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Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert comeram placenta no parto da filha

Especialistas apontam os riscos dessa prática e a importância do órgão para o bebê

Por Sarah Catherine Seles
Atualizado em 13 Maio 2021, 16h33 - Publicado em 13 Maio 2021, 15h01
Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert
Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert comem placenta após parto da filha (Instagram/Reprodução)
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Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert relembraram o parto da filha caçula, Maria Manoela, agora com um ano, com um vídeo exibido no programa deles, o Bem Juntinhos, no GNT. A chegada da pequena chamou atenção por uma cena em que o casal come a placenta logo após o nascimento da menina, em outubro de 2019. 

O vídeo mostra o momento em que a profissional de saúde entrega a placenta para eles comerem, brincando: “Para chocar a sociedade (risos).” Após mastigar o órgão, Fernanda diz: “pausa e drama.”

Outros momentos também são mostrados no registro, como a preparação da família para o parto e o carinho dos gêmeos, Francisco e João, de 13 anos, com a mãe.

Placentofagia

O consumo da placenta da mãe após o parto é chamado de placentofagia, prática muito comum entre os mamíferos placentários. Entre os humanos, o ato ainda é raro, mas vem ganhando mais adeptos nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.

Além de Fernanda e Rodrigo, outras famosas, como a Bela Gil e Kourtney Kardashian, também ingeriram a própria placenta, que pode ser consumida em forma de capsula, smoothies, refeições ou até in natura. A placenta ainda pode ser eternizada como carimbo, aquarela e até adubo para o plantio de árvore.

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Há mulheres que são adeptas da placentofagia como uma forma alternativa de prevenção à depressão pós-parto e outras complicações. No entanto, esses pontos não são cientificamente comprovados.

A obstetriz Juliana Mesquita, do Coletivo Cordão, afirma que “a gente não tem nenhum estudo controlado de qualidade para dizer se realmente esses benefícios superam os riscos ou não, mas as mulheres que consomem a placenta relatam muitos benefícios.”

A placenta é o primeiro órgão a ser formado durante a gestação e oferece nutrientes, oxigênio e hormônios para o feto. Ou seja, o órgão é vital para manter a vida do bebê em formação. Ela também desempenha a função de filtro, portanto pode carregar algumas toxinas.

Gravidez
(|Klaus Vedfelt/Getty Images)
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De acordo com a médica obstetra e ginecologista Isis Quaresma, a ingestão da placenta pode funcionar como um placebo, já que os benefícios não são comprovados. Ela também aponta que existem riscos ao levar o órgão para casa. Por exemplo, algumas mulheres deixam a placenta na geladeira por mais de um dia, o que pode gerar contaminações por esse contato com fatores externos.

O processo da manipulação para transformar em cápsulas ou de secar a placenta também expõe o órgão a infecções. “A gente não sabe qual é a manipulação que existe, como está sendo fabricado”, afirma a médica.

“Do ponto de vista clínico médico, não tem nenhuma necessidade de ser feita [a ingestão], a reposição de ferro, toda a alteração hormonal vai ser feita pelo corpo sozinho. Se precisar de alguma reposição de ferro extra, a gente já tem cápsulas e medicamentos mais apropriados e seguros para isso ser feito, quando necessário”, conclui a obstetra.

Isis aponta ainda que dar a placenta para outras pessoas, como filhos e companheiros, também implica mesmos riscos, já que “a placenta pode ter agentes infecciosos, vírus, toxoplasmose, alguma bactéria.”

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Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert comeram placenta no parto da filha
Após parto da filha caçula, o casal ingeriu placenta. Reprodução/GNT ()

Já Juliana aponta que a ingestão é mais segura dentro do núcleo familiar, porque, com o marido, por exemplo, as mulheres compartilham a mesma flora e têm relações sexuais. Logo, a possibilidade de complicações é menor. “Agora, no caso, oferecer para amigas ou outras pessoas é mais arriscado mesmo, a gente não recomenda”, alerta.

A decisão de manter, ingerir ou guardar a placenta é exclusiva da mulher e é coberta pela Constituição Federal Brasileira. Como aponta Juliana, a lei “tem uma proteção da autonomia sobre o corpo e na liberdade de consciência de crenças. Então, em tese, se isso fizer sentido para ela, a mulher deve ser respeitada nesse direito.”

Durante o período pandêmico, é preciso ter mais cuidado com a prática. De acordo com a obstetriz, não é recomendado ingerir a placenta se a mulher contraiu a Covid-19 durante a gestação ou se não tem certeza se pegou o vírus ou não. Ainda não há estudos sobre a relação da placenta com o coronavírus, por isso não se sabe se há a possibilidade de reinfecção.

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