É pelo caminho do meio que nós aqui em CLAUDIA escolhemos seguir. Nesse balanço nunca estático, percebo que muitas vezes topo abraçar por inteiro as minhas vulnerabilidades (obrigada, terapia), mas ainda falta instigar a ousadia e comemorar de peito aberto as realizações. Celebremos em conjunto, então, a alegria que essa edição de junho representa!
No dia do nosso ensaio de capa, vi a multiartista Liniker chegar ao estúdio carinhosa com toda a equipe e sair sorrindo de covinha a covinha. “Estar aqui é conseguir quebrar as barreiras de estereótipos de onde estão pessoas negras e trans. É muito bom estampar a capa falando sobre vitória e conquistas”, disse a cantora, compositora e atriz. Vê-la desabrochar nos retratos da talentosa fotógrafa Caia Ramalho foi uma aula de sobre o poder de transformação que o amor tem quando presente em todas as cenas.
“O afeto e as relações são uma força motriz muito grande, tanto pelo que escrevo quanto pelo que vivencio. Estou tentando ver o amor numa lógica em que não quero mais achar que ele só acontece a partir do sofrimento. Quero viver uma abundância de amor”, disse ela para a colaboradora Bárbara Poerner (leia a íntegra da entrevista aqui).
Essa mesma vivacidade está nos relatos delicados de pais e mães que deixaram para traz a prisão emocional e existencial dos padrões heteronormativos (leia aqui) e na disposição de quem se permite baixar a guarda para experimentar as delícias e os desafios inerentes que todo relacionamento traz. Na era do “eu”, quando andamos sempre com pressa, toda ajuda para sair do piloto automático é bem-vinda. Aqui entra o tarô, essa ferramenta ancestral. “O baralho é apenas um convite para sairmos do pragmatismo e da racionalidade extrema, e partir em direção a um mundo mais amplo onde possamos existir e nos movimentar”, nos disse a astróloga Pam Ribeiro, que estreia nosso horóscopo do mês. Aqui compreendi o que está em minhas mãos, e eu posso sustentar, e o que não está – então melhor soltar. E você, qual aprendizado escolhe celebrar?