino queridinho de quem busca corpo forte e mente leve

Pular, rastejar, rolar… Conheça a ginástica natural, atividade física baseada em movimentos de animais que integra corpo e mente

Por Fernanda Bassette
22 out 2025, 13h27
Ilustração de uma pessoa fazendo ginástica natural
A ginástica natural é uma forma poderosa de movimentar o corpo (Luana Alves/CLAUDIA)
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Inspirada nos movimentos do corpo humano, dos animais e na fluidez da natureza, uma modalidade genuinamente brasileira vem se destacando como uma alternativa eficiente aos treinos convencionais. Criada na década de 1980, no Rio de Janeiro, a Ginástica Natural foi desenvolvida pelo professor e preparador físico Álvaro Romano, hoje com 69 anos.

O que é a Ginástica Natural?

A proposta é simples e poderosa: unir movimentos funcionais, respiração intencional e consciência corporal em uma prática que promove saúde, longevidade e qualidade de vida. A técnica combina elementos de ioga, jiu-jítsu, alongamento e exercícios funcionais, criando um método próprio que nasceu nas areias cariocas, a céu aberto, em contato direto com a natureza.

Hoje, 45 anos depois, o que começou ao ar livre se adaptou às cidades e conquistou novos espaços, inclusive dentro das academias, onde o método tem sido incorporado como uma alternativa eficiente, acessível e inspiradora aos treinos tradicionais, adaptando-se aos mais diferentes públicos, do atleta profissional ao iniciante sedentário.

“Tem muita influência da minha vida pessoal com a minha vida profissional na criação da Ginástica Natural. Eu cresci no subúrbio do Rio e todas as minhas atividades eram ao ar livre. O meu desenvolvimento motor foi baseado em brincadeiras de rua. Eu vivia uma vida de praia”, conta Romano, que é formado em Educação Física. 

“Quando fui para a universidade, queria levar para as aulas esse conceito de atividade física livre, sem precisar estar dentro de uma academia cheia de aparelhos”, acrescenta. 

Ilustração de uma pessoa fazendo ginástica natural
Ginástica natural combina modalidades diferentes (Luana Alves/CLAUDIA)

Em sua trajetória no desenvolvimento do método, o educador revela que decidiu mergulhar profundamente no estudo do movimento humano com um objetivo ambicioso: tornar-se um dos maiores especialistas na área.

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Mas esse caminho, segundo ele, não poderia ser apenas teórico — era preciso muita prática. Tudo o que ensinava, primeiro testava em si mesmo, repetindo os movimentos inúmeras vezes até que ficassem perfeitos e fizessem sentido.

O processo foi longo e exigiu dedicação intensa. Romano lembra que passava horas diárias treinando, especialmente nos primeiros anos, quando tudo ainda era experimentação e intuição, antes de o método se consolidar. “A primeira fase foi muito difícil”, recorda. Mas havia um princípio que sempre o guiou: valorizar o próprio corpo como principal ferramenta, sem depender de acessórios ou aparelhos.

Como a Ginástica Natural ajuda na reconexão com o corpo?

Ao contrário dos treinos convencionais, realizados muitas vezes com aparelhos de musculação dentro das academias, a Ginástica Natural propõe uma reconexão com os movimentos fundamentais do corpo humano — como rastejar, rolar, agachar, saltar, empurrar e sustentar o próprio peso de forma fluida, funcional e integrada.

Hoje, ela é cada vez mais procurada por pessoas que desejam mais autonomia física, leveza e bem-estar.

Os animais serviram de fonte de inspiração para nomear diversos movimentos — do sapo, do macaco, do tigre, da aranha. “A posição do samurai, por exemplo, começa com o movimento do sapo. Não se trata de imitação, mas sim de compreender como os animais se movem com flexibilidade e força, integrando o corpo como um todo”, explica Romano.

