5 mitos e verdades sobre o veganismo
A dieta vegana pode ser benéfica para saúde, mas é necessário um acompanhamento profissional
Alimentação pode ser um tópico polêmico quando envolve drásticas mudanças ou muitas restrições. Abrindo o leque para esse assunto, temos o veganismo, que é praticamente um estilo de vida e que costuma envolver alguns mitos e verdades. Geralmente, essa dieta está ligada a uma rotina mais saudável – mas nem sempre é assim. Afinal, toda alteração no organismo que envolva alimentos vem atrelada a um cuidado.
“Em toda dieta baseada em plantas, o importante é priorizar a escolha de alimentos saudáveis e variados”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “O ideal é que esse hábito alimentar seja o mais variado dentro do possível, para permitir o aporte de todos os nutrientes necessários”.
Entenda mais sobre sobre dieta vegana com 5 mitos e verdades:
A alimentação vegana é mais saudável?
Nem sempre a dieta vegana é mais saudável, pois pode contar com alimentos ultraprocessados. “Muitos desses produtos produzidos a partir de plantas, especialmente as carnes, são considerados alimentos ultraprocessados, isto é, são formulações industriais fabricadas a partir de substâncias extraídas ou derivadas de outros alimentos (no caso, as plantas) e sintetizadas em laboratório (corantes, aromatizantes, conservantes e aditivos)”, esclarece.
Todo esse processamento deixa esses alimentos mais gostosos e semelhantes aos que eles estão substituindo. É aí que mora o perigo, os produtos acabam não sendo tão saudáveis devido a esse tratamento, diferente de alimentos naturais. Dependendo da composição, podem aumentar o risco de certos problemas de saúde, como obesidade, colesterol e doenças cardiovasculares. O ideal é ficar atento à composição do que você está ingerindo.
“Mas a melhor opção para aqueles que desejam abandonar os produtos de origem animal de maneira realmente saudável é apostar nas preparações caseiras de alimentos vegetais in natura”, completa a nutróloga.
Suplementos são necessários para pessoas veganas?
Sim, de acordo com a médica nutróloga, é possível ter uma dieta baseada no consumo de vegetais ou exclusivamente composta de vegetais, contanto que seja muito bem planejada e conte com todos os nutrientes necessários para organismo. Mas a profissional alerta que pode ser necessário repor proteínas, cálcio, ferro e vitamina B12 – esta última é geralmente a que mais precisa de suplementação, sendo as principais fontes de origem animal
“Todas as carências podem ser evitadas com uma dieta equilibrada e na maioria das vezes corrigidas com o consumo de alimentos fonte desses nutrientes, mas em casos de carências maiores os suplementos alimentares podem ser necessários”, diz Marcella.
Dieta vegana faz bem para os rins?
Sim, esse tipo de alimentação pode trazer benefícios aos rins, de acordo com a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
“Uma alimentação baseada em verduras, legumes e grãos está associada à diminuição de fatores de risco relacionados à doença renal. Isso acontece porque há um maior aporte de fibras e antioxidantes na dieta. Esses nutrientes ajudam o corpo contra componentes inflamatórios e o estresse oxidativo. Além disso, a dieta vegana reduz o risco de hipertensão, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica – três problemas que estão altamente relacionados com doenças renais”, explica a médica.
Entretanto, não vale investir em alimentos ultraprocessados, principalmente ricos em sódio e aditivos químicos alimentares. Neste caso, os benefícios citados acima não se aplicam. “O planejamento de uma dieta vegana requer muitos cuidados e a consulta com um profissional é fundamental”, acrescenta a Dra. Caroline.
Procedimentos estéticos em veganos têm pior resultado?
Isso é mito! Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS, esclarece que todo procedimento estético para a bioestimulação de colágeno depende de ingestão adequada de proteína para síntese de colágeno e elastina.
“Portanto, para esses pacientes, o importante é ter consumo de proteína vegetal combinada, oferecendo aminoácidos essenciais necessários para a formação de colágeno e elastina”, diz a Dra. Cláudia. Vale apostar na soja, grão de bico e outras leguminosas, geralmente combinando com um cereal (arroz e feijão, milho e ervilha), completa a Dra. Marcella.
Cosméticos veganos são mais fracos?
E temos mais um mito. Os produtos veganos classificados como cosméticos não possuem ingredientes de origem animal (carne, aves, peixe, ovos, laticínios, mel, própolis, geleia real, entre outros), nem subprodutos de animais (tais como corantes de insetos, seda etc.) e que também não são testados em animais (ingredientes e produto finalizado). Eles não são mais fracos por isso.
“Os benefícios dos cosméticos veganos são os mesmos que os tradicionais. Eles ajudam a hidratar, retardar sinais de envelhecimento e fazer tudo aquilo que os convencionais fazem, mas sem utilizar produtos de origem animal. Para isso, utilizam equivalentes químicos e vegetais, garantindo os cuidados da pele e da beleza”, garante Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gestora técnica da Biotec Dermocosméticos. Inclusive, existem inúmeros ativos para o rejuvenescimento que são considerados veganos – e referência em ação rejuvenescedora e pró-idade.
Como citado acima, para investir em uma alimentação vegana é importante consultar e fazer um acompanhamento com um profissional.