Sim, estou com o vírus. Exausta, na cama, medindo saturação com oxímetro e me entupindo de ivermectina e azitromicina. Mas aproveito essa parada obrigatória para repensar tanta coisa.
Quando a médica disse que meu pulmão já estava acometido, pensei: é veloz essa gripezinha e o choque do estrago que esse negócio faz nas pessoas – sobretudo as mais vulneráveis. Não há como não misturar convalescença com política. Tudo foi de uma imensa irresponsabilidade.
Deveríamos ter fechado sim o Brasil, mesmo com as dimensões continentais e os desafios econômicos, mas essa libertinagem do vírus deu no que deu: um estrago de mortes. E esse contato com a nossa finitude através desta doença é que reside uma chance real de mudança de postura. Urge a gente ter um plano real para aproveitar a maturidade. Começo pela vida real.
- Você organizou sua vida financeira? Tem suas reservas? Faz planilha mensal de gastos?
- Tem plano de saúde? Consegue pagar um mais econômico como Prevent Senior?
- Sua lista de compras semanais é inteligente? Você usa um supermercado mais barato para itens básicos? Compra pouco supérfluos?
- Já vasculhou no seu armário o que pode ser doado, vendido, trocado? Aproveita o fim do ano para organizar tudo
- Olha com carinho para seu corpo? Uma aula de dança? Yoga? Caminhada? Mexa-se
- Se deu uma chance para ter um pet? Cães e gatos custam mas dão tanto carinho. Então por que não?
- E o seu trabalho? E sua forma de remuneração? Vai ficar aposentada? Parada? Encontre um novo ofício. Seu bolso agradece
- Seu coração está feliz? Tem um companheiro? Companheira? Um pau amigo ou apenas um ombro? Não importa a forma de amar. O que importa é amar e ser amado
Mas agora, mesmo com tanto dever de casa a fazer, só penso na vacina. Passo meus dias achando que sou infectologista e torcendo para que todos os brasileiros tenham a chance de se curar. Como diz uma amiga, essa fase é Pfizer para não dizer o contrário. Saúde a todos é meu presente de amigo secreto para os meus leitores. Feliz Natal, amigos!
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