Greta Thunberg é detida em protesto na Alemanha
Jovem ativista sueca protestava contra o projeto de expansão de uma mina, que resultaria na demolição de uma pequena cidade
Greta Thunberg, ativista pelo clima, foi detida pela polícia nesta terça-feira, durante um protesto numa mina de carvão em Luetzerath, na Alemanha. A jovem de 20 anos estava com um grupo de ativistas que invadiram o local para se manifestar contra o projeto de expansão da mina, que resultaria na demolição da pequena cidade.
“Ela foi, então, detida e levada por nós com esse grupo para fora da área de perigo imediato, para que pudéssemos registrar sua identidade”, disse um porta-voz da polícia à Reuters. Uma testemunha registrou uma foto de Greta sentada, sozinha, no ônibus dos agentes policiais. O porta-voz também informou que esta foi a segunda vez que Greta foi retirada do local. A ativista sueca se juntou aos demais manifestantes no sábado (14/01). Segundo a polícia, o grupo “invadiu” a borda da mina a céu aberto, descrita pelas autoridades como “íngreme e extremamente perigosa”.
As autoridades do governo alemão alegam que o linhito —um tipo de carvão considerado pelos ativistas como o mais prejudicial à saúde— desenterrado da mina garantirá a segurança energética da Alemanha a curto prazo. O país sempre dependeu fortemente do gás russo para a energia, mas teve que recorrer ao carvão após a eclosão da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que afetou o abastecimento em quase toda a Europa.
O governo alemão, insiste, no entanto, que continua empenhado em eliminar o uso de combustíveis fósseis a longo prazo, mas isso não convenceu os ativistas pelo meio ambiente. Eles argumentam que demolir a pequena cidade para abrir caminho para a expansão da mina resultaria em quantidades enormes de emissões de gases de efeito estufa.
A maior parte dos manifestantes ocupa as casas abandonadas dos ex-moradores de Luetzerath há dois anos. No início de janeiro, a polícia de choque também se mudou para o local, numa tentativa de expulsá-los. No sábado, Greta Thunberg uniu-se ao grupo e fez um discurso apaixonado sobre como a situação é “uma vergonha para a Alemanha.”
“A ciência é clara: precisamos manter o carbono no solo”, disse a jovem ativista.
De acordo com a polícia local, é possível que levem semanas para resolver o impasse sobre a expansão da mina de carvão e os protestos contra esse projeto.