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Dieta nórdica: nova forma saudável de perder peso

Alimentação comum nos países do norte da Europa, baseada em consumo de peixe, produtos orgânicos e de cultivo ecológico, se espalha pelo mundo e é apontada por especialistas como uma das mais efetivas para quem quer emagrecer com saúde

Por Amanda Figueiredo
Atualizado em 28 out 2016, 14h39 - Publicado em 3 fev 2015, 09h18
Getty Images
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Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia estão não só entre os países mais desenvolvidos da Europa, mas também são os que apresentam menores índices de obesidade do mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 5% da população da região está acima do peso. De acordo com estudos, muito se deve ao jeito de se alimentar dos povos do norte europeu, chamado de dieta nórdica (ou viking), que prega o consumo de peixe, produtos orgânicos e de cultivo ecológico – sem agrotóxicos.

Esse estilo de alimentação, que já ganhou milhares de adeptos e vem sendo apontado por especialistas como um dos mais saudáveis e efetivos para quem quer perder peso, reúne 80% de grãos, legumes, verduras e frutas vermelhas, e 20% de carnes – ou peixes, aves e, no caso dos nórdicos, caça (livres de hormônios). Tem alguns pontos em comum com a já popular dieta mediterrânea, mas nesse caso o azeite é substituído pelo óleo de colza, mais rico em ômega 3 e com menos gordura.

Seus resultados benéficos foram comprovados pela Universidade de Copenhague. Um estudo publicado pela instituição no final de 2014 acompanhou 147 voluntários durante 26 semanas em que aderiram ao estilo alimentar nórdico e nas 52 semanas seguintes, sem intervenção de especialistas. O trabalho concluiu que pessoas que seguiram essa dieta perderam três vezes mais peso de quem adotou a mediterrânea, além de apresentarem controle da pressão arterial e diminuição do colesterol.

Conheça os pilares da dieta nórdica e entenda os benefícios que eles trazem para a saúde:

Raízes (batata, beterraba, cenoura e nabo)
As raízes são constituídas por vitaminas, minerais e substâncias que, quando consumidas em quantidade moderada, ajudam a emagrecer. Esses alimentos apresentam também baixo índice glicêmico, o que torna mais lenta a absorção de açúcar pelo organismo.

Vegetais (couve-flor, repolho e brócolis)
Poderosos antioxidantes, ajudam a prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento. “Os antioxidantes neutralizam os radicais livres, que causam danos às células saudáveis. Ainda evitam doenças cardiovasculares e reduzem o colesterol”, esclarece a nutricionista Carla Nordi Dovigo, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo..

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Folhas verdes (couve, espinafre e acelga)
Além de pobres em calorias, são excelentes fontes de vitaminas A, C e K, cálcio e ferro. “Fornecem também fibras essenciais que contribuem para o bom funcionamento intestinal”, explica a nutricionista.

Legumes (lentilha e feijão)
São ricos em carboidratos, que durante o processo de digestão liberam o açúcar para o sangue de forma lenta, levando a uma estabilização da glicemia e da liberação de insulina, favorecendo o controle do peso. “Também são boas fontes de proteínas e de vitaminas do complexo B, que ajudam a equilibrar a ansiedade, o estresse e a fadiga”, afirma Carla Nordi Dovigo.

Frutas vermelhas( morango, mirtilo, amora e framboesa)
A nutricionista Letícia Manduca explica que as frutas vermelhas e arroxeadas são ricas em antioxidantes, por isso, são ótimas opções para compor uma dieta balanceada. “Os antioxidantes são substâncias que combatem os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento das células, sendo assim, previnem doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, doenças do coração e câncer, além de retardar o envelhecimento”, esclarece. 

Grãos integrais (centeios, cevada e aveia)
Os grãos integrais contêm muitas fibras e pouca gordura. “Também oferecem ao organismo vitaminas do complexo B, proteínas, minerais e antioxidantes”, diz a nutricionista Lenycia Neri.

 Bebida láctea orgânica e desnatada (iogurte orgânico e leite desnatado)
Fonte de cálcio, proteínas, potássio e fósforo, possui menos da metade do teor de gordura da versão integral da bebida.

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Peixes (arenque e salmão)
“Estes dois peixes são as melhores fontes de ômega 3, que são cardioprotetores, evitam a formação das placas que obstruem as artérias, reduzem o colesterol e combatem os triglicerídeos”, afirma Carla Nordi Dovigo.


Adaptação para a alimentação brasileira

O médico Thomas Meinert Larsen, um dos responsáveis pelo estudo na Universidade de Copenhagen, explicou em um congresso de cardiologia em Barcelona, Espanha, que seus princípios podem ser aplicados em qualquer lugar do mundo. “Toda dieta que afasta do junk food, do processado e dos açúcares em todas as suas formas e que estimula o consumo de vegetais é válida”, comenta.

Já a chef e consultora dinamarquesa Trine Hahnemann, autora de The Nordic Diet livro que reúne 180 receitas que seguem os princípios da alimentação nórdica, garante que dieta nórdica significa comer o que está próximo de você. “É o que fará bem não só a seu organismo, mas para a sustentabilidade do planeta. No Brasil, por que não substituir o trigo usado para fazer pães pela mandioca? É esse o sentido”, disse em sua passagem pelo Brasil em uma palestra no Rio de Janeiro.

 “Estes alimentos que fazem parte da dieta nórdica podem ser substituídos por alimentos com composições nutricionais muito semelhantes e que são mais comuns na mesa dos brasileiros”, garante a nutricionista Carla Nordi Dovigo. Segundo a especialista, arenques podem ser trocados por sardinha ou atum, também ricos em ômega 3, e frutas cítricas consumidas em vez de vermelhas, igualmente nutritivas e compostas por antioxidantes. “Já as aves de caça são ricas em proteínas, assim como os cortes de aves criadas sem hormônio aqui no Brasil”, acrescenta. 

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