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Giovanna Grigio: “Como mulher, sinto medo o tempo todo”

A atriz, protagonista de "Maníaco do Parque", conta como o filme impactou sua carreira e percepções de mundo

Por Beatriz Lourenço
18 out 2024, 08h00
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  • Giovanna Grigio é a protagonista do filme "Maníaco do Parque"
     (Divulgação/Divulgação)

    Os fãs de true crime já podem comemorar! Nesta sexta-feira (18/10), o filme “Maníaco do Parque” estreia no Prime Video. A adaptação dramática e perturbadora é baseada em uma das histórias criminais mais chocantes do Brasil.

    O longa revisita os horrores cometidos por Francisco de Assis Pereira, um homem que aterrorizou São Paulo no final da década de 1990 ao assassinar e abusar de diversas mulheres.

    A narrativa, uma mistura de documentário e ficção, não só mergulha no psicológico do criminoso, mas traz um olhar sensível para o sofrimento das vítimas. Com um roteiro envolvente e direção que aposta na tensão, a produção desperta discussões sobre o impacto do machismo na sociedade.

    Na trama, Elena, vivida por Giovanna Grigio, é uma repórter iniciante que busca desvendar a identidade do “Maníaco do Parque”, interpretado por Silvero Pereira. Conforme descobre pistas sobre o caso, a jovem jornalista precisa provar para si e para seus colegas de trabalho que suas opiniões também merecem ser ouvidas (e valorizadas). Abaixo, confira a entrevista completa com a atriz:

    CLAUDIA: Esse é um filme que, antes de tratar do maníaco do parque em si, fala sobre machismo. Como você percebe esse tema no longa?

    Giovanna Grigio: Apesar do filme ser baseado na história do Francisco e da história dele ser o fio condutor, a narrativa acontece em outras esferas. Para mim, o machismo é o tema principal. Falamos muito sobre a falta de credibilidade que as mulheres sofrem em ambientes de trabalho.

    Sinto que nós, mulheres jovens, passamos por momentos em que as pessoas não acreditam na gente e não escutam o que temos a dizer com seriedade.

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    Elena é uma mulher que vive precisando provar sua capacidade. O filme se ambienta em 1998. Isso ainda é realidade?

    Sim! Minha mãe fala muito sobre como hoje as coisas estão muito mais avançadas para as novas gerações. Ainda assim, elas não são fáceis – temos muita caminhada pela frente porque vivemos em um sistema patriarcal.

    Giovanna Grigio é Elena em
    (Divulgação/Divulgação)

    Esse tema atinge a todas nós, mulheres. Durante o processo de pesquisa e filmagens você foi afetada pelo medo?

    Eu sinto medo o tempo todo. Eu sou familiarizada com casos criminais porque amo e sou consumidora de true crime. Mas estar em contato com essa história durante tanto tempo de uma maneira tão visceral me afetou, sim. Eu tenho medo de pegar carro, de andar na rua, de gente que eu não conheço. Nós, mulheres, não vivemos em paz.

    Além de jornalista, o que sua personagem traz para o filme?

    A Elena é um contraponto muito interessante porque mostra a potência da mulher em um jornal muito masculino. Todos os chefes dela são homens e ela lida com a história de um serial killer, que também é um homem. Ser mulher é o que a conecta com as vítimas e o que a faz ter uma visão mais humanizada da história. Sinto que criei um senso crítico mais apurado estando em contato com a personagem.

    Quando vejo ela lutando pela própria visão, me inspira a lutar pelas minhas visões. Geralmente, quando estamos em um lugar masculino, nos sentimos constrangidas ou diminuídas. Há o instinto de fazer tudo o que esperam de nós, mas podemos fazer diferente.

    Em uma das cenas, Elena fica horrorizada e irritada com o caso. Como foi colocar para fora esse sentimento?

    Todas as mulheres do elenco se uniram no set de filmagem para fazer essa cena. Eu estava muito nervosa nesse dia porque estava diante de um elenco muito talentoso e me senti pressionada, um pouco acuada e um tanto apavorada. Essa energia feminina foi muito transformadora e despertou em mim a coragem para gravar.

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    O que você leva desse filme para sua carreira?

    Ele me fez querer contar histórias de mulheres. Sempre falamos pela perspectiva masculina, mas o que as mulheres sentem? O que elas querem? Sonham? Também tenho vontade de fazer biografias.

    Esse filme é importante para minha carreira porque estive em muitos projetos destinados especialmente ao público jovem e esse é o primeiro mais adulto. Mas quero mostrar que sou uma atriz versátil. Espero que, depois desse projeto, eu possa evidenciar novas faces de mim.

    Silvero Pereira em
    (Divulgação/Divulgação)

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