YouTube Kids garante que Momo não apareceu em vídeos
Nos últimos dias, pais afirmaram que seus filhos acessaram imagens inadequadas na plataforma
Após a repercussão da notícia que a personagem Momo estaria aparecendo em vídeos infantis ensinando crianças a se suicidarem, o YouTube Kids afirmou que o conteúdo da plataforma está seguro e que não houve nenhuma aparição da boneca em seus vídeos.
Mesmo com pais relatando que seus filhos também tiveram acesso aos vídeos assustadores, o gerente de comunicação do YouTube na América Latina, Cauã Taborda, garante que os filtros aplicados ao YouTube Kids jamais deixaria passar conteúdo inapropriado.
“Além da análise automática, que existe também no YouTube convencional, no YouTube Kids, contamos com a curadoria humana feita por mais de 10 mil pessoas. Elas, basicamente, pegam o conteúdo que está disponível no YouTube e filtram os conteúdos infantis, certificando-se que, de fato, são adequados para esse público. Só então aquele conteúdo fica disponível para o Kids”, explicou à Revista Crescer.
Além disso, o porta-voz reitera que a plataforma não é passível de ser burlada ou hackeada, como foi pensado por muitos. “Para que um hacker ou qualquer pessoa mal intencionada possa fazer uma alteração grave dessas nos vídeos já existentes, seria necessário que ela retirasse o vídeo do ar e fizesse novamente o upload no aplicativo. Mas ainda assim ele seria barrado”.
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Na página do YouTube Kids há um aviso que explica o uso de filtros e revisores humanos para a seleção dos vídeos que deverão entrar na plataforma, porém alerta que “nenhum sistema é perfeito e pode deixar passar vídeos impróprios”.
Taborda explica a mensagem: “Esse conteúdo impróprio a que se refere o site diz respeito à linguagem imprópria, tipo de conteúdo que coloca determinado desenho numa outra situação, que não é a habitual dele, ou qualquer outra coisa mais branda, sutil. Nada comparado à imagem explícita e assustadora da Momo”.
Mas então porque tantos pais relataram terem visto a imagem de Momo em vídeos infantis? O gerente explica que se um adulto tiver logado ao YouTube convencional e procurar pelo personagem poderá, sim, encontrar vários vídeos em que ela aparece. “O mesmo poderá acontecer com a criança, caso pegue o tablet ou o celular dos pais, com os apps logados na conta deles”, argumenta.
Cauã reforça também que os pais podem participar da curadoria do conteúdo que vai ao ar no YouTube Kids. “Mesmo que o conteúdo seja adequado e, portanto, liberado, se o pai julgar que não gosta de determinada animação, por exemplo, ele pode bloquear o vídeo ou até mesmo o canal em questão”, explica.
Ao ser questionado do porquê as imagens de Momo não terem sido banidas do YouTube, Cauã defende que não se trata de uma imagem de uso proibido. “Barrar todas as imagens desse tipo do YouTube resultaria também em retirar conteúdos jornalísticos”, argumenta. “Seria não respeitar a liberdade de expressão das pessoas”.