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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

Elizabeth Fremantle fala sobre o romance “Desobediente”

Enquanto aguarda o lançamento do filme “Firebrand”, adaptação de um livro seu, a escritora fala sobre seu novo projeto, o mais pessoal de toda sua carreira

Por Ana Claudia Paixão
28 jul 2023, 10h52
autora Elizabeth Fremantle
A autora Elizabeth Fremantle. (Divulgação/Divulgação)
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Elizabeth Fremantle conhece bem as rainhas britânicas. Seu livro sobre a Rainha Katherine Parr – O Gambito da Rainha (The Queen’s Gambit) – virou um filme, rebatizado como Firebrand, dirigido pelo brasileiro Karim Aïnouz, com Alicia Vikander no papel da Rainha e Jude Law como Henrique VIII. Porém, é com Desobediente (no original, Disobedient), que ela está ansiosa e animada. O livro embarca na vida de outra mulher forte, a pintora Artemisia Gentileshci, uma artista icônica comparada à Caravaggio, Rubens e El Grecco.

A trajetória de Artemisia, como não poderia deixar de ser, foi marcada por dor (física e moral), abuso sexual, mas também sucesso e romance. Para Elizabeth havia algo ainda mais forte. Ela mesma uma sobrevivente de estupro, se comoveu com as pinceladas fortes da italiana, que colocava figuras de mulheres abusadas como personagens centrais de seus quadros e expressava sua revolta pessoal com imagens violentas e ousadas.

Elizabeth sabia o que era aquela dor e quis contar a sua história. Como fã de seus livros, eu estava empolgada em conversar com ela. Para ajudar, o audiolivro em inglês conta com ninguém menos do que Emma D’Arcy, nossa Rhaenyra de House of the Dragon, na narração. Tem toda cara de que como Katherine Parr, um dia chegue à uma plataforma ou no cinema. Tudo isso e mais um pouco está no papo exclusivo para CLAUDIA sobre mulheres, História e inspiração.

CLAUDIA: Você já conhecia a história de Artemisia? Como virou o tema de seu novo livro?
ELIZABETH: Quando pesquiso todos os meus romances, vejo muita arte do período, e quando estava pesquisando para “O Gambito da Rainha” descobri Artemisia e pensei ‘Oh meu Deus, ela é uma personagem incrível’, mas emendando ‘não é o momento para eu contar essa história.

CLAUDIA: Na época estava em outro período histórico?
ELIZABETH: Isso, escrevia bem os livros ambientados na corte Tudor e tinha expectativas de escrever mais três livros do mesmo tipo. Por isso não poderia de repente colocar um livro de ambientado na Itália, em uma Roma de1611.

CLAUDIA: Mas há algo mais que te conecta com ela, não é?
ELIZABETH: Sim, é uma história muito pessoal para mim porque Artemisia é estuprada por seu professor de pintura e também sou uma sobrevivente de estupro, na mesma idade dela. Então foi uma história muito, muito pessoal para mim. Queria muito escrevê-la, mas não sabia se conseguiria.

CLAUDIA: Por que?
ELIZABETH: Porque quando você escreve um romance, você vive com seus personagens e o que acontece com eles por dois anos em sua cabeça. E eu simplesmente não sabia se seria capaz de fazer isso.

CLAUDIA: O que mudou?
ELIZABETH: As pessoas começaram a falar sobre suas experiências e percebi que poderia ser uma coisa realmente fortalecedora para mim. Estava pensando em escrever sobre a escritora Aphra Behn, que viveu no final do século XVII, mas não consegui entrar nessa história. Ela é uma mulher incrível, mas eu simplesmente não conseguia porque continuei pensando em Artemisia, sua história continuou conversando comigo. Então houve uma grande exposição na National Gallery, aqui em Londres, que foi adiada por causa da Covid mas havia vários artigos na imprensa e continuei lendo. Entendi que tinha que escrever este romance porque se não o fizesse, outra pessoa o faria e eu queria muito fazê-lo.

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CLAUDIA: Sinto muito por sua dor também…
ELIZABETH: Eu revelei no prefácio porque senti que é muito importante ser aberta sobre isso. Espero que outras mulheres sintam que podem se abrir sobre o que aconteceu com elas sem sentir vergonha. Eu mesma sempre hesitei em falar sobre o que aconteceu porque não queria que as pessoas tivessem pena de mim e dessa maneira acabou sendo uma experiência incrivelmente fortalecedora.

