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Jovem de 21 anos é enforcada e estuprada pelo próprio tio

Ela conta que lutou contra o suspeito para não ser violentada, mas levou mordidas e foi sufocada até perder a consciência

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 15h57 - Publicado em 10 jul 2019, 15h53

Monique Roza, de 21 anos, acusa seu tio, irmão de sua mãe, de estupro. Segundo seu relato, ela foi enforcada pelo homem, na casa dele, e desmaiou. Ao acordar, percebeu que estava machucada e arranhada. “Um trapo”, descreve a mãe da vítima. O rapaz será ouvido nesta quarta-feira (10), de acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), do Rio de Janeiro.

A vítima publicou uma foto do suspeito nas redes sociais, horas após a noite de 20 de junho, quando diz que foi estuprada. “Esse é o meu tio, irmão da minha mãe. Ele me estuprou”, escreveu ela na legenda.”Foi bem difícil de achá-lo”, afirma Debora Rodrigues, delegada responsável pelo caso.

Ela contou ao portal Universa, da UOL, que não temeu qualquer represália da família ao expor o tio. “Sempre vi casos em que a vítima foi abusada por anos e não denunciava por medo e até por ameaça do estuprador. E sempre pensei: ‘se fosse comigo, faria de tudo para sair dessa situação e conseguir justiça'”, diz.

Atualmente, Monique toma o coquetel anti-HIV, cujos efeitos colaterais são vômito e disfunção hepática, e, todas as manhãs, toma calmante, que a deixa dopada pelo resto do dia.

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“Ele era o tio ‘legalzão'”

Ao portal, Monique contou um pouco de sua vida antes e depois dos abusos. Ela foi criada em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. No ano passado, após o término de um namoro, a jovem sofreu de depressão e anorexia.

Preocupados com a saúde da neta, os avós maternos ofereceram abrigo na casa deles, em São Gonçalo. Outros três tios, incluindo o suspeito, moravam bem próximo a eles e mantinham uma boa relação com a sobrinha. “Ele era o tio ‘legalzão’, e me levava para sair. Nunca fez nada”, revelou Monique.

No feriado de Corpus Christi, no dia 20 de junho, a sobrinha e o tio combinaram que ela iria para sua casa, onde ele mora com sua mulher. O três e mais o genro de sua tia passaram aquela quinta-feira ouvindo música, cantando no karaokê. Mais tarde, o grupo resolveu passar em uma lanchonete perto da casa.

“Eu coloquei um body e short. Ele desceu meu shorts até o joelho e falou que eu não podia usar porque estava muito curto. Mas não levei na maldade. Achei que era cuidado. Vesti o short de novo e saímos assim”, contou a jovem.

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Depois que voltaram para casa, a mulher de seu tio esqueceu a carteira na lanchonete e voltou para pegá-la. Ficaram na sala o tio, a sobrinha e o genro. Foi nesse momento que o suspeito, segundo Monique, mandou o jovem “dar uma volta”. No entanto, o rapaz ficou no quintal e presenciou tudo. É a principal testemunha do caso.

“Confia no titio”

Monique conta que, em seguida, o tio trancou a casa e o genro ficou socando as janelas. “De repente, ele me deu um beijo. Eu recuei, assustada. Ele falou para eu ficar calma e ‘confiar no titio’. Lembro dele em cima de mim falando um monte de coisa”, relata.

“Lutei um pouco e levei mordidas. Ele me enforcou e eu desmaiei. Fui arrastada pela casa e então ele fez tudo que queria. A mulher dele chegou e, junto com o genro dela, conseguiram entrar. Eu estava no chão do quarto deles e meu tio no sofá da sala como se nada tivesse acontecido. Ele falava para eu não contar para ninguém. A mulher dele não conseguia parar de chorar”, descreveu.

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A própria esposa do tio foi quem ligou para a mãe de Monique, mas não conseguiu explicar o que acabara de acontecer. A vítima, então, relatou cada detalhe do abuso. Sua mãe pegou um carro, atravessou a ponte Rio-Niterói e resgatou a filha.

Elas foram direto para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Jacarepaguá. Em seguida, registraram a ocorrência na 72ª DP. Enquanto isso, o homem saiu de casa e não foi mais visto pela família. A delegada Debora Rodrigues afirma que a polícia já o localizou.

“Ele ainda pegou R$ 50 da minha bolsa”, acusa Monique. A vítima acha que a avó materna não acredita em sua versão da história. Segundo Monique, ela foi questionada pela avó se havia ingerido bebida alcóolica.

“Quando contei, ao telefone, ela ficou horrorizada no começo, disse que preferia estar morta, mas pediu para eu não ir ao médico nem à polícia. Acho que queria abafar o caso. Alguns dias depois, pediu para pegar minhas coisas de sua casa porque se mudaria dali. Cheguei lá com tudo para fora da casa e as portas trancadas, com fechaduras trocadas”, conta.

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Irmão violento

Chana, mãe de Monique, também deu entrevista ao Universa. Ela contou que não duvidou, em momento algum, do depoimento da filha. “Primeiro, quando recebi a notícia, tinha a sensação de que eu havia morrido. Parece que tinham me dado um soco e eu gritava muito. Depois, saí desesperada para encontrá-la. Chegando lá, meu chão se abriu. Ela estava que nem um trapo”, descreve.

Ela contou que foi maltratada pelos pais, assim como os três irmãos. “Éramos tratados como escravos e apanhávamos muito”, conta. Ao se casar, mudou de bairro e foi viver em Jacarepaguá, na Zona Oeste, longe da família. No entanto, ouvia, frequentemente, notícias de que o irmão agredia a ex-mulher.

“Não quis me envolver mais com esta família, mas agora todas as lembranças ruins voltaram. Quero olhar para a cara dele e perguntar o por quê. Já tivemos uma infância tão dolorida, e ele ainda me dá isso de presente”, desabafa a mãe.

Os outros dois tios de Monique não ofereceram ajuda e culpam o caso de “manchar o nome da família”. “Em momento algum duvidei da minha filha. Eu, meu marido e minhas filhas, de 17 e 13 anos, somos os únicos ao lado dela. Quem achei que ia ficar ao meu lado sumiu”, lamenta a mãe.

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A delegada Debora afirma que o homem deve prestar depoimento nesta quarta (10). Se ele não aparecer, sua prisão poderá ser decretada. De acordo com ela, a maior parte dos casos de estupro são cometidos por parentes. As vítimas têm entre 9 e 11 anos, em sua maioria.

“Quer ouvir o pior? Tem pai que chega aqui falando que já que a filha irá perder a virgindade mesmo que seja com ele”, conta Debora.

“Vivo um dia de cada vez. Hoje só quero que ele pague”, finaliza Monique.

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