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Mulheres alertam sobre os riscos do diabetes em exposição e projeto

Após ter contato com os altos número de mortalidade materna e infantil por causa do diabetes, portadora da doença organizou movimento de conscientização

Por Nathalie Páiva
Atualizado em 4 jun 2021, 16h46 - Publicado em 4 jun 2021, 10h00
13 mulheres responsáveis da ação Divabética, na Vila Mariana, em 15 de março de 2020
13 mulheres responsáveis da ação Divabética, na estação Tatuapé, em 5 de maio 2021 ((Foto: Divulgação/Arte: Catarina Moura)/CLAUDIA)
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Fabiana Couto descobriu que tem diabetes aos 13 anos. Na época, o diagnóstico era visto com mais preconceito do que hoje. “Tive vários altos e baixos – brinco que não foram apenas os da glicemia. Um mito da diabetes é que não se pode comer açúcar, muita gente resume a doença a isso, e quem tem sabe que vai além”, conta Fabiana, psicóloga e fundadora do Movimento Divabética.

Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde estima que em um a cada seis partos a mãe tem alguma forma de hiperglicemia durante a gestação. Sem planejamento ou informação, o diabetes mellitus tipo 1 e 2 resultam no aumento da mortalidade e morbidade materna e infantil.

Esse foi um dos inúmeros dados que motivou Fabiana a ir para o Metrô de São Paulo informar a todos sobre os riscos e tabus da diabetes. ”Estar nesse espaço aumenta minha autoconfiança, sinto que não sou menos por ter diabetes e que esse diagnóstico não me define. É uma parte da minha vida que me tornou mais forte e melhor“, destaca.

O Movimento Divabética está com uma exposição de fotos de mulheres que têm diabetes com intuito de empoderar mais pessoas com a doença. Acontecerá até 6 de julho, na Estação Tatuapé do Metrô, no espaço Cultural Nível B – Mezanino. Também está disponível online (para ver, clique aqui). Você pode acompanhar também pelos perfis Movimento Divabética ou @movimentodivabetica. Atualmente, a ação conta com 13 mulheres que ajudam outras que passam pelo diagnóstico da diabetes. 

O Movimento Divabética surgiu a partir da necessidade de sensibilizar a população sobre os riscos da diabetes quando a doença é mal controlada, com histórias e exemplos de superações reais, como o caso de Kath Paloma Luz Afonso, 34, pedagoga e mãe do Davi.

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Antes de Davi chegar, Kath sofreu um aborto espontâneo causado pela diabetes tipo 1. “A primeira gestação não foi programada, eu estava com a minha hemoglobina glicada um pouco acima do valor comum. Não estava tendo os cuidados necessários para uma gestação com diabetes”, disse Kath.

Ela não desistiu do sonho de ser mãe e decidiu se preparar para a segunda gestação. “Como tinha passado por uma curetagem, pediram que eu esperasse seis meses para fazer todos os exames necessários. Mas no terceiro mês eu já quis começar, porque não sabia quanto tempo demoraria para conseguir engravidar. Só que me descobri grávida dois meses depois”, contou.

Na segunda gestação, Kath teve que redobrar atenção. “A minha gravidez do Davi foi um pouco complicada, foi considerada gestação de alto risco. Desenvolvi hipertireoidismo, minha pressão arterial aumentou, mas fui muito assistida pela equipe médica Toda semana eu ia ao ginecologista e ao endocrinologista. A cada 15 dias, me consultava com a nutricionista”, explica.

Kath e davi
Kath ao lado de seu filho, Davi, de 8 anos ((Foto: Arquivo Pessoal)/Divulgação)
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“O Davi nasceu com 34 semanas e macrossômico, o que significa que ele era grande e gordinho. Tudo isso por causa da diabetes, mas não é um padrão que acontece com todas as mulheres. Meu filho nasceu com hipoglicemia, mas não é diabético”, ressaltou.

Diabetes genética

“Para descobrir se a diabetes é hereditária, é necessário um aconselhamento genético. Nesse processo, é realizado heredograma, a árvore genética da família. A partir dessa construção, conseguimos entender se a diabetes tem causa genética ou esporádica”, explica Michele Migliavacca, geneticista e gerente da área médica da GeneOne. “Quando identificado um padrão de herança característico, como o exemplo do autossômico dominante, o risco de decorrência é de até 50%.”

É importante também olhar para os subtipos. “Diabetes MODY afeta pacientes antes dos 25 anos e tem esse padrão de herança de 50%, mas eles perfazem uma porcentagem muito pequena dos casos totais. A grande maioria dos casos são esporádicos, mas existe uma herdabilidade, que é o quanto vou ter influência do componente genético versus o componente ambiental e o que pode variar sendo diabetes do tipo 1 ou 2”, afirma.

Sintomas e como prevenir

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Luciana El-Kadre, metabologista especialista no tratamento de diabetes, destaca os principais sintomas da doença. “Os sinais de alerta podem ser leves e imperceptíveis, principalmente no diabetes tipo 2, em que quase metade dos pacientes desconhecem que estão doentes. No diabetes tipo 1, os sintomas geralmente acontecem rapidamente, em questão de dias, e são muito mais graves. Nos dois tipos, o paciente pode sentir fome, sede, a boca seca e a visão embaçada. No tipo 2, pode haver micoses, dificuldade de cicatrização da pele, dor nos pés. No tipo 1, ocorre um emagrecimento inexplicável, náuseas e vômitos”, salienta.

A especialista elenca alimentos que ajudam no combate da diabetes: ”O consumo de espinafre, brócolis, ervilha, fígado, aveia, canela pode ser benéfico”, explica.

Pais com filhos diabéticos devem ter ainda mais cuidado. ”O importante é manter o controle dos níveis de glicose no sangue, evitando altos e baixos. As crianças com diabetes têm restrições alimentares. Por isso, os pacientes e suas famílias devem procurar suporte”, explica.

O diabetes tipo 2, de acordo com a médica, é mais comum entre os jovens, a partir dos 19 anos. O tipo 1 é mais visto durante a infância, mas pode aparecer na adolescência e vida adulta também.

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No tipo 1, os efeitos colaterais em crianças podem variar de mudanças no crescimento, impacto na puberdade também. O acometimento dos rins é comum no diabete tipo 1 e 2, assim como o comprometimento da visão e da sensibilidade das pernas.

”Não há cura para a doença. Por isso, a prevenção é fundamental. Para o diabetes tipo 2, pode haver remissão com dietas hipocalóricas, quando a doença está nos primeiros anos, ou com a cirurgia metabólica, quando há obesidade”, alerta Luciana.

É leitora de CLAUDIA? Responde essa pesquisa pra gente se conhecer melhor!

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