CLAUDIA: Artemisia tinha uma força incrível ainda mais para uma mulher naquela época, não?
ELIZABETH: Ela era virgem e uma virgem que foi estuprada. Era uma prática completamente normal esperar que se casasse com seu estuprador, porque o crime foi tratado como se fosse sobre a honra da família. E isso faz parte da história dela. Mas você sabe, Ana, o que realmente sempre ainda me choca quando penso nisso é que ainda há partes do mundo onde as mulheres são obrigadas a se casar com seus estupradores pela honra de sua família. Não é algo do passado e por isso é sobre essas mulheres que escolho escrever. Suas histórias podem ser histórias de 500 anos atrás, mas ainda têm relevância para mulheres modernas.

CLAUDIA: Sem dar um spoiler ainda maior, o estuprador de Artemisia era um amigo do pai dela, um homem que ele trouxe para casa, confiando na segurança de sua família. O que podemos antecipar para leitora de CLAUDIA sobre a história dela?
ELIZABETH: Ela vivia com o pai dela e três irmãos. Quando tinha apenas 12 anos, sua mãe morreu, por isso cresceu cercada por meninos e ajudava ao pai na pintura. Mas o mais interessante é que não há dúvida que quando você olha para o trabalho, ela é uma pintora melhor do que ele. O trabalho dela é mais expressivo, tem mais emoção. Ele é muito habilidoso, mas ela tem algo mais, algo de vitalidade e vigor reais em seu trabalho que estão ausentes no dele. A partir disso, concluí que ele pode ter tido que lutar internamente com isso, sabendo que ela – uma mulher – era melhor que ele. Ele tem orgulho dela e muito ciúmes. E isso é, é uma parte importante da atmosfera da casa, esse tipo de atração estranha entre essas emoções opostas que ele sente porque ele também bebe. Assim, a família não é particularmente feliz e eles não são ricos. Artemisia pinta os fundos e alguns dos detalhes, mas ele reconhece que podem receber mais encomendas se ele começar a passar os quadros dela como se fossem dele, o que cria ainda mais dificuldades dentro da família. Tirei isso do fato de que existem muitas pinturas dele que agora estão sendo atribuídas a ela.

CLAUDIA: E como o predador entra na história?
ELIZABETH: Não vou revelar mais porque sinto que pode estragar para as pessoas que ainda não a conhecem [risos], mas ainda sobre Artemisia, eu a vejo como alguém que queria coletar informações e aprender e ser uma pintora melhor, mas não pensa em amor ou casamento. Só pensa em nada exceto em seu trabalho como pintora e sonha em ser julgada de igual aos colegas homens. De certa forma, ela é uma protofeminista. Algo que fica claro nos tipos de trabalho que escolheu para pintar, com mulheres perpetrando atos violentos contra os homens. Há uma raiva nos quadros que me faz vê-la como uma protofeminista.

CLAUDIA: Sim, em especial depois que sabemos tudo que viveu, é muito poderoso.
ELIZABETH: Eu pensei que essa pessoa, o homem que cometeu a violência contra ela, era alguém que poderia ajudá-la em sua carreira, ajudá-la a realizar seus sonhos, mas mesmo quando tudo dá errado, isso não a impede de realizar seus sonhos. E em alguns sentidos eu meio que sinto que foi ao contrário, a raiva deu a partida criar sua grande obra-prima, que é “Judith Slaying Holofernes” (Judith matando Holofernes), uma pintura incrível. E ela pintou dois quadros, os vi lado a lado na National Gallery, o que foi simplesmente incrível, realmente incrível.

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livro 'Desobediente'
Capa do livro ‘Desobediente’. (Divulgação/Divulgação)

CLAUDIA: Mas um dos fatos mais chocantes é que depois de ter sido violentada e acusado o estuprador, Artemisia teve que ‘provar’ que estava falando a verdade.
ELIZABETH: Sim, sem muitos spoilers, mas há um processo judicial e ela é submetida a tortura para provar seu testemunho. Não ele, mas ela. Essa é uma parte muito importante do romance e é uma parte importante para mim para entender sua composição psicológica.

CLAUDIA: Mas a vida dela não ficou restrita a esse trauma, não é?
ELIZABETH: O que acho ainda mais extraordinário é que Artemisia se torna a primeira e única mulher de seu tempo a ser admitida na Academia de Artes e Design de Florença. Logo depois passa a ser patrocinada pela família Medici, os governantes de Florença. Ela realiza seus sonhos, seus sonhos impossíveis. E mais: também viveu uma espécie de estilo de vida libertino, com amantes mesmo que tenha sido casada por conveniência com alguém que era amigo dela. Ela viveu essa vida extraordinariamente moderna, especialmente para uma mulher no início do século XVII. Viajou por toda a Itália, viveu em Nápoles e Florença, viajou para a Inglaterra, onde pintou na corte do Rei Carlos I. Há uma pintura fabulosa na Royal Collection, que é um auto-retrato que Artemisia fez ainda na Inglaterra. Ela era uma mulher que se recusava a ser submissa. Eu realmente admiro isso.

