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Defendendo seus ideais, Luiza Trajano se torna a mulher mais rica do país

"Enquanto o CEO não assume a diversidade para valer, é muito difícil mudar a empresa", disse a empresária, referência em igualdade racial e de gênero

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 abr 2024, 11h32 - Publicado em 23 set 2020, 20h51
Luiza Helena Trajano, empresária
 (Luís Crispino/CLAUDIA)
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Luiza Helena Trajano é a mulher mais rica do Brasil. A empresária ocupa a 8ª posição no ranking de bilionários brasileiros da revista Forbes. De 2019 pra cá, de acordo a Forbes Brasil, seu patrimônio aumentou 181% , o que a fez subir 16 posições no ranking de bilionários. Atualmente, Luiza acumula 24 bilhões de reais. 

No comando do Magalu, rede varejista, Luiza encarou uma semana agitada após bancar uma decisão histórica: o lançamento do primeiro programa da trainee exclusivo para negros. Durante o Fórum de Igualdade Racial, realizado pelo Grupo Mulheres do Brasil nesta terça-feira (23), presidido por Luiza, a executiva alertou sobre a importância da liderança para transformar o mercado de trabalho.

“Enquanto o CEO não assume a diversidade para valer, é muito difícil mudar a empresa. Depois das dificuldades da pandemia, o consumidor também está muito mais atento com a empresa que trabalha a diversidade e busca evitar as demissões em um momento tão delicado”, disse a presidente.

A igualdade racial é uma das 20 frentes de atuação do Grupo Mulheres no Brasil, sendo que foi um dos primeiros a ser criado. “Eu fui criada em um ambiente, há 30 anos, em que minha tia já questionava a ausência de negros nos lugares. Eu nunca achei que fosse racista até que fui em um reunião há cinco anos em um comitê de um banco e percebi o que era a dificuldade de ser negro. Me doeu muito e naquele momento fiz um compromisso comigo mesma. E com o Mulheres no Brasil não só trabalhei como lutei e luto pela causa da igualdade racial”, afirmou Luiza.

O mesmo evento ainda contou os CEOs Marcelo Melchior, da Nestlé, Mauricio Barros, da DHL, e Jean Jereissati, da Ambev, em um debate sobre o mercado de trabalho. Os executivos não deixaram de reconhecer os avanços que ainda são necessários na suas organizações, mas também apontaram a maior participação de negros em decisões cruciais para o desenvolvimento das empresas.

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Outro encontro que aconteceu foi entre o ator e roteirista Lázaro Ramos, a líder comunitária Rejane Santos e a executiva e colunista de CLAUDIA Rachel Maia. No painel, Lázaro revelou que “não é super-herói”, mas que tem noção do seu papel e da responsabilidade que tem na sociedade.

Já Rejane contou como a pandemia foi segurada principalmente pela força dos próprios moradores da comunidade, de empresas e do terceiro setor. “É importante que outras vozes periféricas componham esses encontros”, alertou.

Rachel também chamou a atenção para o fato de que a inserção de negros no mercado de trabalho veio para ficar. “Procuro usar meus cargos estratégicos e de liderança para garantir mudanças”, disse ela, que ainda compartilhou a possibilidade de atuar politicamente.

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Ainda falando de aliados, o ex-CEO da Bayer, Theo van der Loo, o jornalista e escritor Caio Maia e Elizabeth Mayer, do Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil, abordaram atitudes antirracistas que podem e devem ser aplicadas no dia a dia. Caio transformou o incômodo da escola das filhas, que são brancas, não ter alunos e profissionais negros em uma cobrança para mudar a estrutura. Já Theo é responsável pela ascensão e contratação de mais funcionários negros na Bayer. “Quando você é o único negro em algum lugar, acaba pautando o debate racial”, pontuou Elizabeth.

Assista ao Fórum de Igualdade Racial na íntegra:

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O que falta para termos mais mulheres eleitas na política

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