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“E se fossem meus filhos?”, Angelina Jolie se emociona ao discursar no campo de refugiados da Jordânia

A atriz já visitou quatro vezes o segundo maior campo de refugiados do mundo, o qual abriga 122 mil habitantes. Não é a toa que ela – enviada especial do Alto Comissariado da ONU para refugiados – não conseguiu conter a emoção ao discursar sobre os conflitos que assolam a Síria há 5 anos.

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 16h36 - Publicado em 13 set 2016, 16h55
Demotix/Splash News
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Uma pesquisa realizada pela Unicef divulgou uma das faces mais tristes e cruéis da atual crise do sistema humanitário – já considerada por alguns como a pior dos últimos tempos: cerca de 50 milhões de crianças, de todo o globo, foram obrigadas a deixarem suas casas. Mais da metade desse número – isto é, 28 milhões – disseram adeus à sua terra natal por medo de acabarem sem vida devido as guerras, perseguições e conflitos violentos. 

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Por já ter entrado em contato, diversas vezes, com o sofrimento dos 122 mil habitantes do segundo maior campo de refugiados do mundo, localizado em Zaatari, no Norte da Jordânia, a atriz e enviada especial do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, Angelina Jolie, não conseguiu conter a emoção ao discursar sobre os conflitos que assolam a Síria e milhares de pequenos desterrados. É a quarta vez que a atriz norte-americana visita o local, que há 5 anos abriga essas pessoas.  

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“Eu consigo ver nos olhos torturados dessas crianças que algumas não se lembram de como eram suas vidas antes de virem para cá, neste ambiente desértico e cheio de cercas de arame farpado”, disse aos repórteres e enviados especiais presentes, nesta última sexta-feira: “Há adolescentes aqui que carregam consigo feridas terríveis – tanto física, quanto psicologicamente – dos conflitos que presenciaram. Mais da metade dos refugiados deste campo são menores de 18 anos, e têm a idade dos meus filhos.

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Jolie e Brad Pitt têm uma família de seis filhos: Maddox, de 15 anos; Pax, de 12; Zahara, de 11; Shiloh, de 10 e os gêmeos Knox e Vivienne, de 8. E ela demonstrou estar pensando neles enquanto proferia sua declaração: “Como qualquer pessoa que tenha um mínimo de altruísmo, é impossível para mim não imaginar o que seria da minha vida de meus próprios pequenos estivessem submetidos a uma situação tão traumatizante, e isso quebra o meu coração.”

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Um de seus maiores objetivos com o discurso, certamente, foi alertar o mundo para a situação para a crise humanitária – principalmente as nações que estiveram presentes na Assembleia Geral da ONU (UN General Assembly). O desafio colocado por ela às autoridades abrange as formas de atingir o cerne da questão e, a partir disso, desenvolver possíveis soluções. “Depois de cinco anos vivendo aqui, os refugiados não sabem se estão mais vulneráveis, nem quando poderão voltar para casa. Eles não querem apenas receber mantimentos para sobreviverem neste campo hostil, mas sim uma resposta política”, explicou. 

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E ainda acrescentou: “Eu desejo que todas as famílias da Jordânia e região possam, algum dia, celebrar o fim do jejum do Ramadã (evento conhecido pelo nome de Eid Mubarak). Mas o que era para ser uma época de felicidade, alegria e comemoração, dá lugar ao exílio, dor e luto – meus pensamentos estão com vocês.” Não é de hoje que Angelina tem se mostrado bastante engajada com a causa: em março deste ano, a atriz retornou ao Vale do Beca, no Líbano, onde marca o quinto aniversário da guerra síria. Na ocasião, ela conversou com líderes mundiais e chefes-de-Estado para continuar a idealizar projetos para ajudar milhares de desterrados. 

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“Para mim, a situação que estamos enfrentando hoje coloca por terra qualquer projeto de lei contra essas pessoas, apenas precisamos parar de sentirmos medo e agirmos politicamente. O mundo olha desesperadamente para todos os refugiados quando tentamos propor alguma melhoria, e eu espero um dia ser capaz de tornar palpável alguma.” Concluiu: “Desejo, do fundo do meu coração, que em março do ano que vem, eu possa vir até à Síria e encontrar paz, e que todos que aqui estão também possam seguir seu caminho de volta para o lar sem arriscar a própria vida.”

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Assista ao vídeo na íntegra: 

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