Maria Casadevall confessa: “Jamais, nem na infância, sonhei em casar e ter filhos”
Intensa e também doce, conheça a atriz que conquistou os brasileiros
Maria Casadevall é movida a paixão
Foto: Lailson Santos
“Você está namorando o Caio Castro?” A pergunta mais ouvida por Maria Casadevall, 27 anos, nos últimos meses, dessa vez vinha de um taxista, em uma corrida há poucos dias na capital carioca. “Não”, ela respondeu ao motorista e, brincalhona, emendou: “E você?” Ele franziu o semblante, ficou sério, retrucou “também não” e Maria caiu na gargalhada. A afinidade entre os dois atores que interpretam o casal Michel e Patrícia, destaque de Amor à Vida, novela das 9 da Rede Globo, é tão visível que desperta tal curiosidade – ou uma torcida do público, para que a história de amor fictícia se torne real. Maria faz mistério. “Não sei definir meu estado civil, meu momento sentimental. Não consigo delinear isso nem para mim, imagine para os outros (risos). Só sei dizer que estou muito, muito alegre.”
Muito, muito alegre é uma definição que também vale para as outras áreas da vida da atriz, que, aos 16 anos, começou a trabalhar como vendedora de loja para pagar a escola de teatro, fez três peças, uma série de televisão (Lara com Z, na Rede Globo, em 2011) e logo na primeira novela ganhou um papel de destaque, arrebatando a simpatia nacional. “Não planejei nada, tudo foi acontecendo”, ela diz. A seguir, conheça mais sobre essa garota.
Caio castro
“Eu não conhecia o Caio, nunca nem tinha visto qualquer trabalho dele. Quando nos apresentaram no início dos trabalhos de Amor à Vida, surgiu uma afinidade imediata. Nós até nos assustamos com isso… A gente não se conheceu, a gente se reconheceu. Acho que fomos amigos em outras esferas, em outras vidas (risos). Se estamos vivendo um romance? Puxa, isso tem tanto a ver com minha intimidade… É tão difícil para mim lidar com minha vida particular… Não sei explicar nem para mim, imagine para os outros (risos)!”
Rock in Rio
“Caio e eu não ficamos chateados com a foto (do beijo) publicada nos bastidores do show do Bruce Springsteen. Gente, eu também beijei a Fabiana Karla na boca, na mesma ocasião, e ninguém falou tanto assim (risos)!”
Identidade
“Eu me chamo Maria Carolina Casadevall Gonzaga, nascida e criada no centro da capital paulista. Meus amigos de infância, parentes e pais – Tereza Cristina, 55, e Fábio Airton, 61, corretor de imóveis – só me chamam de Carol. Da família, só meu irmão, Caio (19), me chama de Maria, talvez por conviver com meus amigos do teatro. Quando decidi ser atriz, optei por esse nome, que soa forte e extrovertido. Carol é doce, introspectivo, introvertido, reflete um lado meu de passar horas no quarto sozinha, escrevendo, de ficar com a família.”
Estripulia
“Desde criança, ao me cumprimentar pelo aniversário, meu pai fala: Mais um ano de pura estripulia. Até hoje, eu me movimento muito, vivo roxa. Sempre fui muito espoleta. Na infância, minha mãe me vestia como uma boneca, mas dois minutos depois eu já estava toda rasgada. Na escola, eu gostava de ir ao jardim caçar tatu bolinha. E voltava cheia de terra.”
A família a chama pelo apelido do segundo nome, Carol, e ela diz que nunca mirou na fama: “Sempre procuro a minha satisfação. Se pensar sobre reconhecimento, perco o foco”
Foto: Lailson Santos
Garota Papillon
“Isadora, filha de Lídia Brondi e Ricardo Waddington, era uma das minhas melhores amigas aos 8 anos. A gente tinha um grupo de teatro no nosso prédio, Garotas Papillon, nome do edifício onde morávamos. Nós encenávamos contos de fada no terraço. Cantávamos até um hino antes de cada apresentação: Garotas Papillon, Garotas Papillon, iniciando a carreira de atriz, Garotas Papillon, fazendo o seu mundo mais feliz (gargalhadas). Nossos pais até ajudavam na produção. Dia desses, quando eu começava a gravar Amor à Vida, encontrei o Cássio Gabus Mendes, padrasto de Isadora, no Projac. ‘Carolzinha, mas você levou a sério esse negócio de atriz?!’, ele se surpreendeu ao me ver no refeitório (risos). Já cruzei com o Waddington nos corredores da Globo, mas até agora, não tive a oportunidade de conversar sobre isso. Sobre Isadora, ela foi morar na Califórnia e há quatro anos perdemos o contato.”
