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Motivos por que a Gucci salvou a moda do tédio

E fez isso sem apelar para celebridades.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 12 abr 2024, 16h28 - Publicado em 26 set 2016, 12h24
Vittorio Zunino Celotto/ Getty Images (/)
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A frente da Gucci desde janeiro de 2015, quando foi oficializado diretor criativo da marca, Alessandro Michele está fazendo uma pequena revolução fashion: devolvendo emoção aos desfiles. E na última quarta-feira, dia 21, ao abrir o verão 2017 da semana de moda de Milão, a genialidade do estilista chegou ao ápice.

Em um momento no qual a moda discute – já algum tempo – a frieza dos processos, que resultam em coleções voltadas apenas para o lucro imediato, o artista vai lá e, pá, faz as pessoas sonharem de novo, lembra que moda também é sobre emocionar.

A Gucci trouxe sonho para a passarela.

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A moda vive um momento estranho no qual você pode comprar as roupas imediatamente após o desfile delas, o tal do “see now, buy now”. Essa tendência, levada às últimas consequências na semana de moda de Nova Iorque, cidade que sempre abre a temporada de desfiles, traz uma consequência clara: as roupas perdem o lado lúdico, conceitual, para se tornarem extremamente comerciais. Porque produzir em grande escala custa muito dinheiro e o retorno precisa ser garantido. Na contramão desse ~fenômeno~, temos Alessandro Michele e a Gucci. Inspirado por Elton John, cemitérios de Los Angeles, o início da Revolução Francesa e outras referências mil, o estilista trouxe uma apresentação emocionante. Chamada de Lanternas Mágicas, a coleção, definitivamente, tirou a moda do tédio. Foram pouco mais de 15 minutos em um mundo mágico, onírico, especial. As últimas trends não pareciam importar, era tudo sobre as roupas, admirá-las, sobre entender que, muito mais do que embelezar, elas são sobre você expressar alguma coisa.

Trouxe anos 1980.

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Se Pretty in Pink, sucesso dos anos 1980 estrelado por Molly Ringwald, fosse filmado em 2016, certamente, o vestido acima seria a escolha da protagonista para a cena final, no baile do colégio. Além do look, Michele levou muito mais do exagero da década para a passarela, seja nos volumes presentes em várias produções, seja no foco nos ombros.

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E muito rock.

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Elton John foi um dos reis dos anos 1970. Extravagante, excêntrico e com um talento descomunal, o britânico foi um dos nomes mais quentes da década. Goodbye Yellow Brick Road, clássico lançado em 1973, fincou o nome do cantor de vez na história da música e trouxe hits memoráveis como “Bennie and the Jets” e “Candle In The Wind”. E é justamente dessa frutífera fase do artista que Alessandro Michele se inspirou para trazer à passarela óculos com armações gigantes, chapéus exuberantes, terninhos, exagero e muita, mas MUITA cor.

Foi um desfile sobre roupas.

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Celebridades, como Kim a Kardashian (alô, Balmain!), fazem todo mundo falar sobre um desfile no dia seguinte e não tem mal nenhum nisso, já que, no fim das contas, todo estilista quer vender roupa. Cenários suntuosos também ajudam a contar uma história – e a mostrar todo o orçamento milionário de uma grife. Porém, o último desfile da Gucci não contou com esse tipo de distração: uma passarela enevoada e paredes com ladrilhos foram o suficiente. As roupas, o trabalho minucioso dos costureiros, o styling exagerado e até as lantejoulas foram o bastante para contar a história. 

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E sobre como elas podem ser maravilhosas.

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Esse look. <3

Como podem tirar qualquer red carpet do tédio.

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Porque nem só de transparência vive um tapete vermelho, não é mesmo?

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Foi um desfile sobre como a moda pode emocionar.

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E como ela pode levar você para um novo mundo!

Confira a coleção completa.

 

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