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Maravilhosa, Jennifer Lopez é a personificação do poder em ‘As Golpistas’

Com muito carisma e uma história interessante, "As Golpistas" reúne mulheres incríveis e merece ser assistido.

Por Júlia Warken
Atualizado em 15 jan 2020, 06h54 - Publicado em 5 dez 2019, 12h58
 (As Golpistas/Reprodução)
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Jennifer Lopez é uma mulher estonteante e todo mundo sabe disso. Ela é autora de grandes hits e uma das mulheres latinas mais importantes do entretenimento nos Estados Unidos, mas sua estrela andava apagada nos últimos anos. As músicas recentes são pouco expressivas e Jennifer só vinha ganhando as manchetes por conta da aparência física. Nos tapetes vermelhos, ela sempre crava sua marca de mulher sexy e curvilínea, o que chama atenção, tendo em vista que a cantora já tem 50 anos.

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Mas Jennifer é mais do que isso e a prova está evidente em “As Golpistas”, filme que estreia nessa quinta-feira (5). Sim, o corpo delineado salta aos olhos na tela, e não haveria como ser diferente, já que ela interpreta uma stripper badalada. Mas é a atuação e o carisma de Jennifer que realmente hipnotizam. Sua personagem, Ramona, é cheia de nuances e a atriz sustenta todas elas. Obviamente sedutora, Ramona também é uma líder nata, cheia de cartas na manga. Há outras facetas, mas não queremos dar spoilers aqui.

Na trama, Destiny (Constance Wu, de “Podres de Ricos”) é uma stripper novata que se une a Ramona e a outras garotas para aplicar golpes em executivos ricos de Wall Street. A ideia surge por conta da crise econômica de 2008. O clube de strip em que elas trabalham fica às moscas, pois os clientes já não tem mais dinheiro para esbanjar. Questionando o sistema financeiro e a crescente desigualdade social nos EUA, as personagens decidem colocar em prática um esquema ilegal.

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“As Golpistas” tem doses de crítica social, mas não chega a ser genial nesse aspecto. Mesmo assim, o filme faz refletir e a trama é envolvente. A primeira metade do longa tem um ótimo ritmo e a química entre as personagens é maravilhosa. Constance também está bem no papel e Keke Palmer (“Scream Queens”) merece ser citada como uma das melhores em cena. Lili Reinhart (a Beth de “Riverdale”) não brilha, mas orna com a trama e com o resto do elenco. As cantoras Cardi B e Lizzo aparecem pouco, mas funcionam muito bem e elevam o tom cômico do filme. Dentre os principais nome do elenco, Madeline Brewer (a Janine de “The Handmaid’s Tale”) é o destaque negativo e Julia Stiles (“Dez Coisas que Eu Odeio em Você”) está apenas operante.

O filme ainda conta com outras atrizes pouco conhecidas e esse monte de mulheres em cena é um dos pontos fortes de “As Golpistas”. A incômoda objetificação do corpo feminino salta aos olhos, mas o longa trata de humanizar as personagens – dando uma camada a mais ao evidente tom de empoderamento da história. E isso tem um peso enorme. Não por acaso, esse é um filme dominado por mulheres também atrás das câmeras.

“As Golpistas” é baseado em uma história real, contada numa reportagem da jornalista Jessica Pressler. O roteiro, adaptado desse material, e a direção têm a assinatura da pouco conhecida Lorene Scafaria – e vale a pena ficar de olho nela. Vale lembrar que Jennifer Lopez também é uma das produtoras do filme.

E por falar (mais uma vez) em Jennifer… será que a indicação ao Oscar vem? Fica a dúvida. “As Golpistas” é um filme pop, e a atuação de Jennifer não está no patamar de Regina King, em “Se a Rua Beale Falasse”, que foi a vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante esse ano. Rachel Weisz e Emma Stone também estão um degrau acima em suas performances no longa “A Favorita” – só para citar outros dois exemplos de atrizes que estavam no páreo em 2019.

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(As Golpistas/Reprodução)

A verdade é que o roteiro “As Golpistas” acaba por não mostrar as nuances de Ramona com muita profundidade. Mesmo assim, sabemos que a Academia está cada vez mais pop, na tentativa de se reconectar com o público. Sem dúvida existe a possibilidade de vermos Jennifer sendo “a Lady Gaga” da premiação de 2020.

Especulações à parte, dá gosto de ver o talento de Jennifer sendo reconhecido nas telas mais uma vez. Para quem não sabe, ela já concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Atriz por “Selena”, em 1998. Mas “As Golpistas” definitivamente não se resume a uma atriz e é um bom filme no conjunto da obra. Tem carisma, tem ritmo, tem uma história interessante e tem mulheres fazendo bonito – em cena e atrás das câmeras.

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