CLAUDIA: Mas sua Arte só foi redescoberta praticamente no século XX…
ELIZABETH: O que aconteceu foi que ela era tão celebrada em seu tempo, mas quando esse tipo de arte, a arte barroca, com aquelas cenas bíblicas, saiu de moda com a chegada do Iluminismo ela ficou menos comentada. Em especial na época vitoriana, no final do século 19, quando ninguém estava interessado em nada que as mulheres tivessem a dizer e ela foi automaticamente ‘dispensada’. Foi apenas nos meados do século 20 que as críticas de arte feministas começaram a reavaliar seu trabalho e trazê-lo à luz e ainda assim levaram outros 40 anos para realmente ressurgir. Por isso espero que este romance faça dela o nome familiar que ela merece ser. Você sabe, isso é tudo que eu quero para isso, para que o romance faça as pessoas saberem sobre ela.

CLAUDIA: Eu adoro o título de “Desobediente”!
ELIZABETH: Surgiu quando estava almoçando com minha editora e ela disse, olha, vamos ter que pensar em um novo título e tinha em mente a desobediência de Artemisia e ela adorou isso. E então acabou sendo apenas “Desobediente’, o que eu acho melhor.

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CLAUDIA: Sim, é a dona de sua voz. Não está seguindo as regras.
ELIZABETH: Sim! E não é como se fosse outra pessoa a chamando assim, é como se ela estivesse reivindicando seu caráter desobediente

CLAUDIA: E adorei a conexão com House of the Dragon! (Risos)
ELIZABETH: Sim, Emma D’Arcy! (risos) Oh meu Deus, Ana. Ouvi as fitas recentemente e ela trouxe algo completamente novo. É como ter, é como um novo, um novo elemento para o livro. E isso é realmente algo pelo qual se deve esperar, sim.

CLAUDIA: Podemos sonhar em ver a história de Artemisia nas telas também?
ELIZABETH: Sim, bem, meu agente de cinema está trabalhando nisso, vamos ver se acontece.

CLAUDIA: Dedos cruzados! Porque “Firebrand” – que ainda não tem data de lançamento confirmada – saiu de um best-seller seu. Como é o trabalho de pesquisa para biografias/romances como os seus? Há um volume grande se séries e livros reimaginando pessoas históricas, não?
ELIZABETH: Há algumas personalidades sobre as quais sabemos muito mais. Katherine Parr, que é a personagem central em “O Gambito da Rainha”, que mudou o nome para não confundir com a série da Netflix e passou a se chamar “Firebrand” é sobre ela, mas não apenas seu reinado. No caso dela há muita coisa documentada e o livro está rigidamente respeitando a história. O que faço é apresentar outros personagens que têm suas próprias histórias e que me permitem sair um pouco, como a Dot, uma companheira para a enteada de Katherine Parr e que me deu a liberdade de ter outra estrutura de história, paralela à da Katherine, que tinha que seguir um certo esquema rígido.

CLAUDIA: Pode nos antecipar um pouco como ficou no filme?
ELIZABETH: Bem diferente. Manteve a essência da minha Katherine e do meu Henrique. [risos]. Eles estão lá, alguns dos diálogos também estão lá, mas Karim [Aïnouz, o diretor brasileiro do longa] o levou em sua direção e viu algo que é muito mais denso. É um único episódio do livro que ele pegou e colocou seu toque especial e há uma espécie de fantasia de empoderamento genuíno para Katherine, o que é fantástico.

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CLAUDIA: Você sabe como foi o trabalho de adaptação?
ELIZABETH: Karim vem de uma perspectiva diferente. Ele mesmo disse que inicialmente não achava que era um projeto para ele porque pensou, não estou interessado na realeza, não estou interessado na realeza britânica. Por que eu faria um filme sobre essa história quando ela simplesmente não me interessa? Mas quando ele olhou de novo e entendeu que realmente é a história de um casamento abusivo, uma história violenta e angustiante de abuso. Eu amo o filme. Eu acho que é uma peça de cinema realmente maravilhosa e também quero dizer que ele [Karim] é um homem realmente adorável. Eu realmente me afeiçoei muito a ele e eu, você sabe, adoro pensar que aquele filme está ao lado do meu livro. Que existem juntos.

