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Um fenômeno chamado Billie Eilish

De clipes obscuros a discursos políticos sobre o corpo e saúde mental, a cantora é destaque da música pop atual

Por Da Redação
27 jan 2020, 13h13
A cantora Billie Eilish.
Billie Eilish, de apenas 18 anos venceu 4 das principais categorias do Grammy (FREDERIC J. BROWN / AFP/Reprodução)
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É com seus 18 anos completos que a cantora Billie Eilish tem causado um grande impacto na música pop, e é difícil alguém nunca ter escutado algumas de suas músicas, ou ter ouvido falar sobre a forma que a jovem escolhe se vestir.

A jovem cantora se destacou no Grammy 2020 que aconteceu no último domingo (26), vencendo em 4 importantes categorias da premiação: álbum do ano, gravação do ano, música do ano com a canção Bad Guy, e artista revelação, batendo grandes nomes da música pop como Lizzo, Taylor Swift, Lana Del Rey, Lady Gaga, entre outros.

Nascida em 2001, Billie é filha de atores, dançava e cantava em um coral e fazia à mão as roupas que desejava usar. Sua primeira música, Ocean Eyes, foi lançada aos 13 anos no soundCloud, e aí começava a sua trajetória musical.

O álbum que garantiu seu lugar no Grammy foi o When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, lançado em março de 2019 e produzido pelo seu irmão mais velho, também premiado, Finneas O’Connell, hoje com 22 anos. Detalhe, o album foi inteiramente gravado dentro do quarto de infância da cantora. Aliás, ela ainda vive na mesma casa, com os pais. A fama deve mudar um pouco isso.

É curioso destacar que, nas posições em que venceu, quem estava antes dela era Taylor Swift, e Billie dá continuidade ao legado feminino no Grammy, se tornando a segunda mulher mais jovem da história a vencer o principal prêmio da indústria musical. A primeira, foi a cantora de country LeAnn Rimes, que ganhou 2 Grammy aos 14 anos de idade.

Mas as conquistas de Billie não estão destacadas apenas no Grammy. Em novembro de 2019, a pequena estrela abocanhou duas categorias no MTV Europe Music Awards, como Artista Revelação e Melhor Canção, também com Bad Guy. Aparentemente, ela queria ir mais longe: na 47ª edição do American Music Awards, ela também venceu como artista revelação e Artista Rock Alternativo. 

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Não é por nada que ela foi escolhida para fazer a próxima música de abertura do filme do 007, No Time to Die. Billie é o nome da hora.

Veja o clipe de “Bad Guy”, vencedor na categoria Melhor Música:

Posicionamentos

Não é apenas a sua música que tem ganhado notoriedade. Billie Eilish levanta a questão da sexualização feminina usando roupas que não evidenciam suas curvas e formas. O que é algo atípico no universo pop, já que muitas cantoras optam por serem sensuais, e acaba sendo uma característica desse estilo musical.

As roupas vem acompanhadas de um forte discurso político, e influencia de forma positiva as suas fãs – que em sua maioria, são menores de idade – e dá um novo sentido visual a música pop.

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Ninguém pode dizer, tipo, ‘ah, ela é cheinha, ela não é cheinha, ela tem a bunda flácida, ela tem a bunda grande”, disse ela, em entrevista para a Calvin Klein. 

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Ela mistura peças de grifes famosas com ‘achadinhos’ de brechó, deixando seu estilo cada vez mais característico. Seu discurso poderoso a respeito do corpo e a negação da “sex appeal” do mundo da música garantiram a ela mais prêmio: ela foi considerada a mulher do ano em dezembro do ano passado pela revista Billboard, em uma cerimônia realizada em Los Angeles.

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A cantora faz parte dos 0,6% de pessoas que sofrem da Síndrome de Tourette, um distúrbio neurológico de causas genéticas, caracterizado por uma série de tiques nervosos. No caso de Eilish, ela mexe as sobrancelhas, arregala os olhos e algumas vezes torce o pescoço.

No talk show da apresentadora Ellen Degeneres, a cantora explicou porque nunca teve coragem de mencionar o distúrbio.

“Não queria que isso definisse quem eu sou. Não queria ser conhecida como: a artista que tem Tourette”. Hoje, ela fala abertamente sobre essa questão e desmitifica os mitos e piadas que são associados a quem é portador do distúrbio.

Ela ainda contou que seus fãs fizeram com que ela se sentisse confortável em compartilhar sobre, e muitos deles que também possuíam o distúrbio se identificaram ainda mais com a artista.

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E para fechar com chave de ouro sobre os posicionamentos da cantora, ela faz parte da campanha “Seize the Awkward”, da organização Ad Council, sobre conscientização sobre saúde mental, assunto que Billie também fala em suas músicas e em entrevista, já que revelou  sofrer de um quadro depressivo, que a levou pensar em suicídio no ano passado. 

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