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Com essas dicas da Giovanna Nader, é possível aderir à moda consciente

A comunicadora socioambiental debate o consumo de roupas e medidas eficazes para frear o aquecimento global em seu novo livro "Com que roupa?"

Por Sarah Catherine Seles
Atualizado em 4 jun 2021, 14h52 - Publicado em 4 jun 2021, 14h09
Giovanna Nader lança livro "Com que roupa?"
Giovanna Nader lança livro "Com que roupa?" (Instagram/@giovannanader/Reprodução)
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O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência sobre o Meio Ambiente em Estocolmo e, desde então, é celebrado em 5 de junho. A data foi estabelecida para conscientizar a população a agir de forma ativa para frear os problemas ambientais e preservar os recursos nacionais do planeta. 

A indústria da moda é uma das mais poluentes no mundo, de acordo com os dados de 2019, da Global Fashion Agenda. Ela é a segunda maior consumidora de água – são gastos cerca de 1,5 trilhões de litros por ano. Ademais, anualmente são liberadas 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos. 

Segundo a Fundação Ellen McArthur, 73% dos resíduos têxteis são queimados ou enterrados em aterros sanitários, sendo que apenas 12% vão para reciclagem e menos de 1% é usado para fabricar peças de roupas novas. A indústria da moda representa cerca de 8% a 10% das emissões globais de gases estufas.

Brechós e troca de roupas podem ser uma solução para diminuir o alto consumo de roupas. A ativista, apresentadora, comunicadora socioambiental e escritora, Giovanna Nader, fundou o Projeto Gaveta, em 2013, para estimular esse movimento por meio de uma troca gratuita de roupas em encontros com oficinas e apresentações artísticas.

À medida que o projeto acontecia, ela percebeu que era participante assídua das trocas e começou a questionar a quantidade de roupas que tinha dentro de casa. “Mas por que tem tanta roupa saindo para o projeto gaveta? E eu comecei a entender que eu comprava também e aí comecei a entender os meus hábitos de consumo”, conta.

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Desde então, Giovanna mergulhou nos temas relacionados ao meio ambiente e, em maio, lançou seu livro Com que roupa? (Companhia das Letras). A produção do livro começou com dicas e sugestões e foi amadurecendo ao longo dos dois anos de escrita. Ao passo que Giovanna se interessava por outros assuntos, eles também eram incluídos na publicação.

A escritora revela que seu livro é para quem gosta de moda e para quem quer estar antenado nas questões atuais que envolvem o meio ambiente. 

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“A moda é apenas um fio condutor pra gente provocar essa expansão de consciência maior, para problemas maiores”, comenta. Giovanna acredita que a moda tem poder para mudar o mundo, já que a partir dela podem surgir vários debates. Para ela, ações individuais são importantes, mas lembra que é necessário um comprometimento por parte da indústria, que continua poluindo.

Em seu livro, a apresentadora aborda problemas graves e urgentes, como agrotóxicos e microplásticos relacionados à moda, que segundo ela, é divertida, leve e alcança a todos. “Muita gente acha que a moda não é para si, mas todo mundo usa roupa, então a moda tem que ser acessível.”

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A ativista define a sustentabilidade como “viradinhas de chave na sua mente”. Para ela, a primeira foi depois da criação do Gaveta e “a outra grande virada de chave foi quando minha filha Marieta nasceu, há três anos e meio. Foi quando eu entendi que a geração impactada que já estava viva era a dela e meu consumo de roupa não era nada e sim tudo que estava acontecendo no mundo”.

Giovanna ainda alerta que a principal luta da nossa geração é a emergência climática. Com o avanço do aquecimento global, medidas rápidas e eficazes são necessárias para diminuir os impactos do consumo humano. Ela define o movimento de consciência em relação à moda como uma “onda do bem”, que vem crescendo nos últimos anos. 

Entre tantos achados em brechós, ela destaca seu vestido de casamento todo bordado. “Ia ser um casamento super simples no civil e eu ia colocar uma camisola branca da minha mãe que ela passou a lua de mel”. Um dia antes do casamento, a camisola não caiu bem. “Eu fui num brechó aqui no Rio de Janeiro e eu falei ‘pelo amor de Deus eu caso amanhã e eu não tenho roupa'”. O brechó tinha o vestido perfeito para a celebração. Além de ter feito parte de uma data especial, a peça continua em seu guarda-roupa e é um vestido que Giovanna usa até hoje.

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Vestido de casamento de Giovanna foi comprado em um brechó
Vestido de casamento de Giovanna foi comprado em um brechó (Instagram/@giovannanader/Reprodução)
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