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Juliana Borges é escritora, pisciana, antipunitivista, fã de Beyoncé, Miles Davis, Nina Simone e Rolling Stones. Quer ser antropóloga um dia. É autora do livro “Encarceramento em massa”, da Coleção Feminismos Plurais.
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Por mais 59 anos de realização de sonhos!

Que Claudia esteja junto de todas nós, como essa amplificadora de vozes, orientando nosso autocuidado e projetando nossos desejos

Por Juliana Borges
25 out 2020, 12h00
 (Foto/Getty Images)
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CLAUDIA faz 59 anos. E eu me lembro de quando vi a revista pela primeira vez: na casa de uma de minhas tias paternas, e depois de uma de minhas tias-avós. Me recordo que fiquei sentada no chão da sala folheando as páginas e pensando se algum dia eu poderia ser como as mulheres que ali estavam fotografadas.

Quando aprendi a ler, o choque foi imenso: aquela revista que eu tanto gostava de folhear tinha o nome de minha mãe! Antes da alfabetização, eu só sabia rabiscar imaginando histórias, que depois aprendi que são chamadas de romances. E eu comecei a perceber que, naquela revista, eu também poderia escrever, quem sabe, algum dia.

Durante toda a minha existência, CLAUDIA esteve comigo. E, nesses anos, eu achava um sonho impossível ser, um dia, uma de suas colunistas. Mas, já escutamos pela voz de Maria Bethânia que “sonhar mais um sonho impossível” significa “lutar quando é fácil ceder”.

O tempo passou e eu cheguei a pensar que até o sonho de viver escrevendo fosse uma impossibilidade. Até que meu caminho e de CLAUDIA se cruzaram. E tem sido uma jornada incrível. Quem diria, mãe?

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Então, escrever sobre o que eu quero nos próximos 59 anos para as mulheres passa pelo meu desejo de que essa minha parceria com CLAUDIA se mantenha, pelo tempo que durar. Um pouco egoico, eu sei. Mas acredito que uma das forças da revista é exatamente acompanhar mulheres e fomentar seus sonhos, para que sejamos autênticas, autônomas e livres.

E eu desejo isso para nós, mulheres, nos próximos 59 anos: que nos escutemos mais em nossas diferenças como pontas cheias de energia explosiva por mudanças; que nos fortaleçamos com isso, rompendo silêncios, implodindo barreiras e construindo pontes.

Que nos próximos 59 anos, nós sejamos donas de nossos corpos; que não existam mais hierarquias raciais e desigualdades sociais; que as nossas vozes sejam reconhecidas na arena pública de debate como qualquer outra. E que CLAUDIA esteja junto de todas nós, como essa amplificadora de vozes, orientando nosso autocuidado e projetando nossos desejos. E, no meu caso, como a revista que realiza sonhos!

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