Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, sofre atentado
Na noite de quinta-feira, um homem de nacionalidade brasileira, apontou uma arma para a política e disparou, mas o tiro falhou
A ex-presidente argentina Cristina Kirchner sofreu um atentado na noite de quinta-feira, quando um brasileiro de 35 anos apontou uma arma de fogo para sua cabeça e disparou, mas o tiro falhou. Tudo aconteceu em frente à casa da política, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, quando ela cumprimentava uma pequena multidão de apoiadores, como mostram as imagens capturadas em vídeo.
La imagen del intento de atentado contra Cristina Kirchner. pic.twitter.com/P08PhWXLWy
— Sergio Villone (@sergioVillone) September 2, 2022
Aníbal Fernandez, ministro de Segurança da Argentina, informou que o homem, identificado como Fernando Andres Sabag Montiel, de nacionalidade brasileira, foi preso imediatamente e que a arma está em posse da polícia. De acordo com as autoridades do país, Montiel tem antecedentes penais: em março de 2021, foi processado por porte de arma não convencional, em La Paternal, onde reside. O jornal argentino Clarín informou que, na ocasião, o brasileiro foi preso portando uma faca e declarou que o objeto seria para defesa pessoal.
Repercussão
“É o evento mais sério que passamos desde que a Argentina voltou à democracia. Não há chance de violência coexistir com democracia. Cristina permanece viva porque, por algum motivo que ainda não foi confirmado, a arma com cinco balas não disparou mesmo com o gatilho sendo puxado”, disse Alberto Fernández, atual presidente argentino.
Outros líderes políticos da América Latina repudiaram o atentado, inclusive o ex-presidente e candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT): “Toda a minha solidariedade à companheira @CFKArgentina [Cristina Kirchner], vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa”, escreveu no Twitter.
“Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições”, manifestou-se a também candidata à Presidência Simone Tebet (MDB).
A influenciadora e ativista LGBTQIA+ e PCD Leandrinha Du Art, que se candidatou a deputada federal em 2018, afirmou em suas redes sociais que, durante sua campanha, sentia o medo constante de ter uma arma apontada contra sua cabeça e “não ter a sorte que Cristina teve”. “Essa cena horrível da tentativa de assassinato é aterrorizante”, definiu.