Estudo aponta que homens ainda não compreendem o feminismo
30% ainda acreditam que o feminismo é o oposto do machismo e 24% não sabem se é uma pauta por direitos iguais
O feminismo já foi visto como tabu por muita gente – seja pela compreensão errônea de que ele é o contrário do machismo, ou pela sombra da perda de privilégios que tanto incomoda quem está no topo dessa organização social que, como já sabemos, afeta negativamente ambos os sexos. Com a compreensão cada vez maior de que é sim necessário mudar os caminhos e atingir a igualdade de gêneros, como será que mulheres e homens têm compreendido o movimento?
Uma pesquisa do Grupo Consumoteca, realizada com cerca de 1200 pessoas das classes A, B e C em todo o país, mostra que, os homens, em pleno século 21, ainda têm pouco conhecimento sobre o assunto: 30% ainda acreditam que o feminismo é o oposto do machismo, 24% não sabem se o feminismo é uma pauta por direitos iguais e 23% não concordam e nem discordam que elas possuem os mesmos privilégios que eles.
“Mesmo com extensa discussão pública sobre a mulher, seu espaço ocupado na sociedade e suas reivindicações, observamos que os homens ainda não conseguem navegar nesse campo, com opiniões retrógradas e por vezes nebulosas sobre como eles podem atuar na área e o que o feminismo significa para eles”, conta Michel Alcoforado, antropólogo e sócio-fundador do Grupo Consumoteca.
A falta de conhecimento ou de interesse sobre o tema também traz outros prejuízos como, por exemplo, a dificuldade em enxergar como eles também podem ser parte do movimento e a formação de estereótipos negativos. Apesar de 52% deles e 66% delas discordarem que apenas mulheres podem ser feministas, 21% dos entrevistados do sexo masculino ainda creem que isso é algo só delas. Mulheres que se colocam como parte do movimento, aliás, são classificadas como agressivas por 25% dos homens de 18 a 24 anos, por 41% dos que estão na faixa dos 25 aos 39 anos, 13% dos de 40 a 49 anos e 35% dos com 50 ou mais.
Além disso, elas também são vistas como “menos femininas” por 34% da primeira faixa etária, 33% da segunda, 32% da terceira e 26% da quarta, respectivamente, o que levanta a pergunta: o conceito de feminilidade ainda é visto por eles como recato e submissão? Está mais do que na hora de virar esse jogo.