Andrea Ghez é a quarta mulher da história a ganhar o Nobel de Física
Junto com Roger Penrose e Reinhard Genzel, Andrea foi premiada por descobertas sobre buracos negros
Andrea Ghez, ao lado de Roger Penrose e Reinhard Genzel, é a ganhadora do Prêmio Nobel 2020 em Física, por descobertas sobre buracos negros. O anúncio foi feito pela Academia Real das Ciências da Suécia, nesta terça-feira (6).
A astrônoma americana, de 55 anos, é a primeira mulher premiada neste ano e a quarta a ganhar um Nobel em Física na história do prêmio. Desde 1901, quando o primeiro Nobel foi entregue, apenas Marie Curie (1903), Maria Goeppert-Mayer (1963) e Donna Strickland (2018) foram premiadas em Física.
“Estou animada em receber o prêmio – levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a ganhar o prêmio Nobel [em física]. Espero poder inspirar outras jovens mulheres para uma área que tem tantos prazeres, se você tem paixão pela ciência. Há muito para ser feito”, declarou a cientista, que é professora de Astronomia na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos.
Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões). Junto com Andrea, também ganharam o prêmio o britânico Penrose, de 89 anos, que mostrou que a teoria geral da relatividade leva à formação de buracos negros. Ele ficará com metade do valor do prêmio.
Genzel, alemão de 68 anos, e a astrônoma ficarão com a outra metade, pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. Um buraco negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.
Penrose é professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e Genzel é afiliado ao Instituto Max Planck para Física Extraterrestre em Garching, na Alemanha, e à Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA.
O que são buracos negros?
Em entrevista à AFP, Andrea define buracos negros como “um objeto cuja força gravitacional é tão intensa que nada pode escapar, nem mesmo a luz”.
Seu grupo de pesquisadores estuda há 25 anos os buracos negros e o objeto supermassivo encontrado no centro da Via Láctea passou a ser denominado de Sagitário A.
“É muito difícil conceituar um buraco negro”, afirma Andrea, ainda à AFP. “As leis da física perto de um buraco negro são tão diferentes daquelas que operam na Terra, que você não tem intuição para as coisas que está procurando”.
Os buracos negros se formam, em sua maioria, quando uma estrela massiva morre, tornando-se um lugar no espaço onde a gravidade é tão intensa que nem a luz escapa dela. Isso acontece porque há uma grande quantidade de matéria concentrada em um pequeno espaço.