Na quarta-feira, a atriz Emma Watson, 25 anos, e a paquistanesa vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai, 18 anos, se encontraram no lançamento do documentário que conta a história de Malala. O evento, parte do festival de cinema Into, em Londres, foi a oportunidade perfeita para as duas ativistas conversarem. Emma é embaixadora da ONU e lançou no ano passado a campanha Eles Por Elas, no qual recruta homens a participar das lutas feministas. A conversa acabou virando uma entrevista de quase meia hora, que você pode ver no vídeo abaixo. Destacamos as cinco falas mais importantes de Malala:
1) Quando ela disse que o discurso de Emma feito no lançamento da campanha He For She a fez entender que ela era feminista
“Eu hesitei muito em dizer que era feminista, mas, depois de ouvir seu discurso, quando você disse ‘Se não agora, quando? Se não eu, quem?’, decidi que não tem nada de errado em se chamar de feminista. Eu sou e você é feminista porque essa é só outra palavra para igualdade.”
2) Quando ressaltou que ainda há 66 milhões de meninas fora da escola e impedidas de estudar
“Como eu ganhei o Nobel, lancei o livro e agora tem o documentário, as pessoas se esqueceram do meu objetivo: ver todas as crianças na escola. Ainda temos 66 milhões de meninas sem estudar. Isso afeta profundamente o nosso futuro. Não dá para falar em progresso com essa situação. Nós temos que trazer a mudança, temos que ser ativos em fazer a diferença”
3) Quando explicou a importância de contar com homens em lutas feministas
“Meu pai foi um exemplo para todos os homens, ele acredita em direitos das mulheres. Ele mostrou que, se eles querem a igualdade, também tem que se juntar à luta. Eles não podem achar que essa é uma luta somente das mulheres. Temos que trabalhar juntos”
4) Quando explicou a confusão entre religião e valorização da mulher
“As pessoas falham em entender religião. Islã quer dizer paz e a primeira palavra do alcorão é ‘leia’. Não especifica se é só para homens e mulheres. Estamos aqui para aprender a ter paciência, a ter amor um pelo outro. Não entendo porque as pessoas se matam em vez de serem generosas. Não entendo porque é tão difícil amar o próximo”
5) Quando ela explicou o que é igualdade de maneira bem simples
“Precisamos tratar o outro como ser humano, não como menina ou menino. Não faz sentido você não poder ter um emprego ou algumas conquistas por conta do seu gênero. Seu gênero não deveria criar nenhuma dificuldade nas escolhas que você faz. Isso é igualdade, isso é feminismo. Somos todos pessoas, por que precisamos ser separados em grupos?”
Assista a entrevista completa (em inglês)