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Foi em 2019, durante as aulas em uma academia de jiu-jítsu, que a professora Emy Lopes teve seu primeiro contato com a Ginástica Natural, apresentada pelo professor Marcello Sousa. A identificação foi imediata. “Foi amor à primeira vista”, relembra. Frequentadora assídua das aulas, Emy logo começou a perceber mudanças no corpo — especialmente na coordenação motora e na maior consciência dos movimentos.

A conexão com a prática foi tão intensa que acabou mudando os rumos de sua vida profissional. Motivada pelos benefícios que sentia e pelo desejo de levar essa experiência a outras pessoas, Emy decidiu cursar Educação Física, um pré-requisito para a certificação.

“O que me estimulou a ensinar a ginástica natural foi a simplicidade e a adaptabilidade do método. Não importa quão condicionado seja alguém — sempre há espaço para evoluir”, diz.

Ilustração de uma pessoa fazendo ginástica natural
A ginástica natural ajuda na reconexão com o corpo (Luana Alves/CLAUDIA)

Um dos principais diferenciais da técnica é justamente a reconexão com movimentos que fazem parte do repertório humano desde a infância, mas que são muitas vezes esquecidos com a vida adulta e o sedentarismo — o que a professora Emy chama de “retorno ao chão”.

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“Depois de adultos, deixamos de rolar no chão, pular, nos mover de forma solta e instintiva. A Ginástica Natural devolve isso às pessoas de maneira planejada, consciente e segura”, explica.

Essa retomada do movimento instintivo, combinada a uma abordagem cuidadosa e funcional, impacta não só o corpo, mas também a mente. “A Ginástica Natural atua em todas as valências físicas: melhora a força, a resistência cardiorrespiratória, a coordenação e o equilíbrio. Mas o que mais salta aos olhos nas primeiras semanas é o ganho de mobilidade e flexibilidade”, afirma Emy. 

Para ela, os benefícios vão muito além da estética ou da performance. “Na vida real, gosto de pensar que todo movimento, quando feito de forma sistêmica, se transforma em exercício. Esse exercício vira hábito. E o hábito, com o tempo, se traduz em qualidade de vida”, pontua.

A Ginástica Natural serve para atletas e não-atletas

Nos últimos anos, a Ginástica Natural passou a ser adotada por treinadores e atletas de alto rendimento. Nomes como Anderson Silva, Junior dos Santos, Vitor Belfort, Rickson Gracie e diversos surfistas profissionais aderiram ao método, que hoje é praticado também em países como os Estados Unidos, onde Romano conduz workshops e certificações. 

No entanto, o grande diferencial da prática continua sendo sua universalidade: “Não importa idade, altura, peso, aptidão física ou histórico esportivo. A prática se adapta às diferentes necessidades e é aplicável a qualquer indivíduo”, diz Emy. E isso se reflete também na forma como as aulas são elaboradas. 

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Em turmas coletivas, os treinos são estruturados com base em perfis variados, respeitando os diferentes níveis de condicionamento e possíveis limitações de cada aluno, beneficiando desde o mais lesionado até o mais condicionado.

Já nas aulas individuais, o planejamento é feito com especificidade: “Se é um atleta, buscamos melhorar o desempenho dentro da modalidade. Se é um não-atleta, trabalhamos com base nas dificuldades apresentadas na avaliação inicial para melhorar a condição física global”, diz.

Mas há desafios. Um deles, segundo a instrutora, é desmistificar a ideia de que as posturas da Ginástica Natural “parecem fáceis demais”. “Muitos leigos não compreendem a finalidade de movimentos tão diferentes dos tradicionais ‘puxa e empurra’ da musculação. E aí vem o trabalho de formiguinha de mostrar que nosso corpo é capaz de muito mais.”

No fim das contas, a proposta continua simples: fazer do corpo um aliado, reconectar-se com a própria natureza e tornar o movimento uma ferramenta de saúde e autonomia acessível a todos. Afinal, como diz a professora Emy, “o único pré-requisito para começar, é querer”.

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