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A parte que me cabe

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Idealizadora do @namastreta, a jornalista Caroline Apple trilha o caminho da autorresponsabilidade nos relacionamentos

A relação acabou. De quem é a culpa?

As relações são construídas por aquilo que acontece e não pelo que deixou de acontecer

Por Carol Apple
12 jan 2023, 10h37
término
Culpa pelo término de relacionamento é comum, mas pode tirar autonomia da outra pessoa. (Foto: Reprodução/Pexels)
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Primeiro, vamos sair do automático e reconhecer que, mesmo racionalmente sabendo que não existem culpados no término de uma relação, é possível e bem comum que a gente sinta culpa e acredite que as coisas poderiam ter sido diferentes caso tivéssemos agido de outra forma. Então, a partir dessa observação honesta da complexidade emocional que envolve o fim de um relacionamento, podemos avançar para analisar as pegadinhas que envolvem o ato de perder a mão na hora de dividir as responsabilidades, que pode nos falar muito sobre a nossa tentativa de um suposto controle das coisas, mesmo quando tudo já desabou.

Culpa é o reconhecimento de uma falta. Por isso, quando algo não sai como o planejado, é comum que a gente busque respostas nessas palavras não ditas, nas omissões e em outras situações que não foram vividas. É um grande balanço com base em imensas hipóteses. E, sim, essa análise tem o seu valor. Mas será que realmente o final da história seria outro caso tivéssemos preenchido essas lacunas?  

Uma coisa que pouca gente nota é que quando nos culpamos excessivamente por nossas faltas diante do fim de um relacionamento, na verdade, estamos tiramos da outra pessoa toda a autonomia dela. Quem disse que se você fosse mais isso ou aquilo a relação não teria acabado? Que mania é essa que temos de achar que tudo está em nossas mãos, mesmo quando há um outro universo interagindo com a gente? Medo, prepotência e imaturidade são apenas algumas das constatações que podemos fazer diante de um cenário como esse.

Lembro uma vez que tive um término bastante intenso. Eu me culpei tanto. Fiquei pensando se eu fosse mais calma, mais autoconfiante, mais compreensiva, mais amiga, mais magra, mais bonita e sei lá mais o que, com certeza, o meu namorado da época não teria me dado um pé. Anos trabalhando minhas questões emocionais me ajudaram a perceber que tudo isso não passou de uma tentativa do meu ego de ainda achar que controla alguma coisa. Durante muito tempo eu excluí a possibilidade do meu ex-companheiro, simplesmente, não me querer. Eu fazer um inventário das minhas faltas era menos dolorido do que assumir que esse cara poderia, apenas, não gostar de mim o suficiente para levar a relação à diante.

As relações são construídas por aquilo que acontece e não pelo que deixou de acontecer.

Carol Apple

E lidar com isso é sair do campo da suposição e adquirir sabedoria conforme a experiência vivida. Procurar compreensão nas faltas é flertar com um oceano de variáveis que podem destoar demais da realidade e ainda nos levar para cenários fantasiosos, no quais somente as nossas atitudes têm o poder de definir os rumos da nossa história. E não é bem por aí. Não temos esse poder todo. Mais humildade cai bem.

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