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Por Ana Carolina Coelho. Feminista, mãe, escritora, poeta, dançarina, plantadora de árvores, pesquisadora e professora universitária
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Os perigos de uma história única: o avesso do tempo e o “amaternar”

O quanto carregamos dos nossos pais? A herança familiar não é, necessariamente, o futuro das nossas crianças

Por Ana Carolina Coelho
8 ago 2022, 15h48

Você só irá dar valor ao que sua mãe faz, quando for mãe também”. Quem nunca ouviu essa frase quando criança?

Para mim era sempre algo meio ameaçador, porque só era dito quando estávamos ganhando alguma bronca. Eu cresci e me tornei mãe. E aos poucos, me vi falando frases iguais ao que ouvia na infância e cuidando como lembrava de ter sido cuidada.

Já tive momentos de gargalhar pensando que “estou virando a minha mãe”, mesmo sabendo que eu estava sendo eu mesma com um somatório de gestos, ações e palavras que me compõem como pessoa. E a minha mãe é uma das referências importantes para o meu maternar, então é claro que eu iria, em várias circunstâncias, “ser” igual a ela.

O tempo atravessa as memórias e refaz o caminho para sentimentos de amor e compreensão

O avesso do tempo não é ser “como nossos pais”, mas entender porque elas/eles agiam daquela maneira. Eu me vejo revisitando meu passado e reescrevendo minhas memórias. O que já foi ressentimento por ter sido uma bronca, torna-se agradecimento pela proteção dos perigos reais da vida que eu não tinha maturidade na época para perceber; as lágrimas e tristezas que mamãe expressava ao falar sobre determinados assuntos, antes incompreensíveis, hoje se tornam dores palpáveis: eu agora consigo entender.

duas figuras de papel olham uma para a outra
(Tara Moore/Getty Images)

Mamãe foi uma mulher que também fez o melhor que pode em sua época e, com os recursos que tinha, para nos criar. O passado ao avesso me permite, a cada dia, admirá-la ainda mais. Sei que meu “amaternar” é diferente do dela, e sei que dentro dele tem elementos que ela me ensinou. Afinal, somos pessoas diferentes, ligadas por esse amor que é, ao mesmo tempo, um laço e uma dádiva.

Nesses dias tão esquisitos e cheios de dores, eu tenho feito esse exercício de me olhar no espelho e deixar ver o tempo que passou em mim, e como o que eu lembro pode ter muitos outros significados quando você se aventura a pedir que as outras pessoas contem suas versões da história. E é nessa mistura de narrativas que eu tento me reencontrar com novos e mais gentis significados sobre a minha trajetória e das pessoas que me compõem. E isso “amaterna” a minha vida, na medida em que eu consigo estar no avesso do tempo e compreender o que antes era uma História Única dentro de mim.

E o perigo de uma história única é a falta de espaço para outras versões, pessoas e atitudes. Espero que um dia minhas filhas também possam fazer esse revisitar da vida, como uma maneira de “jogar fora” o que não nos cabe mais e, aos poucos, poder enxergar a humanidade em cada pessoa que as compõem.

Minha mãe estava fazendo o melhor que podia, assim como nós, mães, em sua maioria, estamos fazendo o melhor que podemos! Cuidem das suas crias e de vocês. E vamos juntas!” É possível sermos melhores, sempre!

Dias Mulheres virão!

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