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Qual é o seu perfil trabalhador?

Ser dona do próprio negócio é tentador, mas nem todo mundo se encaixa no perfil. Veja se tem tino para a área ou se deve seguir uma carreira corporativa

Por Paula Pacheco
5 dez 2016, 14h08
 (Camila Marques/CLAUDIA)
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Junte o vaivém político à instabilidade econômica dos últimos meses para entender o alto índice de desemprego que assola o Brasil – já são 12 milhões de pessoas (ou 11,8% da população), de acordo com o IBGE. No lugar de se desesperar, busque oportunidades: segundo os especialistas, momentos de crise são motores de grandes decisões profissionais. Entre as principais alternativas está valorizar seu passe dentro da companhia em que trabalha (ou em uma nova empresa) ou criar coragem para, finalmente, abrir o próprio negócio. “A escolha depende do seu perfil e dos recursos disponíveis”, explica Ana Lúcia Fontes, presidente da Rede Mulher Empreendedora e finalista do Prêmio CLAUDIA 2015.

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O crescimento do empreendedorismo feminino, que já supera o masculino, confirma sua importância para a economia e o desenvolvimento do país. “A atuação das mulheres deixou de ser tratada como mera contribuição para as despesas da família e passou a ser vista como atividade formal, além de realização pessoal”, analisa Ana Maria Brasilio, da Escola de Negócios do Sebrae-SP. No entanto, garantir que o voo-solo dê certo exige preparação: pesquisar o público consumidor, o local em que ficará o negócio, o tempo e a quantia que será necessário investir. E ainda requer habilidades específicas, tais como agilidade na tomada de decisões e algum sangue-frio ao assumir riscos.

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Se esses requisitos não lhe caem bem, também há um caminho frutífero para o trabalho em organizações – perspectivas otimistas para o futuro do mercado sugerem que a área corporativa deve se recuperar em breve. Só não dá para esperar de braços cruzados. “As empresas buscam funcionários comprometidos, cujo trabalho traga bons resultados mais adiante”, diz Márcia Almström, diretora de recursos humanos da empresa de recrutamento Manpower-Group. Para ela, essas pessoas se tornam imprescindíveis e, mesmo em um momento delicado, serão lembradas para uma promoção. A seguir, identifique a opção que mais combina com você e inicie uma nova fase na carreira.

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Uma boa empreendedora:

Busca se aprimorar antes da aventura

Mesmo que você seja expert em determinada área, precisará desenvolver habilidades específicas, como gestão de pessoas, finanças e administração. Procure cursos e consultorias – algumas instituições, como o Sebrae, oferecem serviços gratuitos. Foi o que fez a artista plástica Camila Malaman, 35 anos, de São Paulo. Ao fundar, ao lado de dois sócios, a Webcore Interactive e a Webcore Games, especializadas em desenvolvimento de jogos, sites e aplicativos para grandes empresas (como Unilever e Honda), ela percebeu que não sabia nada de liderança. “Tive de aprender para poder controlar o negócio como um todo”, conta.

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Mantém a frieza ao assumir riscos

Em um cenário bastante otimista, seu investimento levará ao menos um ano para dar retorno. Na hora de fazer o planejamento financeiro, considere como isso afetará sua vida. E procure conter a ansiedade que toma conta nessa fase em que o caixa permanece negativo. “De antemão, saiba que ganhar dinheiro vai depender de você e nem sempre uma média será mantida todo mês”, acrescenta Fontes. Por isso, ter uma reserva é importante. Lembre-se também de que, de tempos em tempos, será necessário investir mais dinheiro se desejar fazer o negócio crescer ou evoluir.

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Identifica novas oportunidades

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A mineira Luzia Costa, 36 anos, vendeu quitutes, teve um carrinho de lanches e uma lanchonete. Em um passo maior que a perna, quebrou e acumulou uma dívida de 30 mil reais. Um dia, uma amiga a convidou para fazer um curso de estética. Começou com massagens, mas se especializou em sobrancelhas. Sua técnica fez tanto sucesso que viu a oportunidade de criar uma empresa. Com um consultor, abriu uma rede de franquias, a Sóbrancelhas, que hoje tem 173 unidades e fatura mais de 1,5 milhão de reais ao ano.

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Age de maneira estratégica

Um negócio precisa ser bem estruturado antes mesmo do lançamento. O papel do fundador é criar essa estrutura e também atualizar previsões a cada período. O caminho inicial da empresa pode mudar, pois será ditado pelo mercado. “É importante estar atenta ao comportamento do cliente e às influências da área. Nossa sociedade passa por mudanças cada vez mais rápidas. Quem quiser acompanhar vai ter de fazer correções de rota e se adequar”, destaca Fontes.

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É perseverante

Ter a própria empresa não é mais fácil nem tampouco garantia de uma vida mais tranquila, com carga de trabalho menor, como muitos imaginam. Em um negócio pequeno, é o dono quem toma todas as decisões, e esses momentos podem ser solitários. Por esse motivo, não encare o erro como um fracasso, principalmente se for iniciante. “Essa é também uma oportunidade para o líder estimular a equipe: se ele se mostrar forte diante de adversidades, deixará os funcionários mais comprometidos”, diz Giuliana Biagini, dona da GV Revestimentos.

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(Camila Marques)

Uma boa funcionária:

Gosta de seguir uma rotina

Risco não é para todo mundo e não há nenhum problema nisso. Há quem goste de ter o controle da situação e prefira que as coisas aconteçam de forma sistemática, planejada, o que nem sempre é possível ao empreender.

Trabalha em equipe e sabe fazer networking

Pertencer ao quadro de uma grande corporação exige que você faça contatos na área – além de ser enriquecedor para seu trabalho, isso pode solidificar sua reputação e trazer oportunidades em outras empresas. Já no dia a dia, não deve faltar o espírito de equipe, pois os resultados dependem de esforço coletivo. “Se tiver dificuldade de se relacionar, sugiro observar a atividade dos colegas e tentar compreender a função deles”, sugere Márcia Almström, do ManpowerGroup.

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Defende o negócio como se fosse seu

Um profissional reconhecido é aquele que assume certa autonomia para fazer os projetos andarem, abraça desafios e vai até seu limite para resolver uma situação, principalmente se envolve o cliente. Esse comprometimento é sinal
de que está empenhado em contribuir para o crescimento do negócio. “Um bom diferencial é o envolvimento com outros departamentos para pensar e trazer soluções eficientes”, opina Simone Negrão, diretora de controles internos e normas do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre.

Pensa grande

Anna Chaia, presidente da Samsonite Mercosul, chegou a flertar com a possibilidade de empreender, mas preferiu seguir como executiva. “Às vezes, você só tem a capacidade de realizar projetos ambiciosos e de grande alcance se tiver o suporte de uma corporação”, diz ela.

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Adapta-se às necessidades da empresa

Transformações frenéticas no mercado se refletem na organização das empresas.
Para saber se moldar às estruturas, é preciso capacitar-se para assumir diversas posições. Para isso, um coach é bem-vindo. Se não der para contratar alguém, converse com um colega mais experiente e veja se ele pode dar uma mentoria.

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