CLAUDIA: A pesquisa de “Desobediente” foi mais complexa?
ELIZABETH: Sim porque sabemos muito menos sobre sua vida cotidiana. Tinha todas as transcrições do tribunal traduzidas do latim para o inglês e há muitas cartas que escreveu, mas nenhuma desse período inicial de sua vida. Como as transcrições do tribunal são tão ricas elas contam a história daquele ano, da vida dela de todas essas diferentes perspectivas, de todos os diferentes testemunhos, o que foi incrivelmente útil. Me apeguei em grande parte ao que foi dito ali, embora o que é realmente interessante é que muitas das histórias são um pouco diferentes uma da outra, mas isso me deu a liberdade de contar ‘minha’ história. As pessoas, os lugares, as situações são corretas, só mudei ligeiramente alguns dos momentos em que ela fez os quadros, até porque não temos certeza de quando ela os pintou.

CLAUDIA: Há anacronismo?
ELIZABETH: Sempre acho que a ficção histórica é inicialmente um ato de imaginação, de ler nas entrelinhas da história e descobrir. É ficção, mas você encontra sua história dentro disso, as linhas dessa história, mas nunca quero escrever um romance que não tenha relevância agora para os leitores modernos. Tem que ter alguma coisa. Todos os meus romances são romances contemporâneos. Acontece que eles se passam em um período da história e é um período que me fascina, onde as mulheres começam a encontrar sua voz. Há tanto material rico para as pessoas agora!

CLAUDIA: E ainda descobrimos muitas coisas!
ELIZABETH: Quando você pega essas figuras do passado, como Ana Bolena, tantos romances foram escritos, tantos filmes foram feitos e cada um é de seu tempo. Se olhar para os antigos da década de 1950 todos têm um batom vermelho brilhante e cabelos dos anos 50. Todos eles falam com seu público específico. Portanto, é um romance contemporâneo. São todos romances contemporâneos de olho no que é interessante para um leitor contemporâneo e às vezes isso cria anacronismos, mas não me importo com isso.

CLAUDIA: Há um risco de não separarem fatos de sugestões, não?
ELIZABETH: Sim, anacronismo é claro que é anacrônico. Um romance histórico é sempre anacrônico. O idioma, as coisas em que se concentra, é inevitável. Eu sempre meio que dou uma risadinha quando as pessoas falam sobre ficção histórica porque são um anacronismo. Claro que existem, mas trata-se de dar ao leitor a sensação de estar de volta ao passado. Não se trata de criar uma imagem precisa do passado, porque ninguém leria isso, ninguém entenderia. Então, sim, mas acho que quando soubermos muitos fatos sobre um personagem, acho muito importante honrar isso e honrar a essência daquela história individual.

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CLAUDIA: Eu gosto de romances históricos porque descubro outros detalhes, outras perspectivas. Até outras mulheres importantes! Katherine Parr, por exemplo, foi essencial na formação de Elizabeth I, é relevante conhecê-la melhor…
ELIZABETH: Exato e isso foi um dos meus pontos de partida para escrever os três romances Tudor, que são sobre os filhos de Henrique VIII chegando ao trono. Houve um período de 50 anos na Inglaterra de Monarquia feminina, o que era completamente sem precedentes naquele período, então Mary Tudor e particularmente Elizabeth Tudor foram personagens realmente importantes. Aliás, esse é um dos pontos principais que Karim desenha no filme “Firebrand”, que é a influência de Katherine sobre Elizabeth. Ele escalou uma atriz fantástica para interpretar Elizabeth. E Anne Askew é outra personagem realmente fundamental no filme. Claro, tem muito mais história no livro e no filme Anne Askew é uma pequena parte, mas é muito chocante pensar que mulheres foram queimadas vivas, apenas por pregar suas crenças. [o destino da jovem Anne] Quando eu era jovem, só pensava naquelas jovens que seriam executadas. Jane Grey e Catherine Howard eram apenas adolescentes. É chocante.

CLAUDIA: E há alguma nova mulher no horizonte que você está trabalhando?
ELIZABETH: Fiz duas propostas e uma é outro romance italiano, que seria uma boa parceira para Artemisia e outra é um romance elizabetano. Meus editores ainda não decidiram qual deles querem que eu faça. Provavelmente vou acabar fazendo os dois, mas o que eu realmente quero fazer no momento e estou muito empolgada é o italiano porque é uma história fantástica, mas não posso falar sobre isso, então… [risos]

CLAUDIA: Por enquanto então é a expectativa do lançamento de “Desobediente”, que chega às lojas no dia 27 de julho (ainda sem previsão para ter uma versão traduzida no Brasil)
ELIZABETH: Estou ansiosa porque este é muito importante para mim porque é tão pessoal e eu realmente quero que ele encontre seus leitores. Você sabe, isso é tão importante para mim porque acho que é a coisa catártica, não apenas escrever, mas lançar para o mundo e ter pessoas respondendo a ele, espero que de uma forma positiva.

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