Volta e meia alguém me pergunta “Vai ficar grisalha de vez? Não faz isso…” e eu fico encafifada. Por que será? É passaporte rumo à velhice? Não penso nada assim.
Fui loura durante os últimos 4 anos, acho que muito fruto do meu segundo casamento. Novo marido, novo pique, uma vontade de transar, causar, abafar. Mas ficar com cabelo branco é derrota? Depois da pandemia, desde março, muita gente emburacou no cabelo tricolor, sem pintar, feio… mas eu não, eu tomei uma decisão logo no primeiro lockdown: vou grisalhar de vez.
Ainda estou com mechas louras, castanho claro – herança das tinturas passadas – mas quase ninguém, na faixa dos 50 anos, está hoje com a cabeça toda prateada. Confesso que dei uma embranquecida maior no cabelo. Descolori o fundo e fui introduzindo o prata tentando anular a base antiga. Gostei.
Hoje o novo casamento tem quase 5 anos e liguei o bye bye para o que ele pensa. Mas intenciono fazer uma mecha colorida, azul ou rosa, na parte de trás da cabeleira para conferir um toque mais cool.
Porém, acho libertador chegar nesta fase da vida – ainda em pandemia, na segunda onda – e poder respirar aliviada com relação à grana da pintura e o custo de idas ao salão. Claro que adorava me ver perua, no espelho do cabeleireiro, mas os tempos mudaram, as entradas de grana minguaram e estamos todos mais pobres e assustados. Então é hora de fazer tipo? Claro que não.
Aproveite o fim de ano e dê um basta na mesmice. Comece 2021 em outra. Ah! Esqueci de comentar com vocês: estou no maior regime. Mais magra, grisalha e cheia de vontade de me ressignificar. Então não será um vírus safado que vai domar meus quereres. E, como muitas mulheres, a mudança de atitude começa pelo cabelo. Vai entender…