Mania
“Gosto de dar nomes a meus objetos. Meu iPod se chama Pandora; minha vitrola, Tonico Bonifácio; minha câmera, trato por Ofélia, e tenho um urso tão grande que até parece um ser humano, chamado Ted.”
Musical
“Amo música! Herdei esse gosto dos meus pais. Curiosamente, sou prima de segundo grau da cantora Céu. Dia desses, ganhei um dia de folga e fui caminhar na praia. Não tinha ninguém, porque era dia de semana, ventava e fazia frio. Eu me sentia uma criança num parque aquático. Ouvia um CD do (grupo americano) Pink Martini e quis me alongar, então veio uma música que eu amo e comecei a dançar. Horas depois, minha empresária me ligou avisando que um paparazzo havia me fotografado. Não havia visto o fotógrafo, olhei as imagens e vi que ficaram bonitas, espontâneas. ‘Viu o que dá dar folga para uma maluca?’, brinquei com ela. Sempre fiz isso, dançar na rua, só que, antes, ninguém se interessava. E não vou deixar de fazer por isso.”
Cantadas
“Sou mais abordada por mulheres do que por homens. Engraçado isso, elas têm mais coragem, aproximam-se mais. Mas nunca houve nada ofensivo. Se eu já ‘fiquei’ ou ‘ficaria’ com mulher? Bem, novamente é uma questão muito pessoal, prefiro não responder.”
Aliança
“Jamais, nem na infância, sonhei em casar na igreja. Não tenho o sonho de ser mãe, de casar, de ter filhos… Nunca planejei. Mas, se a vida me trouxer isso, será uma surpresa. E eu gosto de surpresas.”
Maria adora dançar! E não há preconceitos de ritmos: “Na faculdade, eu era craque em forró universitário. Gosto do ritmo até hoje, embora prefira Dominguinhos e Alceu Valença. Danço até meus pés fazerem bolhas”
Foto: Lailson Santos
Sexo
“A manifestação da libido é muito presente na minha vida. Sou movida por tesão: no trabalho, na vida, nos relacionamentos, tudo para mim é à flor da pele. Sempre foi. Mas libido e tesão não são necessariamente vinculados a sexo. Já passei por longos períodos sem sexo e isso não influencia no meu tesão pela vida.”
Amor
“Meu primeiro beijo, aos 12 anos, não foi um mar de rosas. Foi numa festinha do prédio e a paquera não teve continuidade. Até os 13, eu era uma catástrofe: gordinha e sobrancelhuda. Era a última a ser escolhida numa dança lenta. Tive infinitas paixões platônicas, especialmente por professores, e me identificava com a protagonista de Meu Primeiro Amor, filme ao qual assisti mais de 40 vezes (risos). Só dava uns beijinhos em festas até os 17 anos, quando tive meu primeiro namorado. Ficamos juntos até meus 21, mas não deu certo.”
Fúria
“Patrícia, minha personagem, é temperamental. Eu normalmente sou calma, mas uma vez já briguei feio, tive uma discussão passional e até joguei um objeto na pessoa. Não machucou nem era para isso. E não me arrependo. Odeio injustiças e mal-entendidos.”
Futuro
“Não planejo nada na minha vida. Teve essa história de ‘fama’ na minha primeira novela, mas isso não me faz perder o foco. Fui para a Austrália aos 19 anos com 500 dólares no bolso para passar três meses estudando inglês e acabei ficando um ano lá, trabalhando como garçonete em um café. Então não sei do meu futuro. Só sei que (começa a cantarolar o trecho da música Oração do Anjo, da cantora Ceumar, 44): Não permita Deus que eu morra / sem ter visto a Terra toda / Sem tocar tudo que existe / Não permita Deus que eu morra triste.”
ESTA ENTREVISTA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1990 DA REVISTA CONTIGO!, NAS BANCAS EM 06/11/2013.
A família a chama pelo apelido do segundo nome, Carol
Foto: Lailson Santos