Helen Alves de Oliveira foi assassinada depois que publicou uma mensagem que desagradou a traficantes. O caso aconteceu no Complexo do Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde morava. A ordem da execução partiu do chefe do tráfico na região, Luiz Alberto Santos de Moura, conhecido como Bob do Caju, segundo as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do estado. Preso, ele encomendou a morte de dentro da prisão.
No dia 2 de fevereiro, Helen postou um texto em que dizia que um traficante armado em um ponto de venda de drogas assume o risco de morrer em um confronto com policiais. Seis dias depois, ela foi jurada de morte pelos criminosos. No dia 5 de março, a moça foi torturada, espancada, esquartejada e depois teve o corpo queimado. Na quarta-feira (21), o MP-RJ pediu a prisão preventiva de sete suspeitos.
Além de Bob do Caju, mais seis pessoas foram denunciadas por homicídio duplamente qualificado: por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Há ainda o crime de ocultação de cadáver. Eles podem pegar até 33 anos de prisão.
Um mototaxista que teria sido o responsável por seguir Helen e entregá-la aos assassinos é um dos acusados.
Lei do silêncio
“Infelizmente, esse monitoramento do tráfico de drogas chegou ao nível eletrônico, das redes sociais. E hoje essas pessoas que são dominadas pelo tráfico, pela criminalidade, não podem nem manifestar o seu descontentamento pela violência brutal dos traficantes porque eles reforçam mais essa brutalidade, cometendo esse crime bárbaro. Isso reforça esse império do silêncio que vigora nas nossas comunidades fluminenses”, explicou o promotor Sauvei Lai.
De acordo com ele, a democracia vivenciada na cidade formal não se reproduz nas comunidades e favelas controladas pelo crime organizado, o que coloca em risco a vida de moradores por emitirem opinião.
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