Pela primeira vez, a OMC será comandada por uma mulher
A disputa pelo cargo de diretora geral está entre uma candidata nigeriana e uma sul-coreana. A nova líder será definida em novembro
Pela primeira vez na história, a Organização Mundial do Comércio (OMC) será comandada por uma mulher. Nesta quinta-feira (8), as candidatas finalistas na disputa pela direção geral foram anunciadas. Concorrem ao cargo a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala e a sul-coreana Yoo Myung-hee.
O anúncio foi feito pelo porta-voz da OMC, Keith Rockwell, na sede da organização em Genebra, na Suíça. A vencedora será anunciada no início de novembro e irá assumir a vaga deixada por Roberto Azevêdo. O brasileiro renunciou um ano antes do esperado, no final de agosto.
Antes mesmo de definida a nova líder, a disputa pelo cargo já é histórica. Em 25 anos de existência, a organização nunca foi comandada por uma mulher ou teve uma pessoa africana na direção geral.
Além disso, as mulheres que estão concorrendo à vaga também são pioneiras em seus respectivos países. Ngozi foi a primeira mulher da Nigéria a comandar os ministérios das Finanças e das Relações Exteriores. Com 66 anos, ela é formada em Economia e também foi diretora de operações do Banco Mundial.
Mais recentemente, Nogzi presidiu a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI), organização internacional que trabalha para melhorar o acesso de crianças à vacinação em países pobres, e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde (OMS) de luta contra a Covid-19.
Já Yoo, com 53 anos, é a primeira mulher de seu país a dirigir o ministério do Comércio. Em 1995, ela assumiu as questões da OMC neste ministério e depois coordenou as negociações sobre acordos de livre comércio, como o pacto entre China e Coreia do Sul. Ela também trabalhou na embaixada sul-coreana na China, de 2007 a 2010.
“Falei com outros ministros de todo o mundo nesta semana, Bélgica, Quirguistão, Paraguai e Espanha. Continuarei a ouvir diversas vozes de membros de todos os níveis de desenvolvimento e aproveitarei essa diversidade em uma visão compartilhada e comprometida para um novo capítulo na OMC”, escreveu Yoo em seu perfil no Twitter.
Spoke with fellow Ministers from around the world this week, Belgium, Kyrgyzstan, Paraguay and Spain. Will continue to listen to diverse voices from Members of all levels of development, and harness this diversity into a shared vision and commitment for a new chapter in the @WTO. pic.twitter.com/pBWmLkGUbD
— Yoo Myung-hee (@YooMyunghee1) August 5, 2020
A votação é secreta e ocorre seguindo regras que priorizam o consenso. Cada país é chamado para indicar suas preferências em listas que vão se afunilando até chegar aos finalistas. Até o momento, Ngozi é considerada uma das favoritas no processo de seleção, por ter obtido o apoio dos Estados Unidos e dos países da União